terça-feira, 18 de março de 2025

INÓSPITA NOMEADA NOS PRÉMIOS FUTURAWARDS





















Fotografia de Diana Matias.

Ana Lua Caiano, Bia Maria, Carminho, David Bruno, Emmy Curl, Lena D´Água, Maria Reis, Margarida Campelo e Rafael Toral são os outros ilustres nomeados:

Inóspita está nomeada para Melhor Artista Solo nos Futurawards da Rádio Futura. A cerimónia de entrega de prémios terá lugar na Culturgest no dia 31 de março e as votações já abriram aqui.

Próximos espetáculos:

2 de Maio, Casa do Comum, Lisboa
22 de Maio, Soam as Guitarras, Setúbal 

O segundo disco de originais da artista, E nós, Inóspita? foi editado a 23 de setembro e foi apresentado ao público no passado dia 23 de janeiro no Lux em Lisboa.

"Quando chegou ao fim do concerto, a sala estava suspensa, como se o tempo tivesse sido diluído e ninguém soubesse ao certo quanto tempo passara. Mas talvez isso não importasse. O que importava era a beleza rara e indescritível que todos tinham testemunhado. Os aplausos explodiram como uma onda de partículas de luz — gritos, palmas, pés batendo no chão —, mas mesmo no barulho havia uma reverência, uma gratidão silenciosa por ter vivido aquele momento que, por mais breve que fosse, ecoaria na memória de cada um como um acorde infinito." - em Rimas e Batidas ler aqui

"Uma noite que nos devolveu ao essencial: o som como terapia, a música como casa, e o diálogo – ainda que apenas com uma guitarra – como um caminho para nos reencontrarmos." - em Música Sem Capa ler aqui

"Em “E Nós, Inóspita”, Inóspita dá um seguro passo em frente, é seguro dize-lo agora que estão volvidos alguns meses sobre o lançamento do álbum, e tivemos tempo (e muita vontade) de o degustar devidamente. De «Inós» a «Só»; da primeira à última canção.

(...) Maravilhoso concerto." - em Rua de Baixo ler aqui

"Ao contrário do que o nome indica, esta é uma música calorosa, um beijo na face dado por seis cordas." , "Estaremos perante o maior dos paradoxos da música emergente portuguesa?" e "A música de Inóspita obriga a parar, sentir, abraçar" - em Blitz ler aqui

Alinhamento do novo disco:

De trocadilho fonético feito, o álbum começa com Inós: De Inês para Inóspita. O inicio da metamorfose. Uma canção não cantada que vai crescendo com um toque de esperança mas que volta a concluir-se em balada, sem necessidade de se complicar ou exibir.

Colinho é uma música folk de ritmo marcado. Com bases nas músicas que ouvia o seu padrasto Colin a tocar quando chegava a casa e que se conclui em acordes chateados: Pudera não embirrarmos com os nossos.

Transportando-nos para um antigamente cheio de dedilhados e baseada na técnica de chord melody, O Retrato de Cid Rosa é uma ode à mãe e ao livro controverso de Oscar Wilde.

São as Fofocas que movem o mundo e é desta forma que Inóspita tenta provocar a sua validade. É um encontro com amigos inconclusivo. Com uma parte A e B contrastantes e com uns quantos pedais a ganharem terreno, Fofocas é o híbrido de acordes de jazz com atitude e composição rock.

Diretamente dedicado ao Bruce Springsteen, influencia maior de Inóspita, Canção para Bruce é simples, empática e tenta andar nos pés de alguém cuja vida não sorriu mas que a esperança não se deixa apagar.

Com um álbum gravado em Sintra na casa da família Cintra Gomes e com todo um historial de cantinho de refugio pessoal onde a serra densa e nublada se transforma em praia bruta e bela, Cintra I & II começa com uma guitarra saltitante e dedilhada à descoberta desta beleza que cai para uma repetição frágil de loops, guitarras com oitavas e solos de guitarra e pedais que choram ao perder-se em Cintra.

“Alguém entra num bar” e todos os teus amigos estão lá e a tua banda de sonho toca algo de fundo. Contudo, em Musa Ausente a frustração de ter algo por dizer mantém-se e Inóspita monta este interlúdio onde nos deixa um poema recitado pela própria que, finalmente por palavras, nos desabafa a incapacidade de transmitir algo consciente, da constante frustração que é ser-se humano e da aceitação que talvez uma canção seja somente bela e egoísta.

Se até agora a viagem foi solitária, em E Nós, Inóspita encontra, finalmente, quem lhe dê a mão e revisita o 1º tema do disco agora acompanhada com a belíssima voz da Sara Afonso, o contrabaixo do Zé Almeida e a bateria do Pedro Antunes. Nesta primeira canção em banda, finalmente cantada, que afinal funciona como um abraço à amizade que tantas vezes temos como família.

Inóspita regressa à terra dos sonhos solitários e evoca Só de Jorge Palma como despedida desta viagem cheia de dedicatórias e convocatórias com um arranjo da música de um dos álbuns que mais a acompanhou na esperança de que esta segunda viagem da guitarrista se traduza na importância da calma, empatia e diversidade do saber num mundo cada vez mais apressado, fingido, individualista e, para todos os efeitos... inóspito.

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