sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

KATIA GUERREIRO LANÇA DISCO "MISTURA" EM FRANÇA NO DIA DE LANÇAMENTO DAS COMEMORAÇÕES DOS 50 ANOS DE ABRIL

















Paris, concerto no Théâtre de La Ville, 19 fevereiro.

Dias antes anunciaram a sala esgotada. Duas grandes motivações para fazer diferente: o início das comemorações em Paris dos 50 anos do 25 de Abril e a apresentação do meu álbum Mistura.
Foi-me sugerida a leitura de poesia relacionada com o tema Abril.

Integrei no espectáculo 3 poemas, um de Sophia de Mello Breyner, outro de Jorge de Sena, e o meu poema preferido de Miguel Torga (Síssifo). Introduzi ainda o Menino do Bairro Negro de Zeca Afonso.
Voltar a Paris, é sempre motivo de nervosismo, mas sem razão nenhuma.

A verdade é que, como fiz questão de dizer em palco, França acolheu centenas de milhares de portugueses há bem mais de 50 anos, aproximou-se e quis conhecer a nossa cultura e o nosso país, e eu sempre fui recebida, tratada e acolhida com imensa generosidade. Mas era preciso dizê-lo. Não há amizade sem provas de amizade, não há amor sem provas de amor, e a presença massiva o público francês e português que acorrem aos nossos espectáculos são prova de ambos!

Aconteceu que, envolvida na poesia cantada e dita (em português e francês) me elevaram a inspiração e tudo o que aconteceu ali foi puro amor.

Foi também momento de despedida que não podia acontecer sem uma justa e merecida homenagem a um pilar nos últimos 13 anos de carreira. O Pedro de Castro fez ontem o seu último concerto. Estava anunciado o fim da sua presença em palco em Dezembro, quando tocámos em Madrid, mas este concerto em Paris ainda estava integrado na apresentação oficial do álbum Mistura no qual foi o timoneiro.

Fomos e somos felizes juntos em palco e fora dele, na nossa vida de amizade profunda, de confiança, de respeito e admiração.
Como voam as gaivotas e não se deixam aprisionar, o Pedro vai voar nas paragens onde lhe apetece estar agora: as suas casas de Fado, a composição, o seu estúdio, as produções. E vamos estar sempre por perto.
Foi, por tudo o que demos e recebemos, uma noite gloriosa em emoções e partilhas.

À três vite, Paris.
Até já, Pedro.

Obrigada a todos os que nos abraçaram naqueles longos aplausos e sorrisos. É o nosso maior prémio.


Katia

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