terça-feira, 2 de maio de 2023

NA ZDB EM MAAIO

 



















QUARTA / 3 / 22H
Dave Bixby 'Return to Quetzalcoatl' (US) ← Miguel Abras (PT)

Disco confessional, considerado por muitos o representante por excelência do subgénero loner folk, ‘Ode to Quetzalcoatl’ é o testemunho de alguém que caiu no abismo do consumo excessivo de drogas e que regressou com uma mensagem de esperança e redenção espiritual. Numa de apenas seis paragens pela Europa, a visita de Dave Bixby é um momento assinalável e imperdível. Na primeira parte, Miguel Abras para nos atirar aquelas canções que são e só podiam ser suas.

QUINTA / 4 / 22H
Patrick Walker (40 Watt Sun) (UK) ← Desert’Smoke (PT)

Patrick Walker continua inabalável a escancarar sem vergonh
as e com uma honestidade desarmante todo um arsenal de sentimentos. Convocando uma série de colaboradores como Roland Scriver ou Lorraine Rath para chegar à sua visão, ‘Perfect Light’ (2022) abandona toda e qualquer conotação com o metal, recorrendo a guitarras acústicas, piano, teclas, vozes femininas e demais arranjos cuidados. Na primeira parte, o poder do rock, o psicadélico contemplativo e os beats de uma secção rítmica simbiótica de Desert’Smoke.

SEXTA / 5 / 22H
Capital Decay c/ DJ Overdose (NL) ← Neurodancer (PT) ← Patrícia Brito (PT)

Capital Decay tem vindo a promover artistas locais através de discos, festas e programas de rádio. Chega agora à ZDB com uma seleção desafiante. DJ Overdose é um dos pilares da cena electro neerlandesa, com uma discografia cuidada entre o electro funk e o ghetto disco, bem como reimagina bandas sonoras de ficção científica e aventuras mais sombrias e fatalistas. Patrícia Brito está de regresso para partilhar a sua seleção de ambient e sonoridades exploratórias, assim como eletrónica mais underground e encorpada. Neurodancer é um dos fundadores do coletivo e, para a pista de dança, traz-nos sonoridades físicas e robóticas como demonstra nas mix series ‘Flagelante’ e ‘Dark Science Electro’.

QUARTA / 10 / 22H
Debby Friday (US) ← Cookie Jane (PT)

Quando o mundo lá fora nos diz (constantemente) que não somos bem-vindos, uma das formas de responder-lhe é criar o nosso próprio universo e, a partir daí, reconstruir essa nossa relação com o exterior. GOOD LUCK, o álbum de estreia de Debby Friday com o selo da Sub Pop, soa como a maior aproximação à materialização dessa ideia: um híbrido e experimental conjunto de canções em modo coming of age. Na primeira parte, a auto-proclamada rainha do drill português Cookie Jane.

SÁBADO / 13 / 22H
Ecstatic Vision (US) ← ASIMOV (PT)

Pouco interessados na estrutura clássica da canção pop, os Ecstatic Vision especializam-se antes nas técnicas mais primitivas da música rock, a repetitividade e a intensidade. Uma amálgama intoxicante de acid rock, proto-punk e world music, cruzando influências britânicas (UFO, Hawkwind, Black Sabbath, etc.), norte-americanas (Stooges, MC5, Funkadelic, etc.), alemãs (CAN, Amon Düül II, Guru Guru) e africanas (Fela Kuti, WITCH, Amanaz, etc.). Este concerto vem no contexto da tour europeia de promoção do 4.º longa-duração, ‘Elusive Mojo’. Na primeira parte, com um percurso singular e independente no universo heavy psych, ASIMOV regressa aos palcos em formato trio.

QUARTA / 17 / 22H
Luís Vicente (PT) & Andrew Lisle (UK) ← José Lencastre & Nuno Rebelo (PT)

Trompetista de referência para a composição do bonito mosaico jazzístico deste país, Luís Vicente tem trabalhado contínua e corajosamente, faz mais de uma década, a sua abordagem ao instrumento num processo público de inegável e merecido reconhecimento. Andrew Lisle tem explorado a bateria enquanto instrumento de expressão rítmica e harmónica total, capaz de se entregar ao fogo libertador da fire music num vortex de rufos de tarola, batidas quebradas e uma noção de movimento contínuo tão livre quanto contemplada. Encontra-se aqui com Vicente a marcar novo ponto de referência para o percurso de ambos. Na primeira parte, aliança entre o saxofonista, improvisador e compositor José Lencastre, e o músico experimental e improvisador Nuno Rebelo (Mler Ife Dada).


SEXTA / 19 / 22H
Deli Girls (US) ← HIFA & Ro666in (PT)

Deli Girls são uma das propostas mais revigorantes a surgir da sempre irrequieta Nova Iorque, tendo montado um manifesto punk que continua a transmutar-se de álbum para álbum. Orgulhosamente queer, criam um espaço imaginário onde heróis manga, demónios ancestrais e personagens de ficção científica são elementos convocados para canções-bomba, tão radioactivas quanto sanadoras. Na primeira parte, entre o footwork e o gabber, HIFA traz-nos o novo disco lançado no início do ano ‘Season One: Throbs’.

SÁBADO / 20 / 22H
Jung An Tagen (AT) & Eric Frye (US) ← Mariana Raposo (PT)

Com múltiplas colaborações em editoras como Editions Mego e Diagonal, Stefan Juster (Jung An Tagen) apresenta-se incansavelmente em festivais como Unsound ou Sonic Acts, pesquisando as fronteiras do techno e da música computacional dissociativa. Eric Frye monta uma cena auditiva mutante que explora o mau funcionamento da percepção e a forma como esta se relaciona com a identidade, a individualidade e a diluição dos sentidos, cruzando narrativas surreais com uma abordagem multidisciplinar ao som. Após a apresentação individual de cada artista, Jung & Eric regressam ao palco em conjunto. Na primeira parte, Mariana Raposo traz-nos ritmos progressivos e stompy, num espaço de exploração da música electrónica e de sub-géneros como o IDM, downtempo, electro e progressive trance.

QUARTA / 24 / 22H
Longo ‘Our Lady of Pleasures’ (PT)

Apresentação do disco de estreia ‘Our Lady of Pleasures’ de Tomás Longo. O disco nasceu numa viagem de comboio e será apresentado por Longo (composição, teclado e piano), Guilherme Fortunato (guitarra eléctrica), João Hasselberg (contrabaixo, electrónica e baixo eléctrico), Diogo Ferreira (voz), João Soua (Bateria) e João Fonseca (visuais).

QUINTA / 25 / 22H
Pan Daijing (CH) ← Aires (PT)

Pan Daijing faz parte de uma vasta lista de criadoras sonoras a redefinir a música contemporânea. Trágica, emocional e transgressora, o frenesim das suas apresentações em diversas instituições de arte e museus pelo mundo fora possibilitaram uma exploração mais conceptual das suas criações sonoras e visuais. Em 2023, regressa aos palcos, com menos pautas e mais máquinas; a necessidade de voltar a espaços mais vívidos e intimistas em que os ritmos possam lançar o tom da noite. Na primeira parte, Aires soma e segue num percurso merecedor de atenção. O disco ‘Chains of Silver, Chains of Gold’ pela mão da World Canvas oferece-nos a sensação de uma libertação lenta, como quem se deixa para trás o peso e a velocidade voraz do quotidiano.

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