quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

NOVA TEMPORADA DO CAFÉ CURTO NO CONVENTO SÃO FRANCISCO

















Foi ontem anunciado o novo ciclo de showcases semanais, que acontecem no Café Concerto Coimbra, com curadoria da Blue House e coprodução do Convento São Francisco, sendo financiado pela Câmara Municipal de Coimbra.

O primeiro nome que foi apresentado é o de Martim Seabra. O Café Curto acontece às 19h30 e têm, como habitualmente, a duração de 30 minutos.

Este ciclo surgiu em outubro de 2020, em contexto pandémico e foi-se adaptando, desenvolvendo e incorporando novas valências, ainda que mantendo a aposta em jovens artistas e projetos emergentes.

Pelo palco do Café Concerto, já passaram 127 sessões do Café Curto. Para este primeiro trimestre, alguns dos nomes escolhidos, para além de Martim Seabra, serão: Miguel Gouveia & Paulo Soares (16 de Janeiro), Combo de Jazz EACMC (dia 23 de Janeiro), Francisco Fontes (6 de Fevereiro), Capital da Bulgária (5 de Março) e Malva (19 de Março).

“O Café Curto e a sua continuidade são um bom exemplo do trabalho dialogante que a Câmara Municipal, através do Convento São Francisco, mantém com os agentes locais e demonstra a enorme recetividade e inclusão dos bons projetos artísticos neste grande equipamento municipal”, sublinha o presidente da CM de Coimbra. “É neste permanente diálogo com os agentes do concelho e de constantes desafios artísticos para o Convento São Francisco que queremos prosseguir”, conclui José Manuel Silva.

Para Ricardo Jerónimo, programador da Blue House, " aposta da programação do Café Curto, em 2024, continua a ser a diversidade. Seja no género ou nas influências musicais, no tipo de formação ou na origem geográfica, quem todas as terças-feiras aceita o convite para um Café Curto tem a oportunidade de assistir a um 'showcase' que pode apresentar estéticas de música pop, folk, world, electrónica ou jazz, entre outras. Ao longo da agenda semanal, procura-se também uma mescla equilibrada entre artistas emergentes e projectos já estabelecidos no panorama nacional e até internacional. 

A nossa visão de curadoria tem-se baseado na qualidade das propostas, às quais o público vem respondendo com uma consistente adesão. A informalidade inerente a um espaço de café-concerto tem sido igualmente considerada aquando da definição das actuações a programar, com um resultado coerente entre proximidade e valorização da apresentação artística."

João Silva, coordenador da Blue House, diz-nos "o Café Curto, em 2024, vai para o quinto ano, começou em outubro de 2020 em plena pandemia, e de ano para ano tentámos sempre criar e acrescentar novas dinâmicas ao ciclo de programação, principalmente com elementos ligados à criação e ao apoio dos artistas emergentes. Em 2024, teremos novos parceiros, alguns deles fora da Região de Coimbra, para que o ciclo e os seus artistas possam circular e mostrar o seu trabalho a outros públicos e continuarem o seu trabalho enquanto músicos e criadores.

Manteremos o MIC (Música Independente de Coimbra), criado em 2022 e que é uma convocatória aberta a novos artistas da região de Coimbra. Nos dois anos do MIC, selecionamos 12 artistas, com os quais trabalhámos em estúdio, gravámos um tema, preparámos a sua estreia em palco no Café Curto e juntamente com o Tiago Cerveira, filmámos um vídeo para cada um deles. Em 2024, o MIC irá voltar, sendo que desta vez o território será toda a zona centro, com o intuito de alargar o espectro de artistas que se podem candidatar, e fazendo parcerias com entidades que trabalham o apoio à criação nesses mesmos territórios, como é o caso da Associação APURA. Em 2024 serão selecionados mais 8 projectos, que terão mentores convidados para os ajudar a potenciar-se artística e profissionalmente. 

Em 2023 criámos o Café Duplo, uma residência artística expresso, que proporciona o encontro de dois artistas que não se conhecem, e que lhe coloca o desafio de preparar um espectáculo em 24 horas. Foi uma bela surpresa, pois fomos constantemente surpreendidos pela generosidade, profissionalismo e criatividade de todos os artistas a quem lançamos o desafio, e foram 20, em 10 residências. Em 2024 vamos continuar o Café Duplo, sendo que vamos manter com a extensão do ciclo ao Teatro Municipal de Bragança, que começou em setembro de 2023, e convidar também artistas visuais para criarem uma imagem que ilustre o tema que sairá de cada uma das residências artísticas. Lisa Teles, Claudia Guerreira e Bruno Lucas serão os três primeiros artistas convidados, para ilustrar as três primeiras residências."

