MICROESTÁTICA/RIMAS PERDIDAS”
Depois de “Microestática” (99), “Demo Style” (01), e “Microlandeses” (02), este trio reedita agora em 2004 o álbum “Microestática”, cuja versão original foi uma das primeiras edições independentes do Hip Hop nacional. A reedição inclui um CD bónus intitulado “Rimas Perdidas” que inclui doze faixas raras ou inéditas dos arquivos do grupo. Apesar de se tratar de um duplo CD, esta nova edição de “Microestática” chega ao mercado ao preço de um CD simples. E os Micro assinalam assim 8 anos de existência, mantendo os pés bem firmes na Microlândia que os viu nascer. Ao mesmo tempo, enquanto DJ Assassino e Sagas preparam projectos a solo, o grupo está já a pensar naquele que será o seu próximo álbum, que no entanto não deverá chegar às lojas antes de 2005. “Microestática” é um dos mais importantes álbuns de produção nacional. Em primeiro lugar pelo valor histórico de que se reveste: foi uma das primeiras provas de vitalidade dadas pelo circuito independente. Mas também porque o fôlego das rimas de D-Mars e Sagas permanece vital.
Depois de “Microestática” (99), “Demo Style” (01), e “Microlandeses” (02), este trio reedita agora em 2004 o álbum “Microestática”, cuja versão original foi uma das primeiras edições independentes do Hip Hop nacional. A reedição inclui um CD bónus intitulado “Rimas Perdidas” que inclui doze faixas raras ou inéditas dos arquivos do grupo. Apesar de se tratar de um duplo CD, esta nova edição de “Microestática” chega ao mercado ao preço de um CD simples. E os Micro assinalam assim 8 anos de existência, mantendo os pés bem firmes na Microlândia que os viu nascer. Ao mesmo tempo, enquanto DJ Assassino e Sagas preparam projectos a solo, o grupo está já a pensar naquele que será o seu próximo álbum, que no entanto não deverá chegar às lojas antes de 2005. “Microestática” é um dos mais importantes álbuns de produção nacional. Em primeiro lugar pelo valor histórico de que se reveste: foi uma das primeiras provas de vitalidade dadas pelo circuito independente. Mas também porque o fôlego das rimas de D-Mars e Sagas permanece vital.
MICROLANDESES
Sagas (MC, produtor), D-Mars (MC, produtor) e DJ Assassino (DJ, produtor), são o trio que em palco, em disco e na rua responde pelo nome de Micro. E “Microlandeses” é o seu novo álbum, sucessor de “Microstática”, “Demo Style” e incontáveis outras aventuras não registadas para a posteridade.
“Microlandeses” é uma nova etapa na carreira deste grupo veterano. Por necessidade, mas também por virtude, o grupo aprendeu a movimentar-se sozinho num estúdio e este álbum reflecte uma caminhada solitária que, desde a íntima fase de composição até à árdua fase de gravações, viu o grupo caminhar sem apoios nem aparos. “Ninguém nos deu espaço”, afirmam eles. Por isso os Micro criaram a Microlândia e neste álbum afirmam a sua identidade ao explicitarem os seus laços a esse espaço a um tempo imaginário e real onde os laços de amizade e as linhas invisíveis que ligam um crew formam as fronteiras.
O grupo surgiu no início de `96. Antes da formação, Sagas e DJ Assassino integravam o grupo Negritude, enquanto D-Mars fazia parte dos Zona Dread (os Zona Dread entraram na compilação da Sony Music “Rapública”, lançada em Outubro de `94, e na qual D-Mars tem a autoria de 4 temas). Como acontece noutras áreas, uma paixão igualmente intensa pelo hip hop verdadeiro e uma imensa vontade de D-Mars, levou a que o trio tomasse forma. E os Micro nasceram.
Após a sua formação, o trio dedicou-se exclusivamente ao trabalho criativo durante quase um ano, quando beats produzidos de forma artesanal e rimas com alma se conjugavam para evidenciar o enorme talento que o grupo viria a reclamar como seu nos anos seguintes.
