terça-feira, 21 de julho de 2020

LAVOISIER AO VIVO















Duo e grupo polifónico constroem espetáculo em residência artística no Gerês.

Depois de terem apresentado o mais recente disco "Miguel Torga por Lavoisier: Viagem a um Reino Maravilhoso" no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, a convite do Musicbox, os Lavoisier lançam-se agora para uma colaboração de apresentação única com o grupo de cantares polifónicos Cantadeiras de São João do Campo (Gerês).

Umas das razões que levaram ao nascer dos Lavoisier foi a descoberta das recolhas etno-musicais de Michel Giacometti. A riqueza polifónica das vozes deste país, através de canções regionais de trabalho, costumes e hábitos do quotidiano, levaram a que Patrícia Relvas e Roberto Afonso se encontrassem com as próprias raízes. Partindo de um convite da Associação Rural Vivo, os Lavoisier apresentam espetáculo colaborativo com as singulares Cantadeiras de São João do Campo, construído em contexto de residência artística e com apresentação única. A caminhar para a segunda e última semana de residência artística, os Lavoisier vão dar a conhecer canções suas, do grupo polifónico e de outros nomes da história da música tradicional e de intervenção portuguesa. 

Alvo de atenção pelo saudoso etnólogo Michel Giacometti, as Cantadeiras de São João do Campo são um grupo de cantares polifónicos composto por mulheres do Campo do Gerês (também conhecida por São João do Campo), aldeia situada no coração do Parque Natural da Peneda-Gerês, que após alguns de inatividade foram reativadas pelo esforço comunitário e pela Associação Rural Vivo.
Considerados como um dos mais importantes nomes da música portuguesa da última década, Patrícia Relvas e Roberto Afonso formaram os Lavoisier em 2012 com o objetivo de explorar as raízes tradicionais da música portuguesa através de uma guitarra elétrica e duas vozes. Desde então editaram já três álbuns – "Miguel Torga por Lavoisier: Viagem a um Reino Maravilhoso" (2019, Armoniz), “É Teu” (2017, edição de autor) e “Projeto 675” (2014, edição de autor). Em 2019, integraram ainda o disco de homenagem a José Mário Branco, "Um disco para José Mário Branco" (Valentim de Carvalho). Ao longo dos últimos anos atuaram nos mais diversos festivais e salas de espetáculos dentro e fora de Portugal, conquistando a atenção da imprensa e público pelas intensas prestações em palco.

Integrado no Rural Vivo! - 2º Encontro de Artes, Ecologia e Ruralidades, que decorrerá durante três dias - 24, 25 e 26 de julho, no Campo do Gerês, o espetáculo Lavoisier com as Cantadeiras de São João do Campo realiza-se no sábado, 25 de julho, pelas 21 horas. Apesar de gratuito, para assistir ao espetáculo é necessária pré-inscrição. Inscrições e programa completo aqui.

Miguel Torga por Lavoisier: Viagem a um Reino Maravilhoso LP
Armoniz, 2019

“Miguel Torga por Lavoisier: Viagem a um Reino Maravilhoso” é o novo disco de Patrícia Relvas e Roberto Afonso. A partir de poemas de Miguel Torga, “Viagem a um Reino Maravilhoso” é um álbum conceptual feito para duas vozes, uma guitarra e várias frequências que, segundo o grupo, “traduz o som encontrado na poesia do escritor”.

Composto por oito temas, onde sete são poemas musicados, o disco foi gravado e misturado por José Fortes, considerado como um dos técnicos de som mais importantes da música portuguesa e responsável por trabalhos de artistas como Carlos Paredes, José Mário Branco, Fausto, Sérgio Godinho, Banda do Casaco ou Mão Morta.

 Construído a partir de residências artísticas em Trás-os-Montes, com sessões de gravação em diferentes locais, como o Espaço Miguel Torga, um centro de interpretação da vida e obra de Torga situado na sua terra-natal, São Martinho de Anta, e ainda no Conservatório Regional de Música de Vila Real, tendo a participação de alunos desta estrutura de ensino em dois temas e onde se apresentam com Orquestra Fantástica do Futuro de Vila Real. O álbum conta também com retratos sonoros do artista e sonoplasta português João Bento, que captou sons em diferentes territórios de importância para Miguel Torga.

 O álbum tem o apoio da Fundação GDA e a chancela editorial da Armoniz, editora de Miguel Augusto Silva que até ao momento se dedicou apenas à reedição de discos históricos da música portuguesa, como o álbum homónimo dos Quarteto 1111 ou de “Blackground” dos Duo Ouro Negro. O disco é uma edição exclusiva em formato vinil, capa serigrafada e limitada a 300 exemplares.

Edição Limitada a 300 exemplares numerados à mão
Apoio da Fundação GDA

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