20 anos de Noites Ritual vieram trazer um outro espírito à festa.
Comemorações ao longo de toda a semana no Hard Clube.
No Palácio de Cristal apenas duas bandas por noite.
Mesmo assim, duas noites muito poderosas.
Paus
Como sempre um concerto intenso.
Ritmos tribais misturados com sons mais psicadélicos
Os sons mais hipnóticos a serem oferecidos pelo baixo de Makoto e as teclas de João Shela.
As duas baterias começaram em grande, com Hélio e Albergaria a darem-lhe forte.
Sem perder o pé, o ritmo foi abrandando e mostrando uns Paus com vontade de mudar.
Para o fim tudo voltou a ferver.
Os Paus são assim, uma banda em permanente choque eléctrico.
Durante a noite passaram em revista todos os seus grandes temas
A Naifa
Tocante.
Prestação de grande intensidade a mexer com o coração.
Trespassou para o público a grande cumplicidade entre todos os músicos.
Mitó, senhora de uma grande voz, a soltar sensualidade.
Sandra a gingar no baixo e a servir da melhor forma Samuel Palitos na bateria. Varatojo irrepreensível na guitarra portuguesa.
Um fado que não é fado, mas que até bem poderia ser, vestido de palavras ditas sem medo.
O ultimo registo, “Não Se Deitam Comigo Corações Obedientes” traz nos textos uma sexualidade forte, que nos deixa extasiados de prazer.
Mas a banda não se limitou a este disco, visitando todos os seus clássicos.
Tempo para dois regressos ao palco.
No ultimo levaram consigo, Três Tristes Tigres e Simone de Oliveira, com o povo a cantar em uníssono a “Desfolhada”.
Concerto imaculado, a provar que A Naifa está atingir um nível de perfeição só possível para quem faz música com alma.
Antes destas duas bandas que se estrearam nas Noites Ritual, o Palácio de Cristal foi invadido pelo Ritual Circovalente.
Entre bandas, na concha, repetiu-se a noite anterior de magia e marionetas, com a Companhia Maribombo e Marionetas da Feira.
E pronto, para o ano volta o Ritual. e nós lá estaremos, a provar que a música portuguesa está viva e recomenda-se.
Texto & Fotos Nuno Ávila
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