segunda-feira, 11 de setembro de 2006

RECORDAÇÃO - DA WEASEL




Nascem em meados de 1993, como um projecto 100% em inglês e numa onda experimentalista. Na altura, os Da Weasel eram Pac, Armando, Jay Jay Neige e Yen Sung. Um ano depois, dá-se a primeira aventura discográfica do grupo com o EP "More Than 30 Motherf***s". Desde logo, surge o primeiro hino do grupo, que, ainda hoje, é um dos temas de maior sucesso em concerto: "God Bless Johnny".
Não demoraria mais de um ano, para que editassem o primeiro álbum – "Dou-lhe com a Alma" – que é, simultaneamente, a primeira gravação de hip-hop de uma banda portuguesa; um trabalho onde se assinala a transição para o português como língua dominante. Nessa altura, à formação inicial juntam-se Pedro Quaresma (guitarra) e Guilherme Silva (bateria).


1997 traz o "3.ª Capítulo". Um disco duro, de discurso duro e onde Pac se afirma - definitivamente – como um dos maiores e mais engenhosos letristas do panorama musical português. "Todagente", um dos temas, torna-se um dos hinos do grupo. Ainda antes da gravação deste álbum, volta a haver mexidas na formação: sai Yen Sung e entra Virgul.
É com esta formação que os Da Weasel vão para a estrada.


Em 1998, é feita uma reedição deste álbum. Ao alinhamento inicial junta-se um CD extra, com remixes de quatro temas: "Dúia" (remisturado por Ricardo Camacho/ Amândio Bastos), "Pregos" (por Alex Fx), "Casos de Polícia" (por DJ C-Real) e "Para a nóia" (por Armando Teixeira). Ainda neste ano, participam nos projectos "Tejo Beat" - colectânea produzida por Mário Caldato (Beastie Boys) -, com o tema "Produto Habitual", e "XX Anos, XX Bandas" – disco de tributo aos Xutos & Pontapés –, com o tema "Esquadrão da Morte".


O regresso aos álbuns dá-se em Setembro de 1999 com "Iniciação a uma vida banal – o Manual". Um disco genial, que recebeu a aclamação da crítica. Deste álbum são vários os temas que se tornam "clássicos" do grupo, entre os quais se destaca "Outro Nível" – por muitos reconhecido como "Let’s Go". Um tema que conta com um dos melhores vídeos de sempre realizados em Portugal. Este álbum leva os Da Weasel para a estrada. Uma digressão memorável, que tem um dos seus pontos altos no Pavilhão Atlântico, onde realizaram a primeira parte dos Red Hot Chili Peppers (Novembro, 1999).


Em Agosto de 2000, os Da Weasel atingem os dois primeiros galardões de prata (hoje Dupla Platina) da sua carreira, atribuídos aos dois últimos álbuns editados pelo grupo: "3.º Capítulo" e "Iniciação a uma vida banal – o manual".
No decurso de 2000, além dos concertos, assinala-se a participação no álbum de tributo ao "Ar de Rock" de Rui Veloso - "20 anos depois – Ar de rock" – com o tema "Miúda (fora de mim)".
No início de 2001, os Da Weasel entram em trabalho de composição para o novo álbum de originais, já sem a presença de Armando Teixeira, que, entretanto, sai da banda. Durante o Verão, participam nos festivais do Sudoeste e de Paredes de Coura. O álbum fica pronto em Outubro, estando a sua edição agendada para 3 de Dezembro. "Podes fugir mas não te podes esconder" é o título daquele que é, provavelmente, um dos melhores discos do grupo. Sendo este também o primeiro disco de Ouro (hoje Dupla Platina) da Banda. "Tás na Boa" é o primeiro single, cujo vídeo é a maior produção de sempre realizada com uma banda portuguesa. Destaque-se ainda a excelente produção de Mário Barreiros e a participação dos Orishas no tema "Sigue, Sigue!".


Em 2004 os Da Weasel começam o ano da melhor forma: na pré-produção do disco que se virá a chamar “Re-Definições”. Um sexteto desde a entrada de DJ Glue para a familia (aquando do inicio da Tournée de “Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder”), o grupo reúne-se diariamente na casa do guitarrista Quaresma juntamente com o co-produtor e amigo de longa data João Martins e começa a “re-definir” a sua sonoridade mais uma vez.
No primeiro fim-de-semana de Fevereiro fazem as malas e arrancam para o Algarve. O destino é Olhão, morada do estúdio Zip-Mix (de Tó Viegas e Viviane dos Entre Aspas), onde mais tarde se lhes juntarão os convidados João Gomes (Cool Hipnoise e Spaceboys) e André Rocha. Levando o trabalho com a calma necessária de quem quer fazer um disco com conta, peso e medida, os Da Weasel permanecem no Algarve até ao final desse mês, saindo do estúdio com o novo cd praticamente acabado de gravar. Falta agora apenas registar as colaborações de Manel Cruz (ex-Ornatos Violeta, Pluto) e da locutora/apresentadora Anabela Mota Ribeiro, bem como um ou outro pormenor. Nas primeiras semanas de Março todas as gravações são terminadas nos Estúdios Valentim de Carvalho em Paço de Arcos e João Martins, juntamente com Pedro Caldeira começa a misturar “Re-Definições”, provavelmente o disco mais intimista dos Da Weasel desde “3ª Capítulo”. No princípio de Abril o álbum é masterizado em Londres. Já em 2005, cristaliza-se um ciclo de amadurecimento, marcando a entrada numa nova etapa da caminhada: Re-Definições, o último álbum, é sinónimo de quadrupla platina - mais de oitenta mil (80 000) unidades vendidas, do Prémio Best Portuguese Act da MTV, de 2 Globos de Ouro (Melhor Grupo e Melhor Canção do Ano) entre muitos outros prémios e de refrões entoados pelo público de Norte a Sul do país (numa das mais extensas digressões de que há memória). O final de mais uma etapa? Não, apenas o princípio de mais um capítulo de um livro onde ainda irá correr muita tinta…

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