Este é o single de estreia pelo cantautor e artista Francis Salema, sobre brutalidade policial - uma canção de intervenção com lançamento marcado para o dia 25 de abril de 2025. Esta canção foi também escolhida para integrar a programação do Festival Política de 2024 de Lisboa, o programa “É Proibido Proibir” e a Mostra Nacional de Jovens Criadores.
Sobre o single
A história desta canção começou no verão de 2020 despoletada pela morte de George Floyd, em que o assunto da violência racista vigente nas forças policiais tornou-se por algum tempo foco da atenção coletiva, trazendo para os meios de comunicação social um tema raramente falado e ideologicamente oculto de quem tem o privilégio de não se deparar com a realidade desta forma de terror e violência no seu dia-a-dia. Francis e Andréia Galvão, amiga e ativista, criaram nessa altura o refrão da canção.
A música só acabou por ser terminada a 3 de fevereiro de 2024, quando círculos de amigues e ativistas de Lisboa partilharam imagens e relatos pessoais horríveis da violência policial exercida injustamente sobre ativistas que protestavam contra uma manifestação ilegal racista e neofascista no Terreiro do Paço.
Foi aí que Francis decidiu utilizar o que sentia e o refrão que tinha feito com a Andreia há quase quatro anos atrás para criar algo através do qual pudesse expressar todos os sentimentos que esse e tantos outros eventos de violência policial me trouxeram, e assim criei por fim a canção “Maçãs Podres”. Foi assim criada a esperança de através dela expor os argumentos sem sentido que justificam a violência policial desmedida e se poder conectar e partilhar a dor e repulsa por este sistema policial que tem por base o sofrimento desnecessário de tanta gente com quem também a sente, e de espalhar por todes es que ouvirem esta canção a mensagem de indignação, sublevação e revolta contra o status quo que julga ser necessária para efetivar mudança.
A canção foi gravada na Blue House com Skye Espadinha no baixo, Aurora Correia na guitarra e João Martins na bateria.
As suas canções, com foco na sua lírica, são retratos crus e verdadeiros da realidade nas suas facetas menos glamorosas, entrando em temas como relações tóxicas e abusivas com drogas, sexo e outros vícios, relações interpessoais disfuncionais, transfobia, doenças mentais e problemas sociais de uma forma dolorosamente aberta e vulnerável. Mistura na sua arte influências da tradição portuguesa com as estéticas do mundo moderno. O seu propósito tanto enquanto artista como ativista e sociólogo é de obrigar a sociedade e os seus constituintes a depararem-se com as suas feridas - tanto as que têm como as que causam.
Podem ver no YouTube exclusivamente um visualizer e contactar o autor por via deste e-mail ou através das redes sociais.

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