Os Pontos Negros celebram 20 anos de carreira e estão a preparar um concerto especial para o Indie Music Fest, o único festival onde atuam este verão. David Bruno, NOIA, Gorjão, Jay Mezo, Needle e Vitória Vermelho juntam-se também ao cartaz do festival que regressa a Baltar, de 4 a 6 de Setembro.
Conhecidos pelo indie rock vibrante e pelas letras recheadas de ironia e maturidade, Os Pontos Negros formam-se em 2005 pelos irmãos Jónatas Pires (voz e guitarra) e David Pires (bateria), aos quais se juntaram, pouco depois, Filipe Sousa (voz e guitarra) e Silas Ferreira (teclas). Agora, após anos de ausência, regressam para um concerto no Indie Music Fest, de celebração dos 20 anos de carreira, onde prometem revisitar os temas que marcaram a sua trajetória. Uma oportunidade rara para reviver a energia e o espírito irreverente de uma das bandas mais emblemáticas do indie rock nacional.
Esta nova vaga de confirmações traz ainda David Bruno, com o seu novo disco “Paradise Village; NOIA, dj e co-fundadora do coletivo XXIII, que além de somar atuações um pouco por todo o mundo, detém uma das atuações mais memoráveis da plataforma Boiler Room; e ainda, alguns dos nomes emergentes mais interessantes da atualidade: Gorjão, Jay Mezo, Needle e Vitória Vermelho. Confirmações que se juntam assim a 16 nomes já anunciados nos últimos meses, como Bateu Matou, Quadra, Yakuza, Manga Limão, Ganso, Bad Tomato e Hause Plants.
Há ainda novidades para os mini festivaleiros, o novo espaço Mini Indie. Tiago Nalha, da organização, explica: “criamos uma área dentro do recinto do festival inteiramente dedicada aos mais pequenos, com entrada gratuita das 14h às 18h, para crianças dos 3 aos 10 anos”. Nas palavras do diretor do festival, o Mini Indie oferece “concertos especialmente pensados para crianças, oficinas criativas que exploram a biodiversidade do recinto, e ainda, jogos tradicionais”. Todas as atividades acontecem num ambiente seguro e educativo, onde os participantes recebem um Passaporte Mini Indie, que será carimbado a cada atividade que participar. Ao completar todos os carimbos, o passaporte dá direito a um prémio especial: acesso ao muito desejado insuflável. “Mais do que um espaço infantil, é um convite à descoberta, ao convívio e à imaginação, enquanto os pais aproveitam a música e o ambiente do festival com tranquilidade” remata Tiago Nalha.
Depois de um hiato provocado pela pandemia e pela mudança forçada de recinto, o festival regressa este ano num espaço que combina música e natureza de forma única, com um dos palcos localizado num anfiteatro natural rodeado de árvores. Falamos da Floresta Mágica da Quinta do Cabo, em Baltar, município de Paredes. O Indie Music Fest promete mais novidades ao longo dos próximos meses. Até ao próximo dia 31 de Março os passes gerais, com direito a Camping, estão a um preço especial de 25€ na BOL e nos locais habituais.
Os Pontos Negros são uma das bandas mais marcantes do rock independente português moderno. Formados em 2005, destacaram-se pelo seu som cru e energético, influenciado pelo garage rock e pelo rock clássico, e pelas letras em português, cheias de ironia e referências culturais.
O primeiro lançamento, em 2005, chegou pela editora FlorCaveira: um disco homónimo, com 10 curtas faixas, carinhosamente apelidado pela banda como “o disco da mini-saia”. Em 2006, participaram na compilação “A FlorCaveira Apresenta: Cinco Subsídios Para O Panque-Roque Do Senhor”, ao lado de nomes como Samuel Úria e Jerusalém. O grande reconhecimento veio em 2008 com “Magnífico Material
Inútil”, um álbum que consolidou o estatuto da banda e lhes valeu uma legião de fãs até aos dias de hoje. Seguiram-se Pequeno-Almoço Continental (2010) e Soba Lobi (2012), mantendo a identidade irreverente e o espírito inovador.
Apesar do impacto e da influência, a banda entrou em hiato após 2013, tendo regressado pontualmente para concertos. Celebraram o 10o aniversário de “Magnífico Material Inútil” no Musicbox, em 2018, e tocaram no encerramento da sala Lounge, em Lisboa. Ao longo da sua carreira, marcaram presença em alguns dos maiores palcos do país, como o Alive e o Sudoeste, além da honra de abrir para os Xutos & Pontapés no Estádio do Restelo. Aliás, foi o próprio Zé Pedro (Xutos) quem descreveu a banda como uma força transformadora na música portuguesa: "A banda foi responsável por uma agitação e mudança na música nova em Portugal. A maneira como faziam as canções, a maneira como cantavam e as letras que escreviam eram novas e refrescantes.”
A banda deixou hinos geracionais e uma marca indelével no panorama do rock nacional. Com melodias contagiantes e uma atitude irreverente, Os Pontos Negros continuam a ser uma referência para fãs e novas gerações de músicos.
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