quarta-feira, 31 de maio de 2023

NA ZDB





















QUINTA / 1 / 22H
Lael Neale (US) ← Humana Taranja (PT)

Lançado em Abril, Star Eaters Delight é o novo álbum de Lael Neale. Os temas “Faster Than Medicine”, “I Am The River” e “In Verona”, partilham o mesmo ADN do álbum anterior, mas exteriorizam melhor – até visualmente, pelos vídeos – a ideia de Lael escarafunchar o passado, a memória, a construir música granulada de poucos recursos e que apela a essenciais princípios da hypnagogic pop, como a sensação de se estar ligado a um tempo que ficou adormecido na infância. Na primeira parte, Humana Taranja apresenta o primeiro longa-duração Zafira, uma história em tom de música, salpicado de cor, mas também coberto por uma distorção aguçada.

SEGUNDA / 5 / 22H
Soul Glo (US) ← Hetta (PT)

Em confronto directo desde 2014 perante as adversidades, preconceitos e apatia generalizada que corroem a cena hardcore norte-americana, Soul Glo, trio originário de Filadélfia, entrou a pé juntos no panteão do género deste século com Diaspora Problems na gigante Epitaph. Amplamente elogiado pela The Wire, Pitchfork ou Kerrang, Diaspora Problems dá réplica sónica à fúria e à mensagem na lírica de Pierce Jordan, evocando pedaços de rap, apontamentos electrónicos agrestes, o caos do grindcore e breaks metaleiros. Na primeira parte, Hetta apresentam o EP de estreia Headlights, breve explosão de energia em que a ânsia por fôlego é promessa cumprida.

QUINTA / 15 / 22H
Pedro Melo Alves & Odete (PT) ‘Ciclo Conundrum’

Melo Alves convida Odete para esta nova sessão do Conundrum. Artista multidisciplinar com trabalho valioso e valente nas intersecções entre a música, as artes visuais ou a performance, Odete tem dado vida a uma obra que passa pela sua participação em performances, pela criação de bandas sonoras para filmes e, claro, pela sua produção em nome próprio. Electrónica voraz em ambiente cibernético e emocional, para onde acorrem diversas linguagens, num som feito de vozes processadas, batidas em quebra ansiosa, ambiências inóspitas e samples cortantes carregados de simbologias e significados mais ou menos ocultos

QUARTA / 21 / 22H
The Nude Party (US) ← Manteau (PT)

Sexteto nascido na Carolina do Norte em 2012, The Nude Party fizeram digressões com os Black Lips, King Gizzard And The Lizard Wizard, Cold War Kids e abriram para Arctic Monkeys e Jack White. O último disco Rides On, produzido pelos próprios, é o movimento contínuo que passa por Lisboa no momento certo. Destemido na abordagem que faz às origens folk/blues da banda e os mete a percorrer uma série de influências, que passam pelo som da Stax, os Galaxie 500 e a colmeia aventureira do disco. Gravado sem pressas, ao ritmo da partilha e do bate-boca de quem soube dar um passo atrás e crescer. Na primeira parte, Manteau apresentam o segundo EP Farsa.

SEXTA / 23 / 21H
Bola de Cristal c/ HHY & The Kampala Unit (PT/UG/DRC)

Luz absoluta no nosso tempo e espaço geográfico, Jonathan Saldanha tem demonstrado a existência de submundos à música exploratória nacional. No papel de fundador dos HHY & The Macumbas visionou uma incrível fanfarra diabólica, onde as percursões e os sopros seriam reis num inebriante festim rítmico. No projecto HHY & The Kampala Unit, Saldanha junta-se ao trompetista Florence Lugemwa e ao baterista Sekelembele, numa ligação umbilical com alguma da mais ousada criação sonora africana do momento. Uma orquestra do apocalipse que surge em cenários pós-footwork, entre melodias quebradas e kalimbas endiabradas, e outras paragens sonoras por definir. No início e no fim da noite, Fantasia Radical.

TERÇA / 27 / 22H

Roy Montgomery (IE) ← Pedro Gomes (PT)
Guitarrista pivotal da cena Neozelandesa, Roy Montgomery é daqueles músicos cujo trabalho tem traçado uma linhagem muito própria ao instrumento, ampla e justamente reverenciado por gente ilustre como Grouper ou Dry Cleaning. Reflexo da morte da sua companheira de então, Temple IV, um dos seus álbuns mais memoráveis, viria a delinear a sua abordagem mui própria às seis cordas: a reverberação, melodias circulares, afinações incomuns, rendilhados elípticos que se vão cruzando, uma melancolia espectral, por vezes assombrada, ecos de espaços e memórias que se sustêm numa aura difusa e enevoada. Dada a raridade com que se apresenta ao vivo, esta aparição de Montgomery revela-se um daqueles acontecimentos bem especiais. Na primeira parte, Pedro Gomes, guitarrista e figura transversal a muitos dos acontecimentos que mais têm agitado este burgo ao longo dos últimos anos.

QUINTA / 29 / 22H
Amado / Malaby / Formanek / Lencastre (PT/US)

Estreia absoluta desta formação que reúne quatro músicos bem calejados e reconhecidos do panorama jazz mais interessante do agora e dos últimos anos. Essencialmente, um primeiro encontro entre os saxofones de Rodrigo Amado e Tony Malaby, o contrabaixo de Michael Formanek e a bateria de João Lencastre que nos deixa extremamente felizes e expectantes pelo acontecimento. Pela reunião destas quatro mentes livres em conluio não-hierárquico.

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