No final de 1999, os Micro culminaram finalmente 3 anos de trabalho editando com o seu próprio esforço o álbum "Microestática", que orgulhosamente ostentaram como uma das primeiras edições independentes de hip hop nacional. A imprensa foi unânime em reconhecer-lhes os méritos, mas foi, uma vez mais, na rua que o seu trabalho recolheu mais aplausos. Como acontece com tantos outros grupos de hip hop a nível internacional (como com os Dilated Peoples, por exemplo…), também os Micro deixaram para trás um primeiro álbum não editado. Sinal de alguns obstáculos, mas prova também da enorme vontade que o grupo investiu na sua carreira.
Agora, três anos volvidos sobre a pequena revolução causada por "Microestática" (que, inclusivamente, inspirou muitas outras edições de autor que têm polvilhado o underground português de fortes rimas e batidas), os Micro estão de regresso com "Microlandeses". Pelo meio, D-Mars, Sagas e DJ Assassino não estiveram propriamente parados: assinaram não apenas muitas e memoráveis actuações (e as suas passagens pelos festivais do Sudoeste e Paredes de Coura foram especialmente memoráveis), mas envolveram-se também em projectos paralelos.
D-Mars foi durante um ano e meio o responsável pela divulgação do hip hop nacional no programa Submarino, da Antena 3. Paralelamente, desenvolvia um trabalho de divulgação mais localizado na Rádio Marginal, no mítico programa "Hip Hop Don't Stop" (responsável pela vinda a Portugal dos All Natural). Além disso, organizou, produziu e editou a compilação "Hiphoportuga 2000" (com nomes como Dealema e Mundo Complexo, por exemplo). Outra das actividades em que D-Mars se envolveu foi na produção de workshops junto de escolas no litoral alentejano ou em Chelas, por exemplo.
Por outro lado, Sagas tem apoiado com os seus skills de produção vários MC's da zona de Oeiras/Carcavelos (esforços que, a seu tempo, serão visiveis -- e audiveis -- num CD que ele próprio editará). Finalmente, DJ Assassino tem-se destacado como gira-disquista de respeito, prolífico criador de mixtapes (Assassinato, a primeira mixtape com MC's nacionais, vai já no seu quinto volume) e representou recentemente Portugal num campeonato de DJ's em Barcelona. Além disso, a sua personalidade forte nos pratos tem sido mostrada um pouco por todo o país em festas sempre muito concorridas.
Antes ainda do novo álbum, em Dezembro passado, os Micro tiveram tempo para lançar "Demo Style”, a sua homenagem às origens do movimento Hip Hop, com uma toada old school, mas uma alma futurista.
O novo álbum, porém, conta uma história diferente. Entre os convidados estão gente ilustre como o MC inglês Braintax (que surge no novo álbum de Mr. Scruff), o também inglês Rodney P (a futura grande estrela da cena hip hop britânica), os portugueses Ridículo (dos Mundo Complexo) e Fuse (dos Dealema) e sobretudo os talentos grandes de Sagas, D-Mars e Assassino em rimas, batidas e scratches. “Microlandeses” é um exercício sofisticado, pautado pela busca do loop perfeito, da batida correcta e das palavras mais incisivas. Contam-se histórias de quem vive com os olhos na rua e o pensamento muitas vezes voltado para dentro. E soa tudo certo.
O primeiro “single” é “Respeito” que tem um vídeo onde uma série de retratos animados de alguns pontos cardeais da Microlândia ilustram o que é um sentir interior. Hip Hop maduro para a nova geração, sem dúvida: MICRO!
Sagas (MC, produtor), D-Mars (MC, produtor) e DJ Assassino (DJ, produtor), são o trio que em palco, em disco e na rua responde pelo nome de Micro. E “Microlandeses” é o seu novo álbum, sucessor de “Microstática”, “Demo Style” e incontáveis outras aventuras não registadas para a posteridade.
