“O Coreto”
de Rogério Charraz
com letras de José Fialho Gouveia
e produção musical de Luísa Sobral
Lançamento oficial a 26 de fevereiro
Concerto de apresentação a 23 de março, no Teatro da Trindade em Lisboa
O conceito
Um disco com o país lá dentro. Uma história contada em canções. “O Coreto” é o quinto álbum de Rogério Charraz, feito em parceria com José Fialho Gouveia, que assina todas as letras, e com Luísa Sobral, responsável pela produção musical.
O fio condutor que nos guia pelos vários temas é a história de amor de Sebastião e Ana. Ela sempre viveu na aldeia. Ele, nascido e feito homem nos arredores da grande cidade, decide tentar a sorte no interior do país.
Se me queres como dizes
Não me arranques as raízes
Onde tenho o coração
excerto de “Feita deste chão”
Esmagado pelo caos do trânsito, pela precariedade dos empregos e pela voracidade do mercado imobiliário, faz as malas e parte para a vila natal dos pais com o desejo de encontrar outra qualidade de vida. É no momento em que Sebastião entra no comboio que começa “O Coreto”. Será que fez a escolha acertada? Que realidade irá encontrar? Quem serão as personagens que irá conhecer? A vida na aldeia é o pano de fundo do álbum, que lança um olhar crítico sobre a desertificação do interior do país. Nesse sentido é um disco de amor, mas também um disco de intervenção social e política. Com muito Portugal nas melodias, nas letras e nos arranjos.
Atrás de cada porta havia gente
Agora não se ouve uma criança
Só se vê quem está ausente
excerto de “Olá meu velho amigo”
Uma peça muito importante no processo de feitura do disco foram os três dias que Rogério Charraz, José Fialho Gouveia e Luísa Sobral passaram em Alpalhão e onde foi gravado o EPK. Esse retiro criativo serviu para ver de perto a vida numa aldeia do interior e para trabalhar uma a uma todas as canções e perceber o que cada tema pedia em termos de arranjos musicais.
Sara Cruz é a intérprete que, em dois dos temas, dá voz à personagem feminina do disco, a Ana. Natural dos Açores, a jovem cantora venceu no ano o prémio Novos Talentos NiT
Reavivar os coretos
Com este trabalho pretende-se também chamar a atenção para as centenas de coretos espalhados por Portugal e recuperar o seu papel como centros de cultura e de encontro social. Nesse sentido, os espetáculos ao vivo, sempre que forem ao ar livre, terão lugar nos próprios coretos ou usando esses coretos como elementos cénicos. A estreia teve lugar no Pinhal Novo, no passado mês de agosto. Assim que a pandemia o permita, pretende-se também envolver as populações das localidades que receberem “O Coreto”, através, por exemplo, da participação nos espetáculos das bandas filarmónicas.
Os singles
Até agora foram já lançados dois singles. O primeiro, “Abaladiça”, foi um dos 20 vencedores, de entre mais de 400 temas a concurso, da iniciativa Inéditos da Vodafone.
O segundo, “Quando nós formos velhinhos”, conta com a participação de Eunice Muñoz e Ruy de Carvalho no videoclipe de apresentação, gravado em outubro no Teatro da Trindade.
Quando nós formos velhinhos
E estivermos sentadinhos
No sofá a ver TV
Vou dizer-te minha Anita
Tu ainda és tão bonita
Quem te viu ainda te vê
excerto de “Quando nós formos velhinhos”
Citações
“Não me lembro de quando começou, mas sei que me acompanha desde os meus tempos de rapaz. Passar por um coreto, ficar fascinado a olhar e pensar: ‘Um dia vou fazer um projeto para tocar aqui!’”.
Rogério Charraz
“Não sei em que aldeia se passa a história. Nenhum de nós sabe. Passa-se num lugarejo que fica dentro da nossa cabeça. O mapa para lá chegar será a imaginação daqueles que ouvirem o disco”.
José Fialho Gouveia
“Gostei muito da ideia de haver um conceito e de haver uma história que liga as canções. Mas, mais importante ainda, gostei das canções”.
Luísa Sobral
Sem comentários:
Enviar um comentário