“Como uma transfusão de sangue, creio que comecei a sentir-me cada vez mais próximo da música de José Mário Branco à medida que a fui tocando e cantando, sempre que a oportunidade surgia.
Como se a espessura ética e poética das suas canções fosse progressivamente ocupando e fortalecendo um lugar onde antes havia insegurança e incerteza, à medida que as fui cantando e cantando e acreditando cada vez mais no que cantava."
JP Simões
Depois de várias revisitações avulsas, JP Simões debruça-se na essência e no significado de oito composições intemporais de José Mário Branco, oferecendo uma interpretação comovente, reinventando e revitalizando o seu legado para uma nova geração de ouvintes.
A escolha do tema que abre a porta para esta celebração da vida e trabalho de José Mário Branco recaiu na emocionante "Mariazinha", canção incluída na emblemática obra de 1971 "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades".
Mais de cinco décadas depois, esta versão realça a atualidade e a urgência do original, relato de uma vivência feminina plena de desafios e dificuldades como a pobreza, a opressão e a exploração.
O videoclipe é assinado por um antigo cúmplice de JP Simões, o realizador António Ferreira ("Bela América", "Pedro e Inês" e "Esquece Tudo o que te Disse").
José Mário Branco, cuja contribuição para a música portuguesa desde a década de 1960 é incomensurável, deixou-nos em 2019, mas o seu espírito e a sua música continuam presentes e necessários, habitando o imaginário coletivo de todos nós, agora também através da voz de JP Simões.
Gravado entre Leiria e Sintra e com o selo da Omnichord Records, "JP Simões canta José Mário Branco" está disponível nas plataformas digitais e terá uma edição física limitada em CD e Vinil.
“Depois de uma muito considerável quantidade de concertos centrados no seu trabalho, que foram afinando essa proximidade, surgiu um convite para – porque não? – fazer um registo que lhe fosse inteiramente dedicado.
É uma voz agora oportuna e necessária a de José Mário Branco? É pungente e transborda beleza e coragem? Sem dúvida.
E aqui estamos. E o mais intrigante para mim é lançar um disco onde pela primeira vez sou exclusivamente intérprete das canções de outra pessoa e sentir que é talvez o disco mais íntimo que alguma vez produzi.
Cabe-me agradecer ao autor este privilégio de me sentir mais completo e menos só, na casa que ele construiu para todos”.
JP Simões
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