“Microlandeses” é uma nova etapa na carreira deste grupo veterano. Por necessidade, mas também por virtude, o grupo aprendeu a movimentar-se sozinho num estúdio e este álbum reflecte uma caminhada solitária que, desde a íntima fase de composição até à árdua fase de gravações, viu o grupo caminhar sem apoios nem aparos. “Ninguém nos deu espaço”, afirmam eles. Por isso os Micro criaram a Microlândia e neste álbum afirmam a sua identidade ao explicitarem os seus laços a esse espaço a um tempo imaginário e real onde os laços de amizade e as linhas invisíveis que ligam um crew formam as fronteiras.
O grupo surgiu no início de `96. Antes da formação, Sagas e DJ Assassino integravam o grupo Negritude, enquanto D-Mars fazia parte dos Zona Dread (os Zona Dread entraram na compilação da Sony Music “Rapública”, lançada em Outubro de `94, e na qual D-Mars tem a autoria de 4 temas). Como acontece noutras áreas, uma paixão igualmente intensa pelo hip hop verdadeiro e uma imensa vontade de D-Mars, levou a que o trio tomasse forma. E os Micro nasceram.
Após a sua formação, o trio dedicou-se exclusivamente ao trabalho criativo durante quase um ano, quando beats produzidos de forma artesanal e rimas com alma se conjugavam para evidenciar o enorme talento que o grupo viria a reclamar como seu nos anos seguintes.
No final de 1999, os Micro culminaram finalmente 3 anos de trabalho editando com o seu próprio esforço o álbum "Microestática", que orgulhosamente ostentaram como uma das primeiras edições independentes de hip hop nacional. A imprensa foi unânime em reconhecer-lhes os méritos, mas foi, uma vez mais, na rua que o seu trabalho recolheu mais aplausos. Como acontece com tantos outros grupos de hip hop a nível internacional (como com os Dilated Peoples, por exemplo…), também os Micro deixaram para trás um primeiro álbum não editado. Sinal de alguns obstáculos, mas prova também da enorme vontade que o grupo investiu na sua carreira.
Agora, três anos volvidos sobre a pequena revolução causada por "Microestática" (que, inclusivamente, inspirou muitas outras edições de autor que têm polvilhado o underground português de fortes rimas e batidas), os Micro estão de regresso com "Microlandeses". Pelo meio, D-Mars, Sagas e DJ Assassino não estiveram propriamente parados: assinaram não apenas muitas e memoráveis actuações (e as suas passagens pelos festivais do Sudoeste e Paredes de Coura foram especialmente memoráveis), mas envolveram-se também em projectos paralelos.
D-Mars foi durante um ano e meio o responsável pela divulgação do hip hop nacional no programa Submarino, da Antena 3. Paralelamente, desenvolvia um trabalho de divulgação mais localizado na Rádio Marginal, no mítico programa "Hip Hop Don't Stop" (responsável pela vinda a Portugal dos All Natural). Além disso, organizou, produziu e editou a compilação "Hiphoportuga 2000" (com nomes como Dealema e Mundo Complexo, por exemplo). Outra das actividades em que D-Mars se envolveu foi na produção de workshops junto de escolas no litoral alentejano ou em Chelas, por exemplo.
Por outro lado, Sagas tem apoiado com os seus skills de produção vários MC's da zona de Oeiras/Carcavelos (esforços que, a seu tempo, serão visiveis -- e audiveis -- num CD que ele próprio editará). Finalmente, DJ Assassino tem-se destacado como gira-disquista de respeito, prolífico criador de mixtapes (Assassinato, a primeira mixtape com MC's nacionais, vai já no seu quinto volume) e representou recentemente Portugal num campeonato de DJ's em Barcelona. Além disso, a sua personalidade forte nos pratos tem sido mostrada um pouco por todo o país em festas sempre muito concorridas.
Antes ainda do novo álbum, em Dezembro passado, os Micro tiveram tempo para lançar "Demo Style”, a sua homenagem às origens do movimento Hip Hop, com uma toada old school, mas uma alma futurista.