16 JAN | MIGUEL GOUVEIA E PAULO SOARES
Dia 16 de janeiro, o guitarrista Paulo Soares e o leitor Miguel Gouveia apresentam-se no Café Curto com um programa baseado nos Diários de Miguel Torga. Publicados em Coimbra entre 1941 e 1993, o conjunto de 16 volumes, um dos mais ambiciosos da literatura diarística do século XX, oferecem-nos uma singular visão de Portugal e do mundo. Como escreveu em Coimbra, a 3 de Agosto de 1970: “Este diário (…) não é uma crónica dos meus dias, mas a parábola deles.”

23 JAN, 12 MAR | COMBO DE JAZZ EACMC
Os showcases ‘Combo de Jazz’ resultam de uma parceria com a Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra (EACMC). Os jovens músicos em fase de formação sobem ao palco do Café Concerto do Convento São Francisco para uma mostra do seu talento em construção, através de um concerto pautado por composições originais e clássicos standards de jazz.

06 FEV | FRANCISCO FONTES
Francisco Fontes entra no panorama da música como baterista autodidata, até assumir a sua carreira a solo no início de 2021 com o lançamento do EP “Gravidade”. As suas canções transcendem a voz e a guitarra, criando uma atmosfera aparentemente vulgar, onde a simplicidade permite, ao mesmo tempo, que cada poema se difunda de forma percetiva e singular. “Cosmopolita”, o seu novo disco, um acervo de canções que retratam sentimentos e histórias que acontecem no espaço urbano, foi lançado em outubro de 2023 pela Lay Down Recordings e apresentado no Musicbox Lisboa.

20 FEV | HIDDEN HORSE
Hidden Horse é a nova dupla dos fundadores de Beautify Junkyards. João Kyron é o alquimista responsável pelos sintetizadores e samplers, enquanto Tony Watts assume a percussão com peças que o próprio vai encontrando em velharias microfonadas e processadas por efeitos aliadas à bateria eletrónica. No segundo álbum de originais, “Incorporeal”, editado em vinil pela Holuzam em setembro de 2023, os Hidden Horse reforçam uma sonoridade personalizada de cariz eletrónico, entre o pós-industrial e correntes ambient contemporâneas, entre exercícios de desconstrução rítmica e experiências laboratoriais de texturas analógicas.

05 MAR | CAPITAL DA BULGÁRIA
Capital da Bulgária é o nome artístico de Sofia Reis, cantora, compositora e produtora de Sintra. A artista, assinada pela Sony Music, já conta com quatro singles editados, todos eles integrantes do álbum de estreia que será editado no primeiro trimestre de 2024. Com uma capacidade única de abordar o que lhe vai na alma em potentes canções, ao mesmo tempo que comunica com o exterior num efeito espiral de humor e sentidos bem apurados, Capital da Bulgária já deu provas de todo o seu potencial na escrita, voz e até mesmo na produção. Dona de uma aptidão multifacetada, Capital da Bulgária tem deixado o seu cunho artístico em todos os processos de criação, desde a canção, ao design, à direção de fotografia e vídeo. Recusa os rótulos à música que faz e não sabe dizer se tem inspirações diretas, no entanto, sabe sim que tudo o que consome a alimenta. Nomes como Yebba, Labrinth, Bill Withers, Bo Burnham, Finneas, H.e.r., Rex Orange County, Victoria Monét, Yuri N5, T-Rex e Salvador Sobral fazem parte do seu dia a dia.

19 MAR | MALVA
Carolina Viana deu-se a conhecer em redoma, dupla portuense de sonoridade rap e ritmo desconstruído e poético, que formou com a produtora Joana Rodrigues. Em 2023, dá um passo a solo para fora da redoma, em busca de uma linguagem individual. Assume a personalidade artística de Malva, nome dado às flores que aceleram a cicatrização de feridas, e edita o primeiro single ‘extremidades’. A estreia, em nome próprio, retrata os limites do corpo e da alma e os excessos conscientes e inconscientes dessas limitações, através de uma sonoridade crua e visceral. Após ‘extremidades’, colabora com INÊS APENAS na faixa ‘Tensa’, escrita por ambas e produzida por Joana Rodrigues, com entrada direta na EQUAL Global, playlist editorial do Spotify. Malva lança, agora, o primeiro álbum, ‘vens ou ficas’, que inclui os singles ‘extremidades’, ‘como se início’ e ‘manhã’.

Esta produção da Blue House é dividida ainda em mais dois segmentos: Café Duplo e MIC | Música Independente de Coimbra.

Café Duplo

Na última sessão de cada mês, o ‘Café Curto’ proporciona um espetáculo de 60 minutos, fruto de um processo de sinergias e cocriação em ambiente de residência artística, em que dois artistas — sendo um originário da região de Coimbra/Centro — apresentam os seus temas e se juntam em palco para momentos musicais conjuntos e inéditos, desenvolvidos em residência prévia, no estúdio da Blue House.

