No princípio, veio a música, depois surgiu a palavra. No princípio, veio a paixão pelo punk, depois surgiu a pop e o hip hop. No princípio, havia o Gonçalo Gonçalves, depois surgiu o LOGG. Mas há um fio condutor em toda esta história, como o próprio anuncia em “Estrelas”, um dos singles que faz parte do seu EP de estreia, “Loggin”: “sem foco não sou capaz”. LOGG teve sempre o seu foco bem definido.
Por incrível que possa parecer, nada disto teria acontecido sem os Green Day: é verdade que, em casa e por influência do pai, Gonçalo teve sempre contato com os mais diversos géneros musicais, do reggae à pop, do rock ao jazz, mas era o punk do trio da Califórnia que lhe aguçava a atenção. Com oito anos, pediu como prenda o álbum “American Idiot” e deixou-se seduzir pelos riffs da guitarra de Billie Joe Armstrong – a ponto de, com 13 anos, pedir para ter aulas de música. Ao frequentar o Conservatório de Sintra, descobre que a guitarra acústica permitia fazer ainda mais do que a sua irmã elétrica, o que acaba por lhe expandir os interesses, desenvolvendo uma predileção pela pop. Não se imaginava cantor nem se aventurava como vocalista: até que, mais uma vez, os Green Day dão o empurrão final.
Um dia, à guitarra, perante os elogios familiares, entoa “Good Riddance” – o que lhe coloca a dúvida: será que mais gente iria gostar? Enche-se de coragem, decide fazer uma versão desse hino dos Green Day e, quando dá por si, entre família, amigos e colegas com quem nunca tinha falado, os incentivos acumulam-se. Ao longo dos três anos seguintes, continua a usar o YouTube como canal de divulgação de muitas “covers”, onde visita as suas cançõesmpreferidas mas também onde vai descobrindo a sua verve criativa. Com o constante aumento no número de seguidores, decide dar o passo seguinte e fazer algo genuíno, algo seu: escreve uma linha de guitarra e uma letra, convoca aquele que se viria a tornar o seu parceiro habitual, Carlos Ferreira, e compõe “Escolhas Erradas”. Em julho de 2018, o videoclip é colocado no YouTube ficando estabelecida, assim, a data de nascimento de LOGG.
“Escolhas Erradas” é um dos momentos que faz parte de “Loggin”, o EP que marcou a sua estreia em disco. Composto por seis canções, nele, o cantor e compositor apresenta-se a colaborar com diversos produtores, como Sali, Meoli ou Juan de Dios Martin, em abordagens que vão da pop ao indie, sem esquecer o hip hop. O homem que tem como referências nomes como Plutónio e Diogo Piçarra, Mac Miller e John Mayer, não quer condicionar a sua ação, deixando claro que nunca ficará preso a um só estilo.
Os ritmos de LOGG são, e serão, diversos mas as suas palavras mergulham, indubitavelmente, no âmago da existência humana e no seu mais importante aspeto: o amor. Da felicidade à tristeza, passando por todas as restantes vielas do supremo sentimento da vida, LOGG é um narrador atento às vivências que o rodeiam, um compositor interessado em olhar para a complexidade humana, mergulhando a fundo numa eterna procura dos porquês que lhe guiam os dias.
Mas, como ele anuncia em “Escolhas Erradas”, o mais importante é manter o foco: o mesmo foco que levou Gonçalo a decidir começar a trabalhar com 16 anos, aprender tudo o que tinha para saber nas várias áreas laborais da empresa de construção do pai e, aos 19 anos, abrir o seu próprio negócio, no ramo dos espaços verdes. É esse mesmo foco, e essa mesma disciplina, que LOGG traz à sua arte, à sua música e à sua impressão digital. Para quem possa duvidar, LOGG é a prova de que os sonhos podem, realmente, tornar-se realidade – e “Loggin” será, apenas, o primeiro. De muitos. Depois do lançamento do seu primeiro EP, o artista lançou o single “TB” e prepara-se agora para lançar “20 e TAL”.
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