sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

ANIMAIS - 15 ANOS SEM PAREDES





















Músicos de Coimbra prestam homenagem a Carlos Paredes.

Depois de dar a conhecer o single "Sede e Morte", o projecto lança hoje o disco com 8 temas e apresenta o seu manifesto.

AO VIVO
24 Abril - Teatro Académico de Gil Vicente (Coimbra)

MANIFESTO ANIMAIS

Estamos cansados de tanta Humanidade!

Quem parou para se questionar porque cometemos sempre os mesmos erros?

 Sim, Tu também! Tu que segues acreditando, confiante, no futuro! Mas alguém poderia confiar no presente? Ou no passado? Esses que se vão escondendo debaixo do tapete roto do progresso…

No que se diz Humano diz-se sempre mais do mesmo: Eu, Meu, Nosso. Nós, Eu, Eu! Não cuidamos de nada, nem de ninguém! Pelo caminho à sorte, vamos destruindo o céu e a terra.

Desistimos! Acabou-se!

Tu que partes sempre de Ti para o mundo, Usas e Abusas das estacas conceptuais e dos objetos sólidos e frígidos (incluído falantes) para Teu bom consumo e proveito. Tu que morres ao serviço das coisas e nem disso deste, eternamente, conta. Ouves e lês pouco, falas muito e vês desmesuradamente – eis o controlo, a apreensão, o domínio, a superioridade. – Ah! Ah! Ah! Olha o tsunami atrás de Ti! Os olhos não te salvam das correntes invisíveis do mundo!

 Enquanto isso o que tens de verdadeiramente vivo vai definhando. A alteridade esvaziando. A terra agonizando.

Escondeste-Te atrás de Deus para do animal tirar a alma. Não sabendo o que fazer com o sopro divino encheste pneus e ateaste fogos. Sem a carne do animal fantasiaste o sonho do Imortal, majoraste letras para ser Homem e diminuíste o homem, a mulher, a criança, o velho, a natureza, a vida.

Iluminamos esta evidência contra a escura sombra que alguns interessados, ínfimos, nela investem com prolongado sucesso. Lá vais Tu na corrente, pateta!!!

Perante eles, e este estado de coisas, assumimos aqui oposição integral - nunca de partidos, ideologias, religiões, pátrias ou filosofias –, uma oposição, simplesmente, de natureza.

Não aceitamos mais ser parte dessa ficção rebuscada! Queremos voltar à raiz, à essência, ao que somos; ao que sempre fomos em vitalidade, em energia, em ação, em força fértil, em criação. Assumimos uma oposição integral a este estar abstracto, fabricado, idolatra, repetidor, controlador. Queremos ser o que sempre fomos, anima!

Nem sequer cumpriste a herança de cooperação! Estás a ouvir? Isso é uma herança não humana! O todo, o comum, mantém-se condenado às meras palavras e às boas intenções! O primordial é secundário e a pátria define-se por proximidade. Que mesquinhez! Que pena!

Poucas crianças com tudo; outras, tantas, sem nada! Eis a vergonha da era atómica!

Eis a verdadeira bomba atómica!

Queremos apenas a nossa voz em minúsculas! Porque uma vida assim é pouca!

 Assim, descreditados desta pseudo vida, optamos por aceitar a morte natural! Um morrer digno, entrega invisível, dádiva flutuante, expressão contínua, música ou verdade. Não nos permitindo morrer humanos – até hoje quem o fez? - preferimo-nos em carácter, fiéis à nossa matriz natural.

Deixamo-nos ir neste mundo de minúsculas: humano, uno, divinal, artístico, de mudança contínua, criador. Um mundo de vida e de morte; um mundo audível, um mundo musical.

Permitimo-nos ser
Animais
2020

ANIMAIS

Em 2003 a então Coimbra Capital da Cultura viu subir ao palco do Teatro Académico de Gil Vicente o espectáculo "Mondego Chase" que, a partir de alguns dos mais emblemáticos temas de Carlos Paredes, juntava os Belle Chase Hotel com os músicos do Quinteto de Coimbra.

Apesar das críticas encorajadoras, e da benção de um Carlos Paredes emocionado ao ouvir o seu trabalho revisitado, ainda que num contexto bastante diferente do habitual, o trabalho ficou guardado durante todos estes anos nas memórias de quem o viu e ouviu, e dos músicos que o conceberam.

15 anos mais tarde, os mesmos músicos que arquitectaram o projecto reúnem-se para ressuscitar e completar a aventura musical pelo universo sombrio, negro e vibrante da figura mais carismática e livre da guitarra portuguesa.
 O projecto dá pelo nome de ANIMAIS - 15 ANOS SEM PAREDES.

É com imenso prazer que Raquel Ralha (Wraygunn, Mancines, The Twist Connection, Belle Chase Hotel, Azembla’s Quartet), Ricardo Dias (aCapella, Quinteto de Coimbra), Pedro Lopes (Na Cor do Avesso, Quinteto de Coimbra) e Pedro Renato (Belle Chase Hotel, Azembla’s Quartet, Mancines, Tracy Vandal) começam a apresentar um disco intenso para almas irrequietas, ouvidos exigentes e espíritos livres.

Disponível a partir de hoje, dia 28 de Fevereiro, pela editora Lux Records
 

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