Destes encontros, têm surgindo criações de Luís Figueiredo & Maree Lawn, Helder Bruno & Rui Maia, Diogo Alexandre & Ana Deus, João Mortágua HOLI & St James Park, Filipe Furtado Trio & Cabrita, Pedro Branco & José Valente, Mara Simpson & Diogo Mendes, Luca Argel & Vânia Couto e April Marmara & help!. Tendo estes últimos quatro encontros chegado ao Teatro Municipal de Bragança, na primeira extensão que este ciclo teve.

Para o ano 2024 e já em janeiro, teremos uma parceria entre Tiago Saga & Surma. Em fevereiro e março, teremos Miguel Cordeiro & Nacho Casado e Paulo Vicente & Bia Maria, respetivamente.

30 JAN | TIAGO SAGA + SURMA
Tiago Saga é o criador do projeto Time for T, um puro rafeiro que celebra a fluidez artística e a fusão de raízes diversas e que já passou por festivais como Vodafone Paredes de Coura, Meo Sudoeste, NOS Alive, Green Man e Sundance Film Festival. Apresenta-se acompanhado da sua guitarra e junta-se a Surma neste Café Duplo. Surma tem emitido uma luz especial e rara no panorama musical português, inspirando-se no silêncio para criar o seu próprio universo de canções de jazz, electrónica, e uma multiplicidade de influências, explorando caminhos nem sempre óbvios, mas com uma forte identidade. O novo disco "alla" é um desafio sem barreiras, onde se rodeia de várias participações de variados géneros musicais para adensar e consolidar ainda mais o seu mundo tão próprio.

27 FEV | MIGUEL CORDEIRO + NACHO CASADO
Miguel Cordeiro é um cantautor de Tondela que em Coimbra encontrou o seu ninho poético. Desde a maravilhosa voz à sensibilidade lírica, balança nas suas canções o pendor contemporâneo com o conforto do cancioneiro tradicional. Neste Café Duplo junta-se a Nacho Casado, compositor, autor, guitarrista e cantor espanhol, uma fusão de cantautor brasileiro pelas águas do mediterrâneo. O início da sua carreira a solo levou-o a percorrer a Europa com artistas estadunidenses tais como Damien Jurado, Neil Halstead ou Olof Arnalds. O seu mais recente trabalho, intitulado “Disco Bleu”, teve repercussões na América do Sul e Japão, país onde vai lançar um disco exclusivo com o selo Tokio Hayabusa Landings.

26 MAR | PAULO VICENTE + BIA MARIA
Paulo Vicente, natural de Bragança, é um produtor musical com colaborações em áreas distintas como teatro, dança, pintura e cerâmica. A sua música revela texturas que tocam as sonoridades da electrónica ambiental e do jazz experimental. É um dos membros fundadores do coletivo de música eletrónica improvisada Desterronics e colaborou com músicos como Vitor Rua, Jari Marjamaki e Carlos Santos. Bia Maria, nascida e criada em Ourém, é padroeira do ato de “escreviver”. Num precipício entre Beatriz e Maria, a sua caneta vem desfolhar um diário de cores e dissabores. Convoca melodias com origem no fado, na pop, na bossa nova e no canto popular, para as condensar em temas ora terra-a-terra, ora sonhadores. Para 2024, prepara-se para lançar o seu álbum de estreia Qualquer Um Pode Cantar.

MIC | Música Independente de Coimbra

O ‘Café Curto’ integra, ainda, uma vertente de formação artística e profissional, materializada na convocatória MIC | Música Independente de Coimbra, iniciativa que procura apoiar a criação e a promoção da música emergente, ao incentivar a profissionalização dos artistas selecionados.

Os projetos escolhidos integram a programação do ‘Café Curto’ e têm, ainda, a oportunidade de gravar um tema original no estúdio da Blue House e de produzir os respetivos videoclipe e sessão fotográfica com o fotógrafo e videógrafo Tiago Cerveira. Para 2024, a novidade é a possibilidade de 2 projetos participarem no Festival Apura, em Coimbra.

A componente de mentoria é o vetor fundamental neste projeto, sendo sustentada pelo trabalho próximo e cuidado de profissionais, com elevado conhecimento técnico e artístico, com os jovens artistas. Em 2024, todos os projetos terão uma mentoria profissional e ligada ao meio artístico onde se inserem.

Esta iniciativa tem recebido uma atenção crescente, tendo registado, na edição de 2022, 33 candidaturas e, em 2023, 36 propostas. Para 2024, o MIC abre espaço a 8 projetos e as candidaturas iniciam-se no dia 15 de janeiro. A apresentação ao público inicia-se no 2º trimestre de 2024.

Pela primeira vez, a convocatória abre o território para os distritos de Aveiro, Viseu, Castelo Branco, Leiria e Guarda, mantendo a ligação a Coimbra.

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