O novo álbum, porém, conta uma história diferente. Entre os convidados estão gente ilustre como o MC inglês Braintax (que surge no novo álbum de Mr. Scruff), o também inglês Rodney P (a futura grande estrela da cena hip hop britânica), os portugueses Ridículo (dos Mundo Complexo) e Fuse (dos Dealema) e sobretudo os talentos grandes de Sagas, D-Mars e Assassino em rimas, batidas e scratches. “Microlandeses” é um exercício sofisticado, pautado pela busca do loop perfeito, da batida correcta e das palavras mais incisivas. Contam-se histórias de quem vive com os olhos na rua e o pensamento muitas vezes voltado para dentro. E soa tudo certo.
O primeiro “single” é “Respeito” que tem um vídeo onde uma série de retratos animados de alguns pontos cardeais da Microlândia ilustram o que é um sentir interior. Hip Hop maduro para a nova geração, sem dúvida: MICRO!
DEMO STYLE
No princípio era o funk. Tem sido assim ao longo de mais 20 anos: uma verdade irrefutável para todos os que fazem do hip hop uma forma de vida, uma forma de expressão ou simplesmente uma paixão. O funk guiou o hip hop até aos dias de hoje, e agora é o hip hop que lhe carrega a chama. É isso que se sente ao escutar-se, "Demo Style", o novo trabalho dos Micro que assim inauguram também o catálogo da LOOP:RECORDINGS, uma nova etiqueta dedicada exclusivamente à causa do hip hop.
Sagas (MC, produtor), D-Mars (MC, produtor) e DJ Assassino (DJ, produtor), são o trio que em palco, em disco e na rua responde pelo nome de Micro. O grupo surgiu no início de `96. Antes da formação, Sagas e DJ Assassino integravam o grupo Negritude, enquanto D-Mars fazia parte dos Zona Dread (os Zona Dread entraram na compilação da Sony Music “Rapública”, lançada em Outubro de `94, e na qual D-Mars tem a autoria de 4 temas). Como acontece noutras áreas, uma paixão igualmente intensa pelo hip hop verdadeiro e uma imensa vontade de D-Mars, levou a que o trio tomasse forma. E os Micro nasceram.
Após a sua formação, o trio dedicou-se exclusivamente ao trabalho criativo durante quase um ano, quando beats produzidos de forma artesanal e rimas com alma se conjugavam para evidenciar o enorme talento que o grupo viria a reclamar como seu nos anos seguintes.
No final de 1999, os Micro culminaram finalmente 3 anos de trabalho editando com o seu próprio esforço o álbum "Microestática", que orgulhosamente ostentaram como a primeira edição independente de hip hop nacional. A imprensa foi unânime em reconhecer-lhes os méritos, mas foi, uma vez mais, na rua que o seu trabalho recolheu mais aplausos. Como acontece com tantos outros grupos de hip hop a nível internacional (como com os Dilated Peoples, por exemplo…), também os Micro deixaram para trás um primeiro álbum não editado. Sinal de alguns obstáculos, mas prova também da enorme vontade que o grupo investiu na sua carreira.
Agora, dois anos volvidos sobre a pequena revolução causada por "Microestática" (que, inclusivamente, inspirou muitas outras edições de autor que têm polvilhado o underground português de fortes rimas e batidas), os Micro estão de regresso com "Demo Style". Pelo meio, D-Mars, Sagas e DJ Assassino não estiveram propriamente parados: assinaram não apenas muitas e memoráveis actuações, mas envolveram-se também em projectos paralelos.
D-Mars foi durante um ano e meio o responsável pela divulgação do hip hop nacional no programa Submarino, da Antena 3. Paralelamente, desenvolvia um trabalho de divulgação mais localizado na Rádio Marginal, no mítico programa "Hip Hop Don't Stop" (responsável pela vinda a Portugal dos All Natural). Além disso, organizou, produziu e editou a compilação "Hiphoportuga 2000" (com nomes como Dealema e Mundo Complexo, por exemplo). Outra das actividades em que D-Mars se envolveu foi na produção de workshops junto de escolas no litoral alentejano, onde seis meses de aulas resultaram em seis espectáculos e algumas revelações (o hip hop é mesmo uma linguagem universal!!!).
