"Somos domados pelos senhores da ilusão"
Esta canção é um retrato musical trágico - cómico do estado em que o nosso país se encontra.
O texto duro e contundente é servido disfarçadamente numa espécie de fanfarra jocosa, leve, brincalhona, solta e alegre, trazida pela tuba, trompete, trombone e saxofone.
A canção tem uma toada alegre, que convida a um pulo de dança, trazido pelo balanço da percussão, do piano e da guitarra eléctrica.
E, tal como os ratos da história do flautista de Hamelin, lá seguimos hipnotizados, a eterna ladainhados lugares comuns dos mestres da ilusão.
Dos fanfarrões que cegamente entoam as suas palavras, rumo ao precipício.
Um país que não sabe para onde ir, moribundo, confuso e domado...
A euforia fiscal, a pensão de invalidez, o desnorteio...
A canção de tom irónico e crítico, tem um refrão forte, que remete para a ideia de nos mantermos sóbrios para expulsar os impostores.
A canção termina com a entrada das cordas que convidam a uma evocação do sonho como motor de mudança para voltarmos a ser uma nação.
Uma canção forte e actual para nos arrebitar de um sono hipnótico e preocupante.
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