sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

UM CORPO ESTRANHO RECRIAM JOSÉ AFONSO













Foto - Pedro Estevão Semedo

O duo setubalense formado por Pedro Franco e João Mota volta a editar novo single, desta vez uma versão de José Afonso, “Canção da Paciência”. Não sendo a primeira vez que se debruçam sobre o trabalho do “cantor andarilho”, por ser uma das suas grandes influências, os Um Corpo Estranho revisitam este tema inspirados pela sua mensagem ainda tão atual face ao rumo das sociedades modernas e da espuma dos dias que correm.

Referem ainda que sendo a música e as expressões artísticas um dos últimos redutos da liberdade e à qual cabe lutar por um lugar de reflexão e questionamento dentro das problemáticas humanas, é importante lembrar as razões e as condições nas quais tantos temas foram escritos, mantendo-os vivos, ainda que com diferentes roupagens.

O tema foi produzido por Sérgio Mendes e conta com Vídeo de Pedro Estevão Semedo e Fotografia de Mário Guilherme. A edição cabe à Setubalense Malafamado Records.

Na música de João Mota e Pedro Franco, o duo Um Corpo Estranho, a estranheza apensa à designação é coisa de uma fugacidade momentânea. Não se juntaram por acaso – escolheram-se. Tiveram suficientes bandas, passaram por experiências musicais q.b. para que, no momento de, qual ritual de acasalamento, seleccionarem o parceiro ideal o fizessem com o saber acumulado responsável por: a) olharem para trás e verem no outro a cumplicidade que nunca tinham conseguido repetir daí em diante; b) terem o discernimento de perceber que a música se pode fazer a dois e não obrigatoriamente a quatro ou cinco.

Pedro e João conheceram-se aos 15 anos, altura em que a vontade de pegar numa guitarra partia do mesmo movimento ascendente de querer trepar até sonhos de reconhecimento, feitos artísticos, plateias em delírio e rendidas a canções tão importantes quanto a própria vida. Quando, passado um longo hiato em que a amizade ficou em lume brando, os dois voltaram a encontrar-se, foi também esse lastro de sonho amparado agora pela maturidade a reacender nos dois e a grudar-se nas canções nascentes. Depois, com orgulho de pais, foi adubar-lhes o caminho a essas canções e vê-las crescer, quererem sair de casa, resmungarem a toda hora, tornarem-se autónomas e só já precisarem deles para que o mundo não as estranhe em demasia.

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