Acaba de ser lançado “De Camino al Mar”, o single de estreia de Pullmao, o novo projeto de Pedro Galhoz, que pela primeira vez se arrisca no domínio da música instrumental. O tema chega acompanhado por um videoclipe e encontra-se disponível em todas as plataformas digitais com exceção do Spotify, decisão assumida pela banda como um posicionamento ético: os músicos afirmam que não podem integrar uma plataforma cujo CEO é publicamente associado ao financiamento de conflitos armados. Para o grupo, esta escolha é uma questão de consciência e coerência com a mensagem de paz que a sua música procura transmitir, garantindo que, se surgirem provas semelhantes relativamente a outros serviços, tomarão a mesma posição.
“Fecha os olhos. Respira. Respira fundo, respira bem fundo. Descontrai e deixa o tempo parar. Do deserto até ao mar, encontramos a nossa paz. A música é parte da nossa terapia.” É neste espírito de introspeção e viagem que os Pullmao se apresentam com o seu primeiro tema.
Descrita pelo próprio Pedro Galhoz como uma jornada sonora, “De Camino al Mar” é uma faixa ambiental com groove, onde a sonoridade aponta para “um cruzamento intrigante entre o funk místico de Prince e o rock jazzulado de Morphine (como notou Rui Miguel Abreu), com um retoque de guitarras PinkFloydescas que expandem o horizonte sonoro”.
A canção arranca com um coro que facilmente remete para um western spaghetti ou que, pela sua cadência quase métrica, pode igualmente lembrar um conjunto de escravos num campo de algodão, estabelecendo um tom solene e cinematográfico. De seguida, deixa-se levar pelo groove hipnótico da bateria de Nico Guedes, pelas guitarras psicadélicas que se entrelaçam com o saxofone de Francisco Menezes e por alguns sintetizadores que fundem subtilmente ritmo e melodia. “Esta é, no seu cerne, a banda sonora de uma caminhada por um deserto imaginário, uma jornada a caminho do mar – é estar De Camino Al Mar”.
O projeto Pullmao nasce da vontade de Pedro Galhoz explorar novas possibilidades criativas, mantendo-se fiel à sua paixão pelas guitarras, à música psicadélica e aos ambientes cinemáticos. Para esta estreia, o músico, compositor e produtor conta com a colaboração de vários músicos nacionais e internacionais, com destaque para o seu amigo e companheiro de viagem, Nico Guedes, responsável por todas as baterias e percussões.
A ficha técnica deste lançamento inclui Pedro Galhoz nas guitarras e sintetizadores, Nico Guedes na bateria e percussão, Francisco Menezes no sax barítono e vozes adicionais. O single foi gravado por João Martins, Pedro Galhoz e Nico Guedes, misturado por João Martins no estúdio Ponto Zurca e masterizado por Rui Dias no estúdio Mr. Master. A arte gráfica é da autoria de Miguel Fonseca.
Pedro Galhoz é conhecido pelo seu trabalho na agência musical Luckyman Music e como músico em projetos como Pedro e os Lobos, Plástica e LovedStone. Com Pullmao, abre um novo capítulo da sua trajetória criativa — um espaço de experimentação instrumental, onde a viagem sonora e visual se fundem.
Manifesto / Posicionamento Pullmao - Spotify
“Sim, estamos fora do Spotify.
A nossa música promove a paz, e não podemos fazer parte duma plataforma em que o seu CEO financia guerra. Não podemos fingir que não sabemos, pois é um facto tornado público e queremos acima de tudo estar bem com a nossa consciência. Se for provado o mesmo de outras plataformas, tomaremos seguramente a mesma
posição.
Existem muitas formas de acesso à música que fazemos, mas acima de tudo queremos estabelecer uma política de proximidade com quem nos escuta, queremos conhecer quem está do outro lado e para isso apostamos em plataformas mais pessoais em que a relação com quem nos escuta é mais direta como é o caso do Bandcamp ou Soundcloud.
Não queremos dizer com isto que vamos estar fora do algoritmo, pois estaremos noutras plataformas, quero dizer apenas que não seremos ser escravos dele. A música de Pullmao é para ser contemplada, aceitamos o erro e a imperfeição como forma artística, preferimos o experimentar ao consumir sem questionar, preferimos o desconhecido à decoração perfecionista, pois somos orgulhosamente humanos.
A arte sempre foi uma forma de resistência e estamos aqui para respirar e resistir. "
Pedro Galhoz / Nico Guedes

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