Gisela - avançado do LP de debute de Herlander, apontado para a rentrée - é um crossover denso entre o experimental e o popular, com o melódico e o caótico a lutar pelo seu direito de fala, contando delicadamente uma conflituosa estória que entrou pelos olhos e continua a voar pelos dedos e boca de Herlander.
Não sei escrever sem contar histórias e esta não foi exceção. No vídeo, executado com o incrível Guilherme Braz, não procurava excentricidade, não só para realçar a do som, como também queria encontrar a personagem desta rotina num antónimo do que eu faria, enterrando-me numa simplicidade complexa e contando a história do alter-ego que incorporo no vídeo, recheada de abuso de substâncias e comportamentos erráticos, que batizei de “Manny”
Ao fazer um tema tão hiperativo sobre um assunto que pode ser lido como pesado, não queria tomar uma estereotípica posição destrutiva e depressiva, mas sim tentar vestir a mente de alguém que não procura salvar-se da sua autodestruição, que não vê a situação como nefasta ou que talvez esteja apenas divertir-se. Na narrativa de “Gisela” queria também trazer ao ouvinte a possibilidade de interpretar a história sem a minha perspetiva estar estampada no som e vídeo como um juízo de facto: nem todos os episódios de pessoas que consomem são destrutivos e nem toda a destruição é só um episódio.
Ao fazer um tema tão hiperativo sobre um assunto que pode ser lido como pesado, não queria tomar uma estereotípica posição destrutiva e depressiva, mas sim tentar vestir a mente de alguém que não procura salvar-se da sua autodestruição, que não vê a situação como nefasta ou que talvez esteja apenas divertir-se. Na narrativa de “Gisela” queria também trazer ao ouvinte a possibilidade de interpretar a história sem a minha perspetiva estar estampada no som e vídeo como um juízo de facto: nem todos os episódios de pessoas que consomem são destrutivos e nem toda a destruição é só um episódio.

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