SÁBADO 6 / 22H
Malva ← Silentide (PT)
Malva, projecto a solo de Carolina Viana, violoncelista, intérprete, autora e compositora, apresentará o seu álbum de estreia vens ou ficas, de 2023. Ao longo de nove temas, a desconstrução dos beats cede o lugar a guitarras melancólicas e isso permite que, através da sua escrita e interpretação, nos atinja directamente com uma cascata de emoções (vindas de uma história de desamor) filtradas com minúcia. E não há nada mais perigoso (para qualquer alma mais sensível) do que uma poeta de coração partido com a sua guitarra em riste. A abrir a noite, Silentide, projecto do músico e produtor João Freitas, com influências de Thom Yorke, Josin ou First Breath After Coma, apresentará o seu álbum de estreia, Self Note.
QUINTA 11 / 22H
Norberto Lobo (PT)
Um dos mais acarinhados músicos aparecidos neste país ao longo das últimas duas décadas, Norberto Lobo é – primordialmente – um guitarrista cujo trabalho tem vindo a revelar uma minúcia, sentido de descoberta e criatividade inesgotáveis ao longo de diversos álbuns e inúmeras aparições ao vivo. De discos como Pata Lenta ou Muxama que povoam já o nosso imaginário colectivo a um sentido de risco que o leva a experimentar caminhos com banda – como em Estrela – ou em colaborações como Montanhas Azuis, com Bruno Pernadas e Marco Franco. Presenciá-lo a solo é sempre um acontecimento especial, um vislumbre das suas criações em tempo real.
SEXTA 12 / 22H
Noite Ruim #2 c/ Puçanga, Sandra Snares, Mafalda Mais (PT)
Puçanga cria instintivamente sobre a expressão da susceptibilidade humana, a diversidade cultural, identitária e sexual, através da voz e da construção de memórias electrónicas. Sandra Snares nasceu da costela de George Silver, ser explosivo e com tendências catárticas produzindo uma massa de motivos que leva a crer que toda a gente deve descobrir-se intimamente dentro das polirritmias, dos arpeggios dissolvidos em ondas de praias imaginadas e frequências invisíveis ao ouvido nu. A terminar a noite, Mafalda Mais, mulher que defende que se encontra liberdade no amor e na partilha, e que o pode expressar em infinitas direcções musicais.
QUINTA 18 / 22H
André Santos & Manuela Azevedo (PT)
André Santos, guitarrista versátil, que deambula entre o jazz e o rock, a música tradicional madeirense e a MPB, tocando várias guitarras e cordofones, convida a inigualável Manuela Azevedo para esta parceria já desejada há muito. Conhecido pelo seu timbre e exploração de diferentes texturas sonoras, André Santos já participou em vários projectos, concertos e gravações com músicos como Carlos Bica, Maria João, Joana Espadinha, Teresa Salgueiro, Salvador Sobral, António Zambujo, Júlio Resende, Demian Cabaud, Gonçalo Marques, André Matos, Marco Franco, Cristina Branco, Carminho ou Ana Moura.
SEXTA 19 / 22H
Rita Braga ← MAIO (PT)
Com uma discografia eclética e centenas de atuações pela Europa, EUA, Brasil, Japão e Austrália ao longo dos últimos 15 anos, Rita Braga é um exemplo raro de reinvenção musical ao longo do seu percurso. Illegal Planet é o título do quarto álbum da cantora e multi-instrumentista, com o carimbo Comets Coming, onde Rita cruza a pop sci-fi com a folk sintetizada e onírica, num registo de sabor futurista — como se estivéssemos numa viagem ao espaço mas de caravana. Estes contos modernos de transcendência e desgraça são filtrados através de uma névoa kosmische de sintetizadores, caixas de ritmos dos anos 60/70 e instrumentos de diversas partes do mundo. MAIO é a reinvenção do músico João Maio Pinto (SAD PUTO e Loosers) a solo, com composições originais cantadas em português, que se apresentam pela primeira vez e que celebram temas como o desejo, a rejeição e a morte.
SÁBADO 20 / 22H
Cruz Vermelha — Amuleto Apotropaico + Finje + clericbeast + Borf (PT)
Noite programada por Simão Simões (Hetta). Amuleto Apotropaico é uma dupla de Santa Maria da Feira, activa desde 2022, formada por Francisco Pedro Oliveira (guitarra eléctrica, electrónicas e objectos) e António Feiteira (percussão e objectos), ambos com passados talhados nas cenas da música ambiental, improvisada, noise e punk, do Porto e arredores. Finje é um quarteto formado em Lisboa, música densa, suja, rastejante, com uma paleta de referências muito variada que pica o screamo, o crust, o doom, o slowcore, sem nunca deixar de parecer estilisticamente coesa e única. clericbeast oferecem-nos um hardcore metálico com cadências industriais, toques de um certo desespero que remetem à convivência permanente com o cheiro das fábricas ou com a textura do betão por pintar. Borf oferecem-nos um hardcore pouco convencional, que se aproxima regularmente aos universos mais caóticos e barulhentos do screamo do final dos anos 90, powerviolence e grindcore. Música da rua, do coração e do gesso.
QUINTA 25 / 22H
Mark William Lewis ← Prima (UK/PT)
mark william lewis parece saído do laboratório dos Black Album pela forma como o singer-songwriter londrino escreve canções que confluem géneros, entre vigor pop, cheesy soul e alusões a jazz. Nada que seja estranho ao que está a acontecer na música britânica actual, lewis está em linha com os contemporâneos e conterrâneos Tone ou Coby Sey nesta procura de uma nova canção que sirva os tempos e as ferramentas de hoje. A diferença está no tom, no trabalho já editado, seja nos EPs Pleasure Is Everything ou God Complex, ou no longa-duração editado no início de 2023 Living, a música de lewis existe no fio constante de algo a quebrar.

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