segunda-feira, 27 de outubro de 2025

VEM AÍ O DISCO DE PAGÃO

 



















Pagão estreia-se com um catártico LP homónimo que nasce de uma travessia emocional e criativa de quase uma década.

Reflexo da vertigem própria do amor e da perda, os universos sonoros de Pagão fragmentam-se como os seus estados de alma: ao longo de 8 faixas, sente-se o êxtase pulsante de pista de dança, descobrem-se hinos rasgados a guitarras, expurga-se o coração com a densidade do ruído. As canções saíram do peito de Sebastião Pinto, a partir de beats que começou a assinar como Pagão há 10 anos.

Romântico e ingénuo, mesmo quando confrontado com a dor da dependência emocional, o abuso de substâncias, a saúde mental e o luto, é precisamente a visceralidade e volatilidade da emoção - quase sempre despida de eufemismos e metáforas - que permite a harmonia da entropia de universos tão distintos da electrónica (i.e dance-pop, house, footwork) com os de música alternativa (i.e post-punk, shoegaze) e constelações experimentais de noise ou de industrial. 

"As canções foram escritas em diferentes lugares que me são queridos: a casa dos meus pais, a casa do Castelo, o estúdio da Mouraria e o Musicbox. Mais do que ausência, este disco sobre permanência. Uma homenagem à Nance Matoso e ao meu pai, que partiram no mesmo ano e cuja ausência deu lugar a este registo."
 
Sebastião Pinto

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