É oficial! Ao fim de oito anos e meio na Rua da Prelada 33, vamos mudar de instalações. Após uma longa espera, podemos por fim confirmar que a Sonoscopia vai transferir em breve o seu quartel-general para duas casas geminadas que muitos já conhecerão: o antigo Instituto Orff, na Rua Silva Porto, também na zona do Carvalhido. Iremos manter a mesma lógica e o modo de operação que sempre nos caracterizaram, mas vamos poder contar com um espaço de trabalho mais amplo e uma área exterior ainda mais convidativa. A nova sede da Sonoscopia vai permitir acolher melhor residências artísticas, concertos, workshops, projectos de investigação, bem como tornar os nossos instrumentos mais visíveis, num local aberto à cidade, aos artistas e à população. Temos agora duros meses de obras pela frente, mas a paixão por esta nova casa não nos deixa dúvidas de que será uma mudança incrível!!!
No regresso às actividades, temos o Grupo Operário do Ruído, criado pela Sonoscopia no âmbito do Cultura em Expansão 2020. Trata-se de um “grupo aberto à participação de pessoas de todas as idades, géneros, etnias, plantas e animais domesticados com vista à criação colaborativa de música com instrumentos musicais insólitos, aborrecidos, divertidos e de execução que se adapta às qualidades e atributos físicos de todos os participantes". O Grupo Operário do Ruído vai contar ainda com a colaboração e direcção do músico e percussionista Jorge Queijo, um elo já familiar nas nossas actividades.
Outro ponto de foco são as mais recentes edições de artistas associados à Sonoscopia, assim como os futuros lançamentos do nosso catálogo. Surge em cassete acabada de sair na editora inglesa Steep Gloss, a colaboração de Gustavo Costa com Alfredo Costa Monteiro; e em formato CD, editado pela polaca Multikulti, o mais recente trabalho do explosivo trio Ikizukuri com a trompetista Susana Santos Silva. Brevemente e com edição da Sonoscopia, teremos o novo disco a solo de Gustavo Costa "Entropies and Mimetic Patterns", e o novo trabalho dos norte-americanos MSHR, gravado no Porto e intitulado "Liquid Conglomerate Presence Cycle". Será ainda publicado um livro do Som Desorganizado 2020, evento que decorreu digitalmente no passado mês de Dezembro na Sonoscopia.
No mesmo formato, a Sonoscopia recomenda a mais recente publicação Found Tapes Porto, com direcção de Pedro Augusto. Trata-se de um projecto artístico que “abre espaço para o aprofundamento de ideias, cálculos e pesquisas” e que nos apresenta cinco ensaios, entre os quais o texto "Sinais de fumo, protonets e impressões magnéticas", de Gustavo Costa e que nos remete à N.O.F.P. (Nova Orquestra Futurista do Porto) e ao passado, mais precisamente ao dia 21 de Abril 2014.
E o que aconteceu nesse dia? Enviamos 5 balões de hélio a partir do terraço da Sonoscopia, cada um contendo um pedaço de fita e umas instruções vagas para o destinatário montar essa fita numa cassete, ouvir um código de download críptico lido pelos autómatos da google, e depois conseguir finalmente ouvir uma gravação da N.O.F.P. Para nosso espanto, uns meses mais tarde recebemos um email da Toñi Arganda, de El Bodón, perto de Salamanca, a pedir-nos informações sobre um objecto que o filho tinha encontrado em cima de uma árvore. Tudo parecia tão improvável, que acabamos por ir a El Bodón conhecer a Toñi, ouvir a cassete que tínhamos enviado a partir do Porto e aproveitar para lançar 10 novos balões com instruções ainda mais crípticas para os eventuais destinatários. Há quem ganhe o euromilhões, nós encontramos um destinatário apaixonado da nossa mensagem: somos milionários sónicos desde 2014.
Estamos em 2021 e uma vez mais estamos prestes a mudar! Vai ser incrível!

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