Clara Cortes Garcia é a nova artista em residência em Castro Marim, uma artista multidisciplinar de Barcelona, cujo principal tópico de interesse é a água. Tem desenvolvido projectos a solo e em grupo, no âmbito da performance, exposição e instalação em Barcelona, Berlim, Istambul, Kuala Lumpur, Taiwan, Islândia e Tóquio, sempre em ligação com o espaço circundante.
No decurso da sua residência artística em Castro Marim, para a qual foi seleccionada no âmbito da Open Call lançada no início do ano, continuará a sua pesquisa de uma década em volta da água, gravando sons e imagens vídeo em volta das formas e desenhos encontrados ao longo do Guadiana, do Atlântico e das barragens de Odeleite e do Beliche, transformando-as e manipulando-as para recriar criativamente a sensação da sua presença.
O trabalho final será apresentado sob a forma de uma instalação audiovisual, na Casa do Sal, com inauguração no dia 31 de maio pelas 17h, e visitável até 11 de junho.
Seleccionado através da open call lançada no início do ano, apresentamos também o projeto conjunto da cantautora chica e de bá alvares, contrabaixista e figura das mais férteis e diversas cenas musicais lisboetas, propõe abordar, a partir de Castro Marim, a problemática das “indesejadas da sociedade”, expressão utilizada pelo Estado Novo ao definir as penas de degredo aplicadas ao longo de décadas ainda bem recentes.
Após um trabalho prévio de pesquisa e entrevistas a incidir sobre esta questão histórica, chica e bá alvares desenvolverão novas canções e letras a partir dos recursos gerados por esta investigação - criando um diálogo com as almas antepassadas e presentes, numa partilha de “queixumes”, que, como dizem, são “a essência da canção de intervenção”. Estas novas canções de lamento serão apresentadas, ao vivo, no Velho Cavalinho - Taberna Medieval, no final de tarde do dia 24 de junho (18h), num concerto de entrada livre.
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