Para começo de conversa, e assim a frio, dizer que os The Scart não nos apresentam nada de novo. Mas que mal é que isso tem! Existem por aí muito bons artistas que utilizam a palavra modernidade com tal pretensiosismo, que ela joga em sentido contrário contra eles. Os The Scart, criam o som que gostam. São frontais e humildes. E aquilo que fazem, fazem-no com qualidade.
Perguntam vocês, e com toda a razão, mas então o que tocam eles. Indie rock. E claro as guitarras debitam notas sónicas. São filhos de um som que se expandiu com maior vigor na segunda metade dos anos 80 e durante os 90. São primos de uns Pixies, Sonic Youth, Breeders ou Lush. Cresceram a ouvir os portugueses Pinhead Society ou Supernova.
Os The Scart trazem à memória o trabalho desenvolvido, aqui neste nosso cantinho, por editoras como a Loufly, Bee Keeper, Som Sónico ou Garagem. Trazem uma mão cheia de boas recordações.
A banda faz um som que por estes lados tem vindo a perder artistas que o queiram tocar. Por isso têm todo o espaço do mundo para existir e se expandirem.
A sua musica assenta essencialmente nas guitarras de Nuno Eurico e Mega. Mas o baixo de Mariana Amaro é presença forte em alguns temas. Paulo Passos na bateria marca o ritmo certo. Por fim a voz de Raquel Amaro, forte e com presença segura, completa este cozinhado da melhor maneira.
Se tudo resulta bem assim, para quê estar a inventar. Aqui não há que tentar meter por atalhos complicados. É seguir a estrada a direito.
Estamos, então perante um registo certinho, onde a produção não atrapalha. Um disco que gostamos por ser assim. Porque afinal o indie não morreu!
Em Setembro “As We Like It” chega, para provar que o simples ainda tem encanto.
Nuno Ávila
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