© Elisa Azevedo
Menos de um ano após a estreia com o EP "1996" (e de muito vai-e-vem entre Portugal e Londres para o apresentar), Girls 96 editam o single "Circos".
Se "1996" já era marcado pelo contraste de uma enérgica e pulsante electrónica com narrações confessionais entre a indiferença e a obsessão, Girls 96 acentuam-no de forma mais densa e sombria - mas não menos catchy - em "Circos", como se ouve no beat e em versos como "vejo-te na rua, sempre em todo o lado vejo-te no perfume que deito no braço" ou no refrão "são 27 mil passos para te apanhar // são 27 mil passos sem hesitar".
Girls 96 [noventa e seis] são Paloma Moniz e Ricardo Gonçalves, duo de dance-punk e electroclash, construindo uma densidade electrónica com sintetizadores pulsantes e beats enérgicos que contrastam com vozes hipnóticas, glitchy e cruas, interpretadas entre a indiferença e a obsessão.
Estreara-me com fazendo uso desse contraste para narrar e espelhar as intensidades e nostalgias dos rituais cáoticos da noite (e do que a antecede e sucede). Composto em Londres e, mais tarde, produzido em correspondências digitais e físicas com Rodrigo Castaño e Bejaflor em Lisboa, em 1996 dança-se entre a honestidade cheesy e a perfomatividade blasé, enquanto, em seis músicas, Girls 96 tentam decidir entre ir embora da festa ou ficar mais um bocado.

Sem comentários:
Enviar um comentário