A maior onda do mundo está nos Glockenwise
Para os Glockenwise, a ganga e a acne (pelo menos, na sua grande maioria) já eram. Mas, apesar da evolução, dos quilómetros de estrada, de concertos transpirados, de uma digressão europeia, de uma nova maturidade, de grandes palcos e de palcos menos grandes, toda a jovialidade dos quatro miúdos barcelenses mantém-se. Aqui não há falhas: é só boa onda, rock’n’roll a sério e a crença de que, um dia, será a distorção a comandar o mundo.
Por isso mesmo, o sucessor do reconhecido Building Waves (2011, Lovers & Lollypops/VICE) já está quase aí. Leeches, o segundo longa-duração dos Glockenwise, tem data prevista de lançamento para Maio deste ano e foi marinado nos estúdios portuenses Sá da Bandeira, contando com a companhia de luxo de João Brandão, Eduardo Maltez (L&L) e de João Vieira (X-Wife) na produção. “Time to Go”, o primeiro single, é um regresso às origens – ao caos dos carismáticos Black Lips, à robustez de uns Stooges e às boas nutações, cheias de adrenalina, como ditam os MC5.
É assim que se fazem as grandes bandas. Se fosse melómano, Neil Armstrong diria: “Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a musicalidade.” Só que, neste caso, é mais uma corrida para a energia e para a descarga corporal. Porque, se pensarmos bem, as canções dos Glockenwise fazem parte daquele tipo restrito de música que estoura com amplificadores e com diferenças de idades – transgeracional. O Rafa, o Fiusa, o Cris e o Nuno não têm dúvidas disso.

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