Já pode ser ouvido online Lightning One, o longa duração de estreia dos Solar Corona. Editado com selo Lovers & Lollypops, o disco vai ser apresentado em Lisboa (Musicbox) a 17 de Maio e no Porto (CCOP) a 19 do mesmo mês, e terá edição em vinil, digital e em K7 (via Ya Ya Yeah).
Por esta altura, tornou-se natural assumir de que a água de Barcelos tem qualquer coisa de especial. O que será, não saberemos ao certo, mas o que tem feito pelo rock deste país é um feito admirável. Os Solar Corona nasceram desse borbulhar criativo de uma cidade que mostra como se escreve rock com linha tortas. Como deve ser. Formados em 2013, em 2016 chegaram a um consenso à formação e assentaram em quarteto, com Rodrigo Carvalho (guitarra / sintetizadores), Peter Carvalho (bateria), José Roberto Gomes (baixo) e Julius Gabriel (saxofone / sintetizadores). Após a edição de três EPs entre 2013 e 2016, os Solar Corona chegaram a “Lightning One”, o primeiro longa-duração, fruto de anos de labor à procura do som que triunfasse nesta formação.
O suor da conquista faz-se logo sentir. “Love Is Calling” abre as hostilidades para um álbum que convive com o renascimento de algumas correntes do rock e absorve o conhecimento de alguns caminhos cósmicos paralelos ao rock progressivo das décadas de 1970 e 1980. Com algum romantismo,“Love Is Calling” vai-se transformando de falsa balada doom metal para um hard rock carregado de maquilhagem que irá servir os tons de “Lightning One”.
Numa só canção, os Solar Corona vestem e despem as roupas de stoner rockers e viabilizam uma autoestrada para o inferno de rock acelerado, cheio de desejos hipnóticos e com toda a razão para se querer muito pop e desejado: como é o caso de “Rebound”, entra de rompante nos ouvidos e escorre como mel numa odisseia que comprime em seis minutos histórias que o rock, noutras décadas, demorava muito mais tempo a contar. Uma galopada progressiva, um crescendo êxtase de hipnose sonora que subitamente desce à terra para fazer valer uma nova subida. “Rebound” cai para se renovar, suave primeiro, depois com o vigor de um saxofone que oferece um tremendo renascimento da canção, uma nova luz, vida, que mostra o instrumento como uma das características mais feéricas deste “Lightning One”: o elemento que tanto abala como embala o rock dos Solar Corona.
Fruto do século XXI, os Solar Corona aprenderam a chamar a atenção no primeiro segundo e prolongar essa sensação de constante alerta durante todo o discurso: uma keynote do Steve Jobs em constante rejubilação eléctrica e luxúria cósmica. “Lightning One” é uma viagem no topo, com as coordenadas certas na mistura, a cargo de José Arantes, masterizado por Chris Hardman e artwork de Serafim Mendes, que transcreve numa imagem a imensidão de estradas psicadélico-trópicas que se fundem nos Solar Corona.
TOUR APRESENTAÇÃO:
17 Maio
Musicbox, Lisboa c/ Savage Ohms; €5 pré-venda / €7 porta
19 Maio
CCOP, Porto; €5 bilhete / €15 bilhete-disco
31 Maio
Casa da Cultura Setúbal, Setúbal
14 Junho
Basqueiral, S.M. Feira
21 Junho
Azeméis Seasons Sounds
Sem comentários:
Enviar um comentário