Rita Dias não é só cantora. É uma artista multifacetada que abraça a missão de servir cada pessoa e cada lugar através de artes como a escrita, a composição, o teatro e a rádio. Lançou o seu primeiro disco, com os pés na terra, em 2013, um EP de músicas infantis chamado Gosto de ti assim e o hino da RTP Memória em 2016, participou no Festival da Canção em 2018 com Com Gosto Amigo e lançou o livro de poesia O Encontro do Tempo Ternário em 2019. Uma caixinha de surpresas em forma de mulher, que acredita que a arte transforma e atravessa os corações como só o amor consegue. Por outras palavras, faz da arte o seu ato político e até revolucionário.
Fruto deste amor e liberdade artística, chega-nos hoje o seu novo trabalho musical, o tão aguardado Morremos tanto para crescer. Este disco também não é só um disco – é uma mensagem, um posicionamento – é um movimento, um trabalho introspectivo em que, ao crescer como artista e como mulher, Rita Dias percebeu que as grandes transformações interiores provocam grandes mortes que nos levam a nascer outra vez, mais fortes, mais seguros, mais livres. No fundo, esta criadora exímia traz-nos as dores de crescimento, esse chão comum que nos aproxima, em forma de arte.
Além dos temas que já conhecemos, A Ti, Nunca e Vem à terra ver, este trabalho traz outras onze canções diversas, com tons, temas e sonoridades diferentes, muito fiel à forma multifacetada como a artista olha para o mundo e interpreta o que a rodeia.
O disco abre com O nosso grande, grande amor, um conselho maternal e um paternal para a criança que um dia fomos e que ainda viverá em nós. Conta com a participação de Maria Gomes, de 12 anos, uma voz que nos puxa imediatamente para a nossa própria inocência. Seguimos para Espirro, um amor despojado e sincero, desamarrado como deve ser. Seguindo pelos caminhos do amor, E conta-me como foi lembra-nos que, primeiro que tudo, fomos feitos para nós próprios. E ficámos sem voz é a canção do fim dos amantes, outra realidade universal, o coração partido que, depois da dor, nos fortalece. Em Leva o rosário contigo surpreendemo-nos com a simbiose deslumbrante entre a voz de Rita Dias e a de Ana Moura. Depois de A ti, nunca damos a mão a Beatriz, que não nos prende nesse gesto – Beatriz deixa o seu amor livre. Chegamos a Monsieur com a esperança do início de algo que pode vir a ser feliz. A oitava canção chama-se Princípio, meio e fim e apresenta-nos a viagem musical e poética que este trabalho propõe – e está no meio, que é onde a nossa medida deve estar. Já com os ensinamentos escutados, pousamos em Ana e o passarinho, que quer a ponta dos pés a tocar no abismo ao som de uma guitarra portuguesa e acompanhada pelo melódico Português do Brasil de Pedro Miranda. Mother, o único tema em inglês, é uma declaração de amor à Mãe Terra e uma jura de que, um dia, o nosso credo será um só, rodeado de paz e flores. Por fim, fechamos esta viagem pela vida ao som de Ôlinda, espreitados por alguém que nos vê lá de cima, numa promessa da vida que não termina.
Morremos tanto para crescer é um disco fiel a todos os tons da vida, uma viagem pelo amor, a dor e a esperança que nos fazem acordar todos os dias para abraçar o nosso tempo.
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