O sentido lúdico das palavras e as imagens contraditórias que provocam, desafiando a razão e provocando a imaginação, foi o mote do novo projecto de música portuguesa intitulado “Anfiguri”, que tem conceito, arranjos e produção de Eduardo Paes Mamede. Este projecto conta com um total de 10 temas, 8 dos quais são originais e 2 são canções tradicionais portuguesas revisitadas com novos arranjos. Carlos Guerreiro e Amélia Muge, participaram também, como autores, nesta viagem pelo universo do “Anfiguri”. Estes dois músicos aceitaram o desafio de escrever letras para 4 canções, num “discurso propositadamente ininteligível, de caráter burlesco ou paródico”, subordinado à intenção do autor de criar uma “obra de sentido confuso ou obscuro”, que ilustra os atuais tempos conturbados.
Esta obra inscreve-se no contexto da actividade musical de longos anos de Eduardo Paes Mamede dedicada à música popular portuguesa, de que se destaca uma especial linha de trabalho sobre as harmonias vocais femininas tradicionais, e pretende contribuir para a dinamização e disseminação deste género vocal.
Iniciado nos meses finais de 2019, este projecto sofreu com o confinamento a que todos fomos sujeitos, tendo o trabalho sido limitado aos possíveis contactos online. Finalmente, já em Julho de 2020, e ainda com todas as precauções, foi possível materializá-lo em estúdio.
Para além das vozes, o projecto conta com a participação de 8 músicos: Miguel Cruz (teclados), Carlos Falcão (guitarras), Raul Peralta (baixo), Cláudio Zacarias (bateria), João Balão (percussão), Vera Pereira (flauta), Paula Garcia (clarinete) e Irina Moscovciuc (violino).
Com apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores, o Anfiguri é editado pela Ocarina que, ao longo de mais de duas décadas contribui para a divulgação nacional e internacional da música portuguesa.
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