Créditos: Sofia Vilares.
Depois do lançamento de Ó Ti ó Tirititi, primeira canção a ser desvendada de um novo disco de OMIRI, o artista apresenta agora Ai Lé, uma nova página num álbum a ser editado já no início do próximo ano, a 7 de fevereiro de 2025.
Ai Lé, o novo single de OMIRI é uma obra que transcende os limites da música tradicional, unindo as polifonias ancestrais das Beiras aos sons dos ofícios tradicionais do Ribatejo à manipulação eletrónica. OMIRI, nesta canção, cria uma ponte entre a tradição e a modernidade, mantendo viva a essência cultural, mas projetando-a para um novo contexto sonoro e visual.
Ai Lé é uma evocação poética da vida rural, com uma forte ligação à terra e aos costumes das aldeias. Ao longo da canção, ouvimos uma série de estrofes que falam de figuras e situações do quotidiano: a veneração à Senhora de Nazaré, a condição dos trabalhadores, o trabalho com o linho, e rimas que expressam sabedoria popular.
O refrão de Ai Lé vai além de um simples canto; é um grito de força e continuidade das tradições, uma ligação profunda entre a natureza, o trabalho e a espiritualidade. Ai Lé torna-se um símbolo de resiliência e da relação ancestral com a terra, que persiste através das gerações.
A canção é inspirada nas recolhas de sons e vozes provenientes de várias regiões de Portugal, com um enfoque particular na Beira Litoral e na Beira Alta para as polifonias, e no Ribatejo para os sons dos ofícios tradicionais. Entre as fontes de gravação estão as vozes do grupo Canto a Três Vozes, os Teares de Minde, as Tréculas do Rancho da Asseiceira, o Triângulo do Rancho do Pego, e o trabalhar da pele de Pedro Caetano de Alcanena. Estas gravações foram realizadas em vídeo por Vasco Ribeiro Casais, o que permite a captura não apenas dos sons, mas também das imagens e dos gestos que fazem parte do processo de cada uma dessas tradições.
A grande inovação de OMIRI surge na forma como esses sons e imagens são manipulados. Quando os sons são trabalhados, também o vídeo é simultaneamente reconfigurado, criando uma experiência audiovisual única. Essa simbiose entre o áudio e o vídeo é o cerne do trabalho de OMIRI, um artista que tem explorado de forma constante as possibilidades da manipulação digital para transformar a música tradicional em algo profundamente contemporâneo. As recolhas são digitalmente processadas e reconfigurados para criar uma paisagem sonora multifacetada, onde o passado se mistura com o futuro, e se entrelaça com as sonoridades da viola braguesa e do cavaquinho de Vasco Ribeiro Casais.
OMIRI continua a reafirmar a sua identidade como um projeto audiovisual inovador, capaz de dialogar com o património cultural de Portugal enquanto o projeta para o futuro.
Sobre OMIRI:
OMIRI é um dos mais originais projectos de reinvenção da música de raíz portuguesa.
Para reinventar a tradição, nada melhor que trazer para o próprio espectáculo os verdadeiros intervenientes da nossa cultura; músicos e paisagens sonoras de todo o país a tocar e a cantar como se fizessem parte de um mesmo universo. Não em carne e osso mas em som e imagem, com recolhas de video manipuladas de modo a servir de base para a composição e improvisação musical de Vasco Ribeiro Casais.
OMIRI é, acima de tudo, remix, a cultura do século XXI, ao misturar num só espectáculo práticas musicais já esquecidas, tornando-as permeáveis e acessíveis à cultura dos nossos dias, sincronizando formas e músicas da nossa tradição rural com a linguagem da cultura urbana.
Nos últimos anos OMIRI consagrou-se como um projecto internacional, levando toda a portugalidade aos quatro cantos do mundo e actuando nos maiores festivais nacionais e internacionais como a Womex, Reepperbahn, Eurosonic, Rudolstadt, Kaustinen, Viljandi, Dranouter, Live at Heart, Exib Musica, Iminente, WestWay Lab, Med, Artes à Rua entre muitos outros.
O seu album "Baile Electrónico" esteve no top 3 nas tabelas World Music Charts Europe (Setembro 2017). Em 2020 foi galardoado com o Prémio Inatel nos Iberian Festival Awards. Paralelamente aos concerto de palco, OMIRI também desenvolve projectos especiais com o envolvimento das comunidades locais e direcionados a regiões especificas como os espectáculos únicos em Évora, Pombal, Alcanena, Tomar e Setúbal, dos quais resultaram os livros/ cds : “Alentejo vol.I: Évora", “Beira-Litoral e Ribatejo vol.I: Pombal, Alcanena e Tomar, “Estremadura vol.I: Setúbal” e “Ribatejo e Estremadura vol.II: Abrantes e Alcobaça” sem dúvida obras primas que re-intrepretam toda a cultura de uma região.
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