quarta-feira, 22 de maio de 2019

CLÁUDIA PICADO EM DUETO COM TOZÉ BRITO















“Conheci a Cláudia Picado há mais ou menos cinco anos quando veio ter comigo e me disse que gostaria muito de ter um tema meu para o seu novo álbum. De imediato aceitei e procurei saber um pouco mais sobre a Cláudia e como desejaria que fosse a canção que iria compor, (chamo-lhe canção pois quando componho são canções e só mais tarde com os arranjos e interpretação é que as transformam em fado). Gosto sempre de saber sobre o que gostam que escreva, pois continuo a achar e acharei sempre, que aquilo que vende uma canção ou fado é uma história. Claro que a melodia conta mas tem sempre de haver uma história com que as pessoas se identifiquem. Já desde o tempo do quarteto 1111 e …., no caso do conceito do disco da Cláudia, uma historia de amor.

A empatia e amizade entre nós foi crescendo e fui acompanhando todo o trabalho no crescimento deste novo álbum e a Cláudia foi me sempre pedindo opinião sobre vários assuntos. Já tinha ideia de que este tema seria sobre uma história de amor mas desta vez um pouco mais alegre e feliz ao invés dos cancões mais intimistas e introspetivas que habitualmente componho. Seria mais interessante para o disco uma canção que todos pudessem cantar, pois já sabia todos os fados tradicionais e temas que tínhamos escolhido para o disco
.
Até que no regresso de uma viagem ao Brasil, vinha sem sono e peguei num livrinho para escrever a canção e comecei logo por lhe dar o nome do próprio voo, TP023, e depois mais tarde então alteramos o nome para “Café dos teus Olhos”.
Comecei a escrever a história de uma pessoa que vai a caminho de casa, ter com a pessoa que ama, e que tem saudades de ver os seus olhos, porque os seus olhos são a sua casa, e sem eles não consegue acordar. A letra começou a sair-me com uma facilidade incrível e curiosamente veio-me logo uma melodia à cabeça e peguei de imediato no telemóvel. Foi um processo de criação muito rápido porque as condições também eram especiais. Eu ia em silêncio, praticamente às escuras e com a ideia da canção toda na cabeça.

O passo seguinte era mostrar à Cláudia, e aí estou sempre na expectativa para saber se gostam ou não do que compus. Achei imensa graça quando lhe mostrei e ela adorou, ficou logo escolhido este tema e foi aí que me lançou o desafio de o cantar com ela.
Estavam reunidas todas as condições para este disco ser um sucesso, bons músicos, boas letras, melodias, bons arranjos musicais e uma boa fadista e eu cada vez mais a gostar do disco em si e principalmente da Cláudia como pessoa porque isso conta muito.
Quando sinto afinidade e gosto muito das pessoas isso facilita muito o trabalho com elas, há outras a quem escrevemos alguns temas e só os ouço já prontos.

Foi a cereja no topo do bolo para mim, depois de acompanhar todo o trabalho deste disco e de gostar tanto dele, receber este convite da Cláudia para cantarmos em dueto e foi mesmo com muito gosto que o fiz. Perguntei-lhe quando ia a estúdio e lá estava eu.
Fui acompanhando todo o trabalho de produção deste “Reflexo”, o que me deu imenso prazer, desde a concepção, à escolha das letras, das músicas, da capa, vídeos e principalmente de ter composto e gravado este “Café dos teus olhos”.

É uma canção especial para uma pessoa especial. Uma canção feita de forma espontânea e imediata, o que é muito raro de me acontecer e ainda porque gravamos à primeira em estúdio, a empatia e cumplicidade sente- se. Isto não acontece muitas vezes e a espontaneidade esta cá toda e isto é prova de que quando as pessoas são genuínas e gostam umas das outras tudo funciona melhor.
Agora os dados estão lançados e esperamos que todos cantem este “Café dos teus olhos” connosco e entrem dentro do espirito do tema e que desfrutem deste “ Reflexo” que está lindo!”

Tozé Brito

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