quarta-feira, 2 de agosto de 2017

FILHO ÚNICO APRESENTA









Ricardo Rocha    

Nasceu em 1974, sendo neto do guitarrista Fontes Rocha, um nome incontornável do repertório da guitarra portuguesa tão enraizado na música popular no nosso país. Começou a tocar guitarra aos 8, e nos seus verdes anos a curiosidade levou-o ao piano, instrumento e repertório associado que considera ter-lo permitido compor para a guitarra portuguesa. Agraciado já por duas vezes com o Prémio Carlos Paredes, assim como recipiente do Prémio Revelação Ribeiro da Fonte para Jovens Compositores e Troféu Amália Rodrigues para Melhor Guitarra Portuguesa, diz sempre ter distinguido e vivido “com muita disciplina os dois mundos: a guitarra e o mundo do fado, e depois poderia criar-se outro mundo paralelo ao do fado”. Ou como a editora Mbari propunha em 2010 pelo lançamendo do seu segundo álbum “Luminismo”, apelando a entendê-lo para além da técnica fenomenal evidenciada, Ricardo Rocha “assemelha-se mais a um cirugião, extraíndo o tumor ‘Fado’ de um instrumento que raramente conheceu vida própria, para além da inscrita nessa tradição de Lisboa”. Afiançou um provável ‘adeus aos palcos’ em nome próprio a 29 de Março de 2011, num monumental concerto no Teatro Maria Matos em que apresentou a integral – até essa data – das suas composições para guitarra portuguesa. Em 2014 lançou um novo disco, ''Resplandecente'', com um quarteto de guitarras interpretado pelo próprio em lúcida heteronímia, revelando que “subverter um cânone socorrendo-me de outro – o do quarteto – provou-se simplesmente irresistível.” Neste regresso aos concertos apresentará um conjunto de Prelúdios para guitarra portuguesa, inéditos em disco, intuindo-se novo abalo sísmico na literatura do instrumento por este raro, desafiante e precioso compositor-intérprete.

“Irradiante” (do álbum “Resplandescente”, Mbari, 2014) https://soundcloud.com/mbari-m-sica/ricardo-rocha-irradiante
Álbum “Luminismo” (Mbari, 2010) https://ricardorocha.bandcamp.com
Entrevista no ‘Pessoal… E Transmissível’ na TSF http://www.tsf.pt/programa/pessoal-e-transmissivel/emissao/ricardo-rocha-amor-e-odio-pela-guitarra-897058.html

Concerto: Ricardo Rocha
Local: Noites de Verão no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Data: 4 de Agosto
Horário: 19h30
Entrada: LIVRE                

Calhau!          

Von Calhau! nasceu no Porto em 2006 e “designa todo o trabalho produzido em bicomunhão prática por João Artur e Marta Ângela”. Desde a sua incepção tem desenvolvido um admirável contínuo transdisciplinar em artes visuais, filme e música. A sua produção de desenhos e obra (seri)gráfica, explorações em poesia visual, engenho de instrumentos musicais, idealização de figurinos e caracterização cenográfica, e apresentação pública de projecções de filmes, concertos, performances e lectures, evocando referências que vão desde Lygia Clark a Raymond Roussel bem como evidenciando um fascínio pelo “elitismo, às vezes esotérico, de certas manifestações da cultura popular (rural)” como qualificava João César Monteiro, em entrevista por alturas de ‘Veredas’, interpelam-nos a considerar as fabulosas dimensões fasciculadas que compõem a sua cosmologia calhauística. Realizações recentes em Lisboa incluem o espectáculo Tau Tau que esteve em cena por duas noites no Teatro da Politécnica, no âmbito da BoCA, e a exposição ‘Valun Chão’ na Galeria Pedro Alfacinha, consecutiva a ‘Rotornariz’ no mesmo espaço.

“Ú” LP (2016, KRAAK) https://voncalhau.bandcamp.com/album/-
Vídeo teaser “Ú” https://youtu.be/oQ3UGrXEqA8

Concerto: Calhau!
Local: Noites de Verão no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Datas: 18 de Agosto
Horário: 19h30
Entrada: LIVRE             

Primeira Dama       

Manel Lourenço é desde o início de 2015 Primeira Dama e, a partir do aparecimento do colectivo e editora Xita, este rapaz lisboeta tem vindo a trabalhar com os seus amigos formas de transformar a natural afiliação em matéria relevante para o cancioneiro nacional. A história começou muito antes quando este se vê rodeado de músicos em toda a sua família, tanto paternal como maternal. Estudou música durante quase 10 anos da sua vida e encontrou instrumentos de criação e expressão musical, como o saxofone, obviamente o piano e os teclados, sem esquecer a sua desenvolta tessitura vocal que faz com que tenha aprendido a lidar com a melodia e a harmonia sem grande esforço. Lançou o debute “Histórias por Contar” no ano passado, gravado com a orientação de Filipe Sambado, uma coleção de cantigas pop atlânticas, uma foz de cafeína num mar de codeína, onde episódios do quotidiano, rasurados, abstractos, buscavam pelo universal a partir da sua experiência individual e geracional. Este Verão chega-nos o ambicioso novo disco, homónimo, gravado em Aveiro, com a ajuda preciosa de João Sarnadas (Coelho Radioactivo).

“Primeira Dama” (2017, Xita Records) https://xitarecords.bandcamp.com/album/primeira-dama
Vídeo “Rua das Flores” https://youtu.be/AK2Qi4Qz53I
Entrevista VICE https://www.vice.com/pt/article/wjqzk5/a-vida-real-de-uma-primeira-dama

Concerto: Primeira Dama
Local: Noites de Verão no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Datas: 25 de Agosto
Horário: 19h30
Entrada: LIVRE

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