terça-feira, 26 de setembro de 2017

BLACK BOMBAIM & PETER BRÖTZMANN DE NOVO JUNTOS














Depois do primeiro encontro no inicio de 2016, de um disco repartido no final desse ano, o romance dos Black Bombaim com Peter Brötzmann não ficaria completo sem um segundo e último round.

Depois de confirmada a data no Musicbox (25 de Outubro), a vontade de voltarmos a fazer parte desta história foi mais forte e marcamos um round final (pelo menos em terras de Portugal) para o dia seguinte, 26 de Outubro, no auditório do Passos Manuel.

Este foi e é um encontro que estava escrito no Olimpo psicadélico. Tudo parecia anunciá-lo nos percursos respectivos dos Black Bombaim e do saxofonista alemão e lenda do free jazz Peter Brötzmann.

Aos primeiros, o saxofone deixou de ser, há muito, um elemento estranho na sua música, encontrando-se várias vezes em palco com o cúmplice Pedro Sousa, mas também em disco como aconteceu com as colaborações com Rodrigo Amado, figura de primeiro plano do jazz tocado por cá e além, e no falecido Steve Mackay, o tenor que surge no visceral “Funhouse" dos Stooges de Iggy Pop.

O segundo teve múltiplas experiências de aproximação ao rock, desde o grupo Last Exit, formado com Sonny Sharrock e Bill Laswell , aos Full Blast, passando pelas suas colaborações com o filho Caspar Brotzmann ou com os Fushitsusha de Keiji Haino.

O mais curioso nesta parceria, é que nem o power trio de guitarra, baixo e bateria sai do seu trilho para se acomodar a Brötzmann nem este tenta quaisquer compromissos com os seus interlocutores. Simplesmente, não é necessário. Para quem ouviu o disco e teve oportunidade de assistir a um dos dois concertos que o combo deu ficou com a certeza de que não há assim tanto a separar o rock e o jazz, pelo menos quando os factores em causa são a exploração sonora e um entendimento cósmico da liberdade criativa.

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