segunda-feira, 1 de setembro de 2025

EPICENTRO NA BAIXA DE COIMBRA















Inserido na programação “Verão a Dois Tempos”, a curadoria da Blue House volta a trazer encontros inéditos entre artistas e uma programação que ocupa o coração da cidade com música, performance e artes visuais nos dias 5 e 6 de setembro.

Nos dias 5 e 6 de setembro, o Epicentro instala-se novamente no coração da Baixa de Coimbra, mantendo a sua missão de criar um espaço-tempo de encontro, experimentação e partilha artística. Com curadoria da Blue House, este fim de semana continua a cruzar linguagens e formatos, propondo concertos, performances, residências e experiências imersivas em diferentes espaços da cidade. Todos os espectáculos são de entrada livre.

Entre os destaques estão a estreia da Serenata a Paredes – Parte I, na Estação Nova (que transitou de julho), e a presença de artistas nacionais de referência, incluindo Vitorino Voador, Adolfo Luxúria Canibal e You Can't Win, Charlie Brown.

O Epicentro mantém também o Sarau Hiperestésico, com Rodrigo Pedreira, Flor, Nils Meisel e Juliana Maar, que transforma o Mercado Municipal num espaço de experiência sensorial e comunitária, onde som, luz, imagem e movimento se cruzam sem fronteiras entre palco e público.

O Epicentro integra-se na iniciativa Verão a Dois Tempos, programação de Verão promovida pelo Município de Coimbra em coorganização com quatro entidades culturais (Associação Há Baixa, Blue House, Encontros de Fotografia e Jazz ao Centro Clube), que decorre de 21 de junho até ao final de setembro, na Baixa da cidade.
Com cerca de 100 actividades em cinco palcos principais, o programa aposta na diversidade de públicos e na reactivação dos espaços urbanos, através de concertos, oficinas, visitas temáticas e residências artísticas.

PROGRAMAÇÃO EPICENTRO – SETEMBRO

5 SETEMBRO – Vários espaços da cidade
17:00 – Tipo (Café Santa Cruz)
18:00 – Vitorino Voador (Loja Jorge Mendes)
19:00 – João Pais Filipe + Krake (CAV – Centro de Artes Visuais)
20:00 – Serenata a Paredes – Parte I, com Luís Figueiredo + Hugo Santos (Estação Nova) – estreia
21:00 – Afonso Cabral (Hotel Astória)
22:00 – Iúri Oliveira (Estação Nova)
23:55 – Clubbing – Sarau Hiperestésico, com Rodrigo Pedreira, Flor, Nils Meisel e Juliana Maar (Mercado Municipal)

6 SETEMBRO – Vários espaços da cidade
17:00 – Adolfo Luxúria Canibal + Marta Abreu (CAV – Centro de Artes Visuais)
18:00 – Mariana Camacho (Largo do Poço)
19:00 – You Can't Win, Charlie Brown (Estação Nova)
21:00 – André Júlio Turquesa (Hotel Astória)
22:00 – Requiem, de Nuno Gonçalo Rodrigues com Maria Jorge (Estação Nova)
23:55 – Clubbing – Sarau Hiperestésico, com Rodrigo Pedreira, Flor, Nils Meisel e Juliana Maar (Mercado Municipal)
 Destaques do de setembro:
Serenata a Paredes - Parte I

No ano do centenário de Carlos Paredes, duas performances criadas em residência evocam a sua obra com novos dispositivos visuais e sonoros. Nesta Parte I, com Luís Figueiredo e Hugo Santos, une-se o piano e a imagem projectada numa meditação sobre silêncio e memória. Acontece na Estação Nova.

João Pais Filipe + Krake (Pedro Oliveira)

Dois dos mais reconhecidos e inquietos percussionistas da cena musical portuguesa encontram-se no CAV para um concerto raro, de pulsação intensa e liberdade rítmica. João Pais Filipe e Krake — dois universos percussivos com identidade própria, entre a escultura sonora e a electrónica, o ritual e a invenção — partilham o palco num diálogo onde a bateria e a percussão deixam de ser acompanhamento para se tornarem protagonistas absolutos. Com uma energia crua, este encontro promete ser uma viagem visceral pelo ritmo, pelo timbre e pela escuta, em consonância com o espaço e o corpo de quem assiste. Um concerto, onde a força da matéria e do som desafia fronteiras e formatos.

Iúri Oliveira + Convidados

Na noite de 5 de setembro, a Estação Nova acolhe a apresentação de Manifesto, o novo disco a solo de Iúri Oliveira — percussionista luso-angolano que, há uma década, se move entre palcos, estúdios, tours e colaborações nacionais e internacionais, cruzando géneros, geografias e linguagens. Manifesto é um disco que nasce do silêncio e se constrói entre peles, águas, texturas e palavra, revelando a autenticidade e a mestria de um músico que faz da escuta e da vibração o seu território de criação. Gravado nos estúdios

da Musibéria, em Serpa, e editado em formato vinil e digital, este trabalho foi desenhado para ganhar corpo ao vivo, num espetáculo imersivo em 360°, pensado como um lugar de ritual, celebração

e pertença. Ao lado de convidados cúmplices, Iúri apresenta-se num concerto que atravessa ritmos cerimoniais, paisagens sonoras imersivas e texturas arrojadas, afirmando a percussão como centro poético e político da sua linguagem. No ano em que assinala 10 anos de carreira profissional, Manifesto representa um gesto artístico claro, emotivo e transformador — um convite à escuta profunda de um corpo que pulsa, fala e resiste através do som.

Requiem, de Nuno Gonçalo Rodrigues com Maria Jorge + Filarmónica União Taveirense

Requiem reflete sobre a perda e transformação dos espaços culturais e comunitários, sobre o apagamento da memória e da coisa colectiva, sobre o avanço implacável da especulação imobiliária e do capitalismo tardio. Uma filarmónica interpreta o seu próprio requiem num último acto público e comunitário. A mesa está posta e o público partilha esta última ceia. Requiem convida a reconhecer e vivenciar as perdas invisíveis de um tecido cultural que se desintegra, o impacto da extinção de colectividades, teatros e associações, fundamentais na construção da comunidade. Documentos reais da história de associações, colectividades, cooperativas e espaços extintos acumulam-se e disputam, ao mesmo tempo que ilustram simbolicamente o requiem da filarmónica. No final, a desmontagem: recolhem-se instrumentos, estantes, bancos, mesas, pratos, lixo. E devolvemos ao espaço e aos espectadores a palavra e o vazio, num gesto de reconhecimento e resistência.

Criação e Interpretação Maria Jorge e Nuno Gonçalo Rodrigues Com União Filarmónica Taveirense.  

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