Depois de Crossing Birds, editado na norte-americana Foxglove, os DOPO regressam para a despedida com Blue Lands, um registo exploratório com selo da netlabel Test Tube.
O disco está disponível para download gratuito aqui: Test Tube
"Agridoce. É talvez a palavra que melhor define a natureza e o comportamento dos humanos. Somos capazes do melhor e do pior, capazes do amor e do ódio, da felicidade e da tristeza, da sorte e do azar, somos constantemente amargos e doces ao mesmo tempo. Esta característica é também uma das melhores qualidades que a música do colectivo DOPO tem para oferecer. Pode-se encontrá-la em todas as suas canções e é ela que faz o seu som tão humano, tão único. O poder para nos pôr alegres e tristes ao mesmo tempo. E perguntamo-nos: "Como não a adorar? Como é que é que esta música pode não ser parte das nossas vidas?". E, de facto, tem que ser porque a música dos DOPO traduz em sons os sentimentos que experimentamos no nosso dia-dia. Isto é o nosso som.
"Blue Lands" está destinado a ser - infelizmente ou não - a morte dos DOPO. Depois disto, os DOPO terminam mas o seu legado está aí para ser descoberto por todos. De certa forma, vai permanecer vivo nas nossas memórias.
"Blue Lands" é também o nome da faixa de abertura deste disco - é provavelmente a melhor canção que eles já fizeram. Mas o álbum tem mais pérolas de beleza, como "The Long Red Fires of the Dying Day", a faixa mais inspirada pelos Animal Collective, mas sem os habituais ritmos freak dos americanos. Neste disco, encontramos também alguns dos momentos mais soltos da discografia dos DOPO, devido ao uso de gravações de campo, dos quais "Sea-lion of the Sea" é um belo exemplo - e também uma das minhas canções com menos de dois minutos preferidas de sempre.
Um pouco por todo o álbum encontram-se também guitarras hipnóticas e alguns momentos especiais, como a deliciosa guitarra distorcida em "A Delicate Turn and Twist", que me lembrou imediatamente de alguns dos melhores instantes dos Sonic Youth. Há "drones" belos em "A Long Wave of Yellow Light", mais curiosidades "à volta da fogueira" em "The Crowd of Little Men" e... não vou revelar mais. O ideal é ouvir este álbum fabuloso e descobrir por si mesmo".
Pedro Leitão
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