sexta-feira, 1 de março de 2024

PRIMEIRO DISCO DE LUÍS CONTRÁRIO





















O primeiro disco de Luís Contrário - “músicas de dança para pessoas tristes”, editado pela Saliva Diva - surge da fusão de melodias tristes com ritmos dançáveis.

Um baixo, um pedal de loops, uma drum machine e um sintetizador entram num bar com pouca iluminação, todo feito em madeiras escuras. Está uma bola de espelhos barata no canto da sala que faz com que o bar ganhe um tom arroxeado. São 3h42, os pés já colam no chão, culpa de bebidas derramadas. Há restos de serpentinas e balões de uma festa de anos foleira espalhados por todo o lado. A festa era da Sandra, 37 anos. Fez na quarta, mas só no sábado é que deu para festejar. Não é bem a mesma coisa, mas foi para o que deu. É para este universo que nos transporta o som de Luís Contrário. O título “músicas de dança para pessoas tristes” prepara-nos para o que vamos ouvir nos 20 minutos seguintes. Vamos dançar tristes. A abafar a aflição ou a celebrar a melancolia. Forçar o ritmo da felicidade numa melodia que não quer sorrir. Vamos ser felizes refugiados na tristeza. Afinal, é um estado que todos conhecemos. Estar feliz, mas triste. “Baixo, pedal de loops, drum machine, sintetizador e o coração de Luís Contrário lá espelhado. “músicas de dança para pessoas tristes” é o primeiro registo deste nome e traz precisamente isso: ritmos para dançar envolvidos em tons mais melancólicos. Com muito destaque dado às cordas, mas sem deixar afogar elementos que põem o pé a bater, este é um disco refrescante que fica muito bem a correr no escritório, no carro ou simplesmente na sala de estar.”

- A Cabine

“Luís Contrário fecha-se no quarto, liga o material, e de uma batida nasce "Músicas de dança para pessoas tristes". O baixo, ondulado e crocante como um pacote de batata frita acabado de abrir, dança e chora ao mesmo tempo, qual carpideira na discoteca depois do funeral. Os temas são curtos, directos ao assunto, viciantes como cerveja e uma latinha de cajus numa tarde de sol no Outono. "Músicas de dança para pessoas tristes" é uma ode à auto-comiseração que não se leva demasiado a sério, um hino a ser do contra, uma procura de luz entre a névoa. Dança, rapaz, dança!”

- Daniel Catarino

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