sexta-feira, 20 de maio de 2022

MARTA ESTREIA-SE A SOLO






















MARTA já não se esconde; nem fecha a porta do quarto para, em segredo, cantar e coreografar os temas de Lauryn Hill, Whitney Houston ou Gwen Stefani. Foi assim que cresceu e foi também assim que fez crescer a vontade de, um dia, sair por aquela porta feita artista.

Sonhou com dança e tornou-se bailarina, sonhou com música e tornou-se cantora. Diz que ainda há de ser baterista. Como duvidar?

Depois de dar a cara (e a voz) pelos The Acoustic Foundation e de emprestar colaborações de estúdio e de palco a projectos como AWSUM, Imagina ou Leopardskin, entre outros, sente a necessidade de dar a conhecer o seu lado mais oculto e genuíno. E isso só faria sentido em nome próprio.

Em MARTA, a intimidade reflecte-se nas letras e o estado de espírito numa abordagem mais crua do que alguma vez revelara. “Não podia concordar mais com a expressão ‘What is bad for the heart is good for the art’”, diz.
De facto, foi a viagem ao fundo do poço que, ao mesmo tempo que lhe despertava demónios de que só agora começa a libertar-se, lhe aguçava também a vontade de escrever mais e mais, como se as letras, a música, fossem a única forma de gritar ao mundo o estilhaçar do coração.

Montebello é o álbum que apresenta MARTA, sem preconceitos que lhe afectem a essência. Mulher da cabeça aos pés, corpo e coração. Nada por acaso, o primeiro avanço do álbum veio a público num 8 de Março (2021).

Doze temas, doze mergulhos na intimidade, alguns mais escuros, outros carregados de esperança. As influências neo-soul, R&B ou hip-hop da cantora definem um caminho que, em alguns momentos, se cruza com o funk que já lhe conhecíamos.

O disco arranca com a poderosa revolta de Hole In My Soul e termina a puxar um pezinho de dança em The One For You. Entre estes extremos há momentos em que os elementos electrónicos fazem mover a máquina, mas outros em que a orgânica da banda que acompanha MARTA mostra que por trás dessa máquina há pessoas de carne e osso. Sempre.

Após processo de composição partilhado com Gonçalo Fidalgo (guitarra), Gonçalo Salta (beats e bateria) e Ricardo Fidalgo (baixo), a artista completou a task-force com Eduardo Santos (trompete), Disca-Riscos (scratch) e Marco Santos (teclados). A cada nota, a cada nova ideia, a cada repetição, a cada risco assumido as palavras iam encontrando consonância tão perfeita quanto catártica com o som.

O produtor francês Colin Girod, que apresenta no currículo colaborações com nomes como Thundercat, The Cinematic Orchestra, Nick Mulvey, Gileno Santana, S. Pedro ou Rui Massena, revelou-se fundamental para o crescimento do projecto em estúdio, em inesquecíveis maratonas de trabalho. Primeiro na Maia, depois no coração do Porto, não foram raras as vezes em que a equipa se perdeu das horas e acabou a jantar de madrugada em pleno MasterTape.

De lá, ou do fundo do poço, MARTA gritou já três singles: Give It To Me, Hole In My Soul e Hot Mess despertaram a atenção de algumas das principais rádios nacionais e abriram caminho para a primeira tour da artista, que fez questão de não lançar o álbum de estreia antes de mostrar ao que vem em Lisboa, Porto, Braga e Coimbra.

Para reforçar a relação umbilical que se procura entre o estúdio e a estrada, são precisamente imagens desses concertos que ilustram o videoclip de Meant To Be, single de lançamento de Montebello.

As fotografias e o art-work que acompanham o disco são da responsabilidade da polaca Rita Zimmermann, com quem MARTA se identificou ao primeiro olhar num cruzamento fortuito na noite do Porto. Isto sem saber que tinha acabado de atrair para o seu disco uma artista gráfica conceituada internacionalmente, com trabalho assinado para marcas como Warner Music, Gucci, Moncler, Porsche ou Moët Chandon.

Brindemos aos acasos felizes, brindemos a Montebello!


Montebello está disponivel em todas as plataformas digitais e é apresentado hoje às 17h00 no Terrace Lounge 360º do Espaço Porto Cruz, em Vila Nova de Gaia.
 

Sem comentários: