Por vezes, sem qualquer razão aparente, fazemos pausas ao longo da nossa vida em projetos, objetivos e até em passos que damos. Por vezes, também, a vida revela-nos mais tarde que essas pausas foram necessárias para que nos possamos consolidar de alguma forma podendo, ou não, retomar o caminho que deixámos lá atrás.
Por entre uma conversa casual de amigos, Mike e Bibi comentam que HELLSTONE celebraria 15 anos de vida e que esse tempo poderia ser um bom motivo para aproveitar a energia do disco e a deles para reunirem a malta e regressarem a estúdio. Foi com este mote que falaram com Carlos Azeitona e Pedro Cobrado com quem começaram a desenhar este novo disco. Durante as gravações, André Hencleeday (Candura e Wells Valley) ia passando pelo estúdio e por lá foi ficando até fazer parte deste disco e, claro, da banda.
Men Eater cria, assim, um dos discos mais orgânicos da banda. Com sonoridades distintas, ambiências envolventes, densas, intrigantes, humanas e humanizadas. Com participações (Frankie Chavez na lap steel guitar, Sara Badalo e André Henriques na voz), com um poema e voz em português, este disco é a verdadeira personificação da maturidade e versatilidade de uma banda que não parou de crescer. A atmosfera pesada que sempre os acompanhou mantém-se, tal como a sua assinatura, mas o que podem encontrar neste homónimo é um conjunto de músicas tão densas e fortes que poderão deixar o ouvinte sem fôlego, quando escutado de rojo.
Riffs rendilhados e gritantes, baixo quente e pesado, teclas harmoniosas e atmosferas encorpadas dão voz a este disco que já deu a conhecer “Multitude”, “Mortice” e “Worshipers”.
Men Eater, quarto disco da banda, é uma densa e intensa viagem com 10 paisagens, que deve ser escutado com o volume alto o suficiente para fazermos parte dela de imediato. Gravado nos BlackSheep Studios e Santo Studio, por Bruno Xisto e Mike Ghost, misturado por Bruno Xisto e masterizado por Guilherme Gonçalves, foi produzido por Men Eater e Bruno Xisto. O álbum vai sair em versão digital no próximo dia 8 de Dezembro com o selo da Raging Planet e será apresentado no dia 25 de Janeiro de 2024 no Lux Frágil, onde poderá ser adquirido já em versão física.
Formada por membros dos For The Glory e Blacksunrise, Men Eater nasce em Lisboa no ano de 2005 pelas mãos de quatro amigos.
Após o lançamento do primeiro EP, ainda em 2005, e depois de alguns concertos, lançam o seu primeiro LP HELLSTON em 2007 pela Raging Planet. Este disco foi o mote para se tornarem numa das bandas mais activas e conhecidas do panorama underground português, tocando com bandas como Metallica, Mastodon, Torche, Pelican, Cult Of Luna, entre outras. Em 2009 lançaram o seu segundo álbum VENDAVAL, um disco mais direto, cru e pesado, cheio de riffs corajosos que os levou a fazer tours por todo o país e pela Europa, o que forçou algumas alterações na formação da banda. Já em 2011, é lançado GOLD, o terceiro disco que marcaria a banda em todos os sentidos.
Com uma sonoridade mais experimental, com riffs cativantes, surgiu uma mudança natural para sets mais longos e palcos maiores, sem nunca perder de vista o que eles representavam.
Em 2013 os Men Eater decidem fazer uma pausa, tendo feito apenas alguns concertos em 2014 e 2016 com a formação original e a tocar apenas o primeiro disco na íntegra. Apesar de cada um dos membros ter seguido a sua carreira dentro e fora da música, nunca perderam o contacto nem a relação que tinham criado desde o início da banda, havendo sempre algum saudosismo quando as recordações surgiam em conversa. É agora, 7 anos depois do último concerto e 12 depois do último disco que a banda decide voltar a estúdio e aos palcos. A formação conta com os membros originais Mike Ghost, Carlos BB, Carlos Azeitona e Pedro Cobrado, a quem se junta André Hencleeday.
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