2000 A.D.” é o enigmático título da nova canção de Samuel Úria, o regresso aos inéditos quatro anos após a publicação de “Canções do Pós-Guerra”.
Para uma determinada geração nascida no século passado – a denominada “Geração X” ou, desambiguando, aquelas pessoas em idade activa que se queixam de dores de costas com demasiada frequência – o cruzar do ano 2000 afigurou-se um marco menos intenso do que a prévia antecipação do ano 2000. A previsão dessa efeméride foi, durante muito tempo, pejada dum sentimento esperançoso, de ensejos optimistas; era a súmula de toda a ideia de progresso, o sinónimo cristalizado do futuro.
Mais de duas décadas volvidas, e com os anos a avolumarem-se de forma trivial, a surpresa anestesiou-se e a decepção latente vem engordando. Não é que o presente dos computadores no bolso seja menos impressionante que o futuro dos carros voadores, mas qualquer rescaldo do progresso trará refluxo para amargos de boca. Era suposto a História deixar de reescrever-se depois do ano 2000 e, afinal, por muito que mude o papel, a caligrafia garatujada segue igual.
No último meio século, os brados de liberdade passaram de gritos de celebração para gritos de socorro. A boa velha monocularidade da verdade tornou-se vesga, multiplicada e adulterada por lentes e ecrãs: serve mal o Bem, serve bem o Mal. Sacrificou-se a virtude em altares a bezerros dourados; deram-se as chaves das revoluções aos mais beatos censores. Não será esta a melhor altura para se cantar um futuro que, mesmo ultrapassado, tarda em chegar?
Estimulado pela realidade actual e pela frustração sentida com os sinais de regressão civilizacional que a mesma teima em apresentar, Samuel Úria construiu em torno do imaginário do “ano 2000” e das esperanças românticas que a chegada do novo século geraram à época, uma abordagem poética e musical.
Adivinha-se que seja para já apenas a primeira descoberta do longa duração e que os concertos agendados para os dias 1 e 8 de Outubro, no Porto e Lisboa, no Teatro Sá da Bandeira e no Teatro São Luiz, respectivamente, sejam a antecipação em palco do que nos irá revelar em breve. Os ingressos estão já disponíveis na Ticketline (Porto), Blueticket (Lisboa) e nos locais habituais com preços entre 11€ e 22€.
A canção “2000 A.D.” contou com produção partilhada entre Samuel Úria e Miguel Ferreira e foi gravada no início deste Verão, envolvendo a participação de mais de dezena e meia de músicos e cantores.
O ano 2000 está quase a chegar.
Mais de duas décadas volvidas, e com os anos a avolumarem-se de forma trivial, a surpresa anestesiou-se e a decepção latente vem engordando. Não é que o presente dos computadores no bolso seja menos impressionante que o futuro dos carros voadores, mas qualquer rescaldo do progresso trará refluxo para amargos de boca. Era suposto a História deixar de reescrever-se depois do ano 2000 e, afinal, por muito que mude o papel, a caligrafia garatujada segue igual.
No último meio século, os brados de liberdade passaram de gritos de celebração para gritos de socorro. A boa velha monocularidade da verdade tornou-se vesga, multiplicada e adulterada por lentes e ecrãs: serve mal o Bem, serve bem o Mal. Sacrificou-se a virtude em altares a bezerros dourados; deram-se as chaves das revoluções aos mais beatos censores. Não será esta a melhor altura para se cantar um futuro que, mesmo ultrapassado, tarda em chegar?
Estimulado pela realidade actual e pela frustração sentida com os sinais de regressão civilizacional que a mesma teima em apresentar, Samuel Úria construiu em torno do imaginário do “ano 2000” e das esperanças românticas que a chegada do novo século geraram à época, uma abordagem poética e musical.
Adivinha-se que seja para já apenas a primeira descoberta do longa duração e que os concertos agendados para os dias 1 e 8 de Outubro, no Porto e Lisboa, no Teatro Sá da Bandeira e no Teatro São Luiz, respectivamente, sejam a antecipação em palco do que nos irá revelar em breve. Os ingressos estão já disponíveis na Ticketline (Porto), Blueticket (Lisboa) e nos locais habituais com preços entre 11€ e 22€.
A canção “2000 A.D.” contou com produção partilhada entre Samuel Úria e Miguel Ferreira e foi gravada no início deste Verão, envolvendo a participação de mais de dezena e meia de músicos e cantores.
O ano 2000 está quase a chegar.
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