Por outro lado, Sagas tem apoiado com os seus skills de produção vários MC's da zona de Oeiras/Carcavelos (esforços que, a seu tempo, serão visiveis -- e audiveis -- num CD que ele próprio editará). Finalmente, DJ Assassino tem-se destacado como gira-disquista de respeito, prolífico criador de mixtapes (Assassinato, a primeira mixtape com MC's nacionais, vai já no seu quinto volume) e representou recentemente Portugal num campeonato de DJ's em Barcelona. Além disso, a sua personalidade forte nos pratos tem sido mostrada um pouco por todo o país em festas sempre muito concorridas.
Tudo isto preparou o caminho para "Demo Style".
Este EP de sete temas serve de prelúdio para o segundo álbum dos Micro, também a ser editado pela LOOP:RECODINGS, que terá o título "Luzes da Ribalta". A ideia com este disco foi homenagear as raízes do hip hop e o funk que lhe deu vida. A capa é, obviamente, uma citação e uma homenagem a "Beat Street" filme que, quando foi exibido em Portugal, marcou para muitos o primeiro contacto com a cultura hip hop.
Neste EP, os Micro contam com diversas colaborações. Isilda Sanches, radialista na Oxigénio e jornalista no Diário de Notícias, empresta a voz a "Boa Noite", o intro deste disco. Ridículo (dos Mundo Complexo) e Dourado (da nova geração da crew Microlândia Connection) surgem, respectivamente, em "Mais Uma Conexão" e "Regresso às Bases". Em "Mais Uma Conexão" há ainda a notar a participação de Majubiese, MC veterano na cena alemã que actualmente é um dos responsáveis pelo sector de A&R na extensão germânica da mítica Def Jam.
"Demo Style", o tema título deste EP, foi produzido pela dupla Beat Scientists (Buddah e Jaws T) e os restantes beats têm a assinatura de Mars One. O funk e os sons old school são a nota dominante neste disco, numa espécie de regresso às origens que se começa a fazer sentir também na cena hip hop internacional (escute-se, por exemplo, o novo single de Mos Def).
Este novo EP, enfim, atesta o crescimento e amadurecimento dos Micro. Os beats mexem o corpo e tocam no coração e as rimas são mais desprendidas, sem deixarem de nos fazer pensar. A colar estes dois elementos está o scratch certeiro de DJ Assassino (aka Alfaite) com cortes à medida do seu enorme talento.
Por isso já sabem: tirem o ghetto blaster do armário, ponham os fat laces nas shelltoes e sintam o Hip Hop na sua forma mais pura.
No princípio era o funk. Tem sido assim ao longo de mais 20 anos: uma verdade irrefutável para todos os que fazem do hip hop uma forma de vida, uma forma de expressão ou simplesmente uma paixão. O funk guiou o hip hop até aos dias de hoje, e agora é o hip hop que lhe carrega a chama. É isso que se sente ao escutar-se, "Demo Style", o novo trabalho dos Micro que assim inauguram também o catálogo da LOOP:RECORDINGS, uma nova etiqueta dedicada exclusivamente à causa do hip hop.
Sagas (MC, produtor), D-Mars (MC, produtor) e DJ Assassino (DJ, produtor), são o trio que em palco, em disco e na rua responde pelo nome de Micro. O grupo surgiu no início de `96. Antes da formação, Sagas e DJ Assassino integravam o grupo Negritude, enquanto D-Mars fazia parte dos Zona Dread (os Zona Dread entraram na compilação da Sony Music “Rapública”, lançada em Outubro de `94, e na qual D-Mars tem a autoria de 4 temas). Como acontece noutras áreas, uma paixão igualmente intensa pelo hip hop verdadeiro e uma imensa vontade de D-Mars, levou a que o trio tomasse forma. E os Micro nasceram.
Após a sua formação, o trio dedicou-se exclusivamente ao trabalho criativo durante quase um ano, quando beats produzidos de forma artesanal e rimas com alma se conjugavam para evidenciar o enorme talento que o grupo viria a reclamar como seu nos anos seguintes.
