Algures na Babilónia, num espaço quase perdido no tempo, foi erguida a oitava porta da cidade. Como qualquer porta, Ishtar Gate simboliza o acesso a mundos codificados, o encerramento de encruzilhadas ou, simplesmente, a força estrondosa do poder.
Seguindo o caminho de volta no tempo para a antiga história e mitos da Mesopotâmia e do crescente fértil, os Stones of Babylon, continuam onde ficaram com o seu álbum de estreia Hanging Gardens: partem dos títulos das composições com o objetivo de que o ouvinte possa embarcar numa viagem e, de alguma forma, ser levado até aos locais de um pretérito sempre misterioso que nos preenche as linhas da história.
Com a entrada de Alexandre Mendes para a guitarra, dá-se uma evolução na continuidade, onde, sem perderem o fio à meada do caminho seguido anteriormente, pretendem não só cimentar o conceito do projecto como expandi-lo seja através da composição seja da própria sonoridade.
Desta forma, as seis espessas faixas que compõem Ishtar Gate, pretendem levar o ouvinte a sentir uma aproximação aos sons do Médio Oriente em fusão com os riffs mais densos e massivos do Ocidente, algo como mantras sónicos alternando entre o peso e a subtileza e culminando numa atmosfera psicadélica e de viagem.
De uma aliança sob o signo da música entre dois portugueses e um polaco, na Lisboa do século XXI, eterna e histórica cidade aberta ao mundo nesta era de globalização, nascem os Stones of Babylon.
O seu trilho começa a ser traçado no último trimestre de 2017 tendo, dessas pedradas iniciais, sido esculpido o primeiro EP/Demo In Portuguese We Say Padrada, em 2018.
O trio formado por Pawel na guitarra, Branco na bateria e Medeiros no baixo, continuou a apurar a sua musicalidade e uma massa sónica densa veio a culminar num segundo trabalho gravado durante o ano de 2019 que surgiu na forma de álbum de estreia denominado Hanging Gardens sob a égide da editora Raging Planet.
Fruto de várias mudanças de line up, Pawel foi substituído por Rui Belchior e depois este por Alexandre Mendes, actual guitarrista. O conceito e ideias de Stones Of Babylon permanecem imutáveis, exactamente como as pedras da babilónia que lograram continuam “vivas” até aos nossos dias e com muita história por contar.
Com referências ao passado distante, entre o que perdurou nas areias do tempo, nas pedras da memória e no imaginário do que poderia ter sido, os Stones Of Babylon apresentam esculturas instrumentais entre texturas arenosas e atmosféricas, numa envolvente de mantras sónicos que invocam melodias do próximo oriente com influências do psicadelismo mais pesado e “doom” ocidental, onde a sua própria originalidade se funde com as inevitáveis influências de megálitos musicais como Black Sabbath, OM, Sleep e outros.
Ishtar Gate, que vai ter o seu lançamento com o selo da Raging Planet e pode ser adquirido no bandcamp da editora ou da banda em versão CD e vinil.
Sem necessidade de cintos de segurança basta ouvir e desfrutar da viagem!

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