NOITES AZUIS # 1: MAZARIN
DJ set: Rui Miguel Abreu
Lux-Frágil: 20 Horas - 11 de Junho
NOITES AZUIS
Noites Azuis é a tradução para o Lux Frágil de Notas Azuis, programa de novo jazz que Rui Miguel Abreu assina na Antena 3. O programa nasceu depois da estreia da coluna de crítica com o mesmo nome na revista digital Rimas e Batidas, projecto independente de jornalismo musical que o veterano crítico e radialista criou em 2015.
Reconhecendo uma particular vibração na nova cena jazz, nos sinais que nos chegam de Londres, Chicago ou Los Angeles, mas também de Lisboa ou Porto, Rui Miguel Abreu deu início a uma coluna, primeiro, e a um programa de rádio, depois, com que pretende mapear esses novos sons que estão a transformar o presente e o futuro do jazz. Noites Azuis é mais uma forma de investigar esses novos caminhos do jazz, com sessões mensais regulares a ocuparem uma das mais nobres e progressivas salas da nossa cidade, o Lux Frágil.
Mazarin
Não é que a geografia seja determinante – há nos Mazarin músicos que chegam de Beja, outros que aterraram na banda vindos ainda de lugares mais a sul –, mas importa saber que foi em Lisboa que se cruzaram, entre estudos académicos avançados de música clássica, derivas pelo Hot Clube em busca de formação jazzística e, sobretudo, espaços dançantes nocturnos onde captaram a vibração contemporânea do hip hop e de múltiplas velocidades electrónicas.
Vicente Booth (guitarra), João Spencer (baixo), Léo Vrillaud (teclas) e João Romão (bateria) integram agora a família da Monster Jinx, assinalando a entrada nesse universo roxo com a edição de um single que é um perfeito indicador da fórmula que têm vindo a desenvolver tranquilamente no laboratório que mantêm na zona Ocidental da capital, mas o som que hoje dominam é o resultado de um percurso atribulado de dois anos de gravações, palcos, estradas e muitas audições.
O quarteto fez-se notar a primeira vez em 2018 quando lançou um homónimo EP através do Bandcamp, trabalho que revelava claramente a geração que integram ao incluir uma versão de “Lavender Town”, peça do criador japonês Junichi Masuda que muitos conhecem dos jogos Pokémon. Na apresentação desse trabalho ao Rimas e Batidas, reclamaram na altura os contornos da sua identidade nomeando referências como J Dilla, DJ Shadow ou BadBadNotGood e isto bem antes das antenas nacionais e internacionais terem começado a captar os vigorosos sinais do “novo jazz”.
Esse primeiro EP valeu-lhes passagens por festivais e eventos como o Zigur Fest, FNAC Live ou Samsung Galaxy Live, assaltos a clubes como a Crew Hassan ou Musicbox, onde celebraram, com a ajuda de um coro de 30 elementos, o 25 de Abril misturando José Mário Branco, Fausto e Sérgio Godinho com J Dilla, funk de 8-bits e a sua elegante e subtilmente sofisticada visão de um groove livre. Seguiu-se uma residência de vários meses no Clube Ferroviário e um aprimorar constante de uma fórmula-não-fórmula que passa pelo cada vez mais telepático entendimento dos quatro vértices do grupo e por uma abertura de cabeças que parece estar disposta a admitir todos os sons que ecoam na Lisboa de 2020 (e na do futuro...).
E agora é tempo de preparar a chegada de 2021, não sem antes firmarem os seus pés no mais estranho dos tempos presentes com a edição de um single que inclui os temas “Batata Palha” e “Vasenol”. Gravado durante uma residência na Etic, em Lisboa, esta dupla declaração de intenções dos Mazarin parte do jazz, acerca-se de um boom bap clássico, mas possui uma distinta identidade musical que é o resultado das incontáveis horas passadas em cima do palco, em permanente busca de um som próprio que não finja sotaques de Chicago ou de Londres, mas que ostente orgulhosamente o travo do sul de onde chegaram e a ginga da Lisboa contemporânea que adoptaram. Os Mazarin são daqui, sem dúvida, mas acreditamos que são bem capazes de irem muito mais longe.
MAZARIN
Bandcamp: https://mazarin.bandcamp.com/music
Instagram: https://www.instagram.com/_mazarin/
Facebook: https://www.facebook.com/soundslikemazarin

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