No final de 1999, os Micro culminaram finalmente 3 anos de trabalho editando com o seu próprio esforço o álbum "Microestática", que orgulhosamente ostentaram como a primeira edição independente de hip hop nacional. A imprensa foi unânime em reconhecer-lhes os méritos, mas foi, uma vez mais, na rua que o seu trabalho recolheu mais aplausos. Como acontece com tantos outros grupos de hip hop a nível internacional (como com os Dilated Peoples, por exemplo…), também os Micro deixaram para trás um primeiro álbum não editado. Sinal de alguns obstáculos, mas prova também da enorme vontade que o grupo investiu na sua carreira.
Agora, dois anos volvidos sobre a pequena revolução causada por "Microestática" (que, inclusivamente, inspirou muitas outras edições de autor que têm polvilhado o underground português de fortes rimas e batidas), os Micro estão de regresso com "Demo Style". Pelo meio, D-Mars, Sagas e DJ Assassino não estiveram propriamente parados: assinaram não apenas muitas e memoráveis actuações, mas envolveram-se também em projectos paralelos.
D-Mars foi durante um ano e meio o responsável pela divulgação do hip hop nacional no programa Submarino, da Antena 3. Paralelamente, desenvolvia um trabalho de divulgação mais localizado na Rádio Marginal, no mítico programa "Hip Hop Don't Stop" (responsável pela vinda a Portugal dos All Natural). Além disso, organizou, produziu e editou a compilação "Hiphoportuga 2000" (com nomes como Dealema e Mundo Complexo, por exemplo). Outra das actividades em que D-Mars se envolveu foi na produção de workshops junto de escolas no litoral alentejano, onde seis meses de aulas resultaram em seis espectáculos e algumas revelações (o hip hop é mesmo uma linguagem universal!!!).
Por outro lado, Sagas tem apoiado com os seus skills de produção vários MC's da zona de Oeiras/Carcavelos (esforços que, a seu tempo, serão visiveis -- e audiveis -- num CD que ele próprio editará). Finalmente, DJ Assassino tem-se destacado como gira-disquista de respeito, prolífico criador de mixtapes (Assassinato, a primeira mixtape com MC's nacionais, vai já no seu quinto volume) e representou recentemente Portugal num campeonato de DJ's em Barcelona. Além disso, a sua personalidade forte nos pratos tem sido mostrada um pouco por todo o país em festas sempre muito concorridas.
Tudo isto preparou o caminho para "Demo Style".
Este EP de sete temas serve de prelúdio para o segundo álbum dos Micro, também a ser editado pela LOOP:RECODINGS, que terá o título "Luzes da Ribalta". A ideia com este disco foi homenagear as raízes do hip hop e o funk que lhe deu vida. A capa é, obviamente, uma citação e uma homenagem a "Beat Street" filme que, quando foi exibido em Portugal, marcou para muitos o primeiro contacto com a cultura hip hop.
Neste EP, os Micro contam com diversas colaborações. Isilda Sanches, radialista na Oxigénio e jornalista no Diário de Notícias, empresta a voz a "Boa Noite", o intro deste disco. Ridículo (dos Mundo Complexo) e Dourado (da nova geração da crew Microlândia Connection) surgem, respectivamente, em "Mais Uma Conexão" e "Regresso às Bases". Em "Mais Uma Conexão" há ainda a notar a participação de Majubiese, MC veterano na cena alemã que actualmente é um dos responsáveis pelo sector de A&R na extensão germânica da mítica Def Jam.
"Demo Style", o tema título deste EP, foi produzido pela dupla Beat Scientists (Buddah e Jaws T) e os restantes beats têm a assinatura de Mars One. O funk e os sons old school são a nota dominante neste disco, numa espécie de regresso às origens que se começa a fazer sentir também na cena hip hop internacional (escute-se, por exemplo, o novo single de Mos Def).
Este novo EP, enfim, atesta o crescimento e amadurecimento dos Micro. Os beats mexem o corpo e tocam no coração e as rimas são mais desprendidas, sem deixarem de nos fazer pensar. A colar estes dois elementos está o scratch certeiro de DJ Assassino (aka Alfaite) com cortes à medida do seu enorme talento.
Por isso já sabem: tirem o ghetto blaster do armário, ponham os fat laces nas shelltoes e sintam o Hip Hop na sua forma mais pura.
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