sexta-feira, 22 de novembro de 2013

FESTIVAL LADO B EM SETÚBAL







A segunda edição do festival Lado B acontece este ano entre os dias 6 e 8 de Dezembro, tendo-se mudado para o bonito espaço da Casa da Avenida. Tal como no ano passado, o festival debruça-se mais sobre as margens exploratórias das expressões musicais e artísticas, com um leque de artistas variado e suficientemente eclético. Pelo festival passam, por exemplo, o jazz menos convencional de António Eustáquio e Carlos Barreto, o psicadelismo eléctrico de Jibóia ou as curtas-metragens do rocker Legendary Tigerman.
 
Ao mesmo tempo, estará exposta na Casa da Avenida uma exposição colectiva que compila obras gráficas de gente tão ilustre quanto Júlio Pomar, Julião Sarmento ou Malangatana, enquanto que na Casa da Cultura são exibidos os filmes "Banksy, Pinta a Parede" e "Annie Liebovitz: A vida através de uma lente", nos dias 6 e 7 respectivamente. Os bilhetes para o festival custam 3 euros o dia ou 5 euros o passe para os três. O cinema na Casa da Cultura é gratuito.
 
Programa:

JOANA GUERRA

Minimal, despida, doce e crua... assim se anuncia a música de Joana Guerra, de regresso a Setúbal, depois de um concerto memorável na Casa da Cultura. Em balanço com violoncelo, surge-nos primeiro insólita na distância que vai entre a sua juventude e o timbre antigo com que nos conta. É no violoncelo que apoia a sua voz e as suas despojadas melodias, num harmonioso equilíbrio com a cadência do instrumento. Depois da experiência em colectivos como os Praga ou os Poetry Sux, a música de Joana Guerra agora faz-se a solo.
 
ANTÓNIO EUSTÁQUIO E CARLOS BARRETO
 
O encontro entre António Eustáquio e Carlos Barreto faz-se sob a égide do guitolão, um novo instrumento português, sonhado por Carlos Paredes e construído pelo mestre Gilberto Gráfcio, que sugere uma guitarra portuguesa, mas com um registo mais grave, uma extensão tímbrica maior e uma personalidade própria. António Eustáquio e Carlos Barreto apresentam assim um projecto inovador, marcado pelo respeito, pela qualidade técnica e pelo rigor interpretativo, em que guitolão e contrabaixo comungam de uma coerência sonora improvisada ou em diálogo permanente. Lado a lado, o resultado desta investida, embora dificilmente se possa enquadrar nos cânones do jazz, está bem perto das suas principais características: autenticidade e criatividade.
 
SHAMPOO PLANET

A palavra xampu data de 1877 e a sua origem acredita-se vir da palavra Hindi "chhamna", que significa apertar, amassar, fazer massagem. Durante os estágios iniciais de concepção do planeta xampu, os indígenas aqueceram sabão em água com bicarbonato de sódio e adicionaram ervas para lhe darem saúde e o aroma que lhe são características. Aqui se apresenta então o manifesto de um planeta que através dos sons procura transmitir as idiossincrasias de um planeta em que a espuma dos dias ofusca a oleosidade.
 
RITA CARDOSO

Não há meio termo para a música de Rita Cardoso - ou se gosta ou não se gosta! Não há um assim-assim tantas vezes conveniente, embora tudo soe a estranho e tresande a desconfiança. Quem disse isto foi Fernando Alvim, por alturas da vitória desta no festival Termómetro Unplugged, no ido ano de 2000. Os ambientes criados por Rira Cardoso são bastante mínimos no que diz respeito aos instrumentos utilizados. Elementos de percussão e guitarras criam a atmosfera ideal para o verdadeiro instrumento da sua música brilhar - a sua voz.
 
JIBÓIA

Ao longo dos últimos tempos esta Jibóia tem vindo a ser alimentada, acarinhada, deixada à solta para seu próprio divertimento. O homem por detrás desta espécie potencialmente perigosa é Óscar Silva, nome que encontramos associado à nova geração de paragens sónicas e electrificadas. Com Jibóia mistura psicadelismo com electrónica marada e guitarras em transe, num dos mais estimulantes projectos nacionais da actualidade e um dos mais intensos live acts que andam pelos nossos palcos nestes dias.

CURTAS-LETRAGENS

António Galrinho, pintor, escritor e, acima de tudo, autor, é um apaixonado pela palavra e, sobretudo, pelas letras. Ao longo dos tempos, esse fascínio tem-se traduzido num estudo aprofundado pelo significado, mas também pela forma, pela sintaxe e pelos símbolos que as palavras escondem. Este conjunto de curtas-letragens que aqui apresenta é uma abordagem e uma viagem pelo mundo das palavras de lés-a-lés.
 
CURTAS-METRAGENS DE LEGENDARY TIGERMAN
 
O homem-tigre do rock'n'roll regressa a Setúbal, depois da greve que impediu a sua visita na última edição do FUMO, para apresentar os seus trabalhos por trás da câmara de filmar. Nesta sessão especial, Paulo Furtado (também conhecido como The Legendary Tigerman), apresenta as curtas da sua Femina Series (conjunto de vídeos rodados para o seu último disco, "Femina", em conjunto com Asia Argento, Rita Redhsoes, entre outras) e "Domesticada", co-realizada com Rodrigo Areias e baseado na instalação "Santa Paz Doméstica, Domesticada", de Ana Vieira, e excertos da edição de 22 de Setembro de 1956 da revista "O Cruzeiro".
 
SIGN

Procura-se nesta fórmula incorporar em Sign alguns princípios fundamentais sensacionistas, corrente que consiste em ser nova e original, rompendo com o passado conscientemente, embora inconscientemente esteja ligada a parte dele, como por força tem que acontecer. O acto criativo, espontâneo e improvisado tem como suporte uma estrutura pré-determinada, também ela alterável se o live act assim o conduzir. Questionando o conceito normalizado de "tema", cada acto vive sob uma temática sensorial. E este é o objectivo primordial - provocar sensações.

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