ⓒ Inês Machado
Incisivo e provocador, “Reza a Santo António” é a estreia de Mariana & os Dramas, power trio baseado em Lisboa que veio para mandar tudo abaixo.
Um ukulele distorcido e voz dão o mote místico à música, adornados pela instrumentação que a eleva a um hino pop rock, culminando num refrão que teima em ficar na cabeça.
O single produzido por Ricardo Cabral (baterista de Baleia Baleia Baleia) é ainda acompanhado por vídeoclipe.
Boys que não puxam a carroça nas DMs, depressão corporativa, rituais desesperados ao santo casamenteiro e opiniões hipócritas sobre vícios são alguns dos dramas que preocupam os cérebros comichosos desta banda.
Mariana & os Dramas fazem rock de ukulele, algures entre as Doce e os Comme Restus, entre a comédia e a tragédia, entre o orgulho e a vergonha dos pais. Já com uma mão cheia de apresentaçãos públicas, prometem refrões orelhudos, dignos de citação dos mais icónicos vilões.
«Reza a Santo António refere-se à tradição bizarra de castigar o Santo António quando demora a responder às preces. Quando as moças casamenteiras começavam a desesperar, cometiam autênticos rituais com estatuetas do santo: enforcá-lo, atirá-lo ao poço, mandá-lo ao chão…. É uma prática religiosa que roça muito a heresia — afinal, qual é a linha que separa a religião de um ritual pagão? Faz-me questionar se a minha avó, na sua juventude, a virar o santo para lhe dar um marido, é assim tão diferente das tiktok girlies que carregam cristais à lua com o mesmo propósito. Não tenho resposta, mas tenho uma canção.»
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