sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

HÉLIO MORAIS LANÇA ÁLBUM DE ESTREIA "PISADURAS"





















Pisaduras. Este é um disco sobre pisaduras; desde que se começaram a pintar na pele, até que foram desaparecendo.

Enquanto iam mudando de tom e cor, demorei-me a olhar para elas, a entender de onde vieram, porque vieram, como as sentia, o que significavam e como perdurariam na carne, ou não, mesmo depois de desaparecerem da pele.

Durante o processo, partilhei-as. Ouvir-me em voz alta, ter quem me ouvisse, acreditar num sentido de comunidade que escuta, acolhe, cuida e cura, foi o que me fez poder cantá-las agora. Hoje canto-as porque tive a sorte de ter crescido rodeado de ouvidos atentos.

Tomar consciência delas, foi tomar consciência de mim, saber que não me poderia tornar seu refém. Não lhes fugir não significou romantizá-las. Pelo contrário. Assinalá-las, questioná-las e partilhá-las, foi o que me permitiu deixá-las para trás.

Fazer um disco, este disco, trouxe-me a consciência de como estas pisaduras se tornaram passado. O Benke Ferraz, a LUMANZIN, o Toca Ogan, o Djalma Rodrigues, o Guilherme Kastrup, a ÀIYÉ, a Cláudia Guerreiro, o Filho da Mãe, LARIE, o Miguel Ferrador, a Rita Onofre e o Edgar Valente, foram os ouvidos e as vozes que me ajudaram a fechar esta viagem. No passado tiveram outros nomes e foram igualmente ouvidos, voz e cura.

Hoje celebro todas estas pessoas nas minhas pisaduras – as da vida e as deste disco.

Hélio Morais

Hélio Morais, músico conhecido pelo seu trabalho nas bandas Linda Martini e PAUS, lança álbum de estreia "Pisaduras", já disponível em todas as plataformas digitais. Depois de editar três singles de avanço, "Sonhei Coisa Proibida", "Voltas e voltas e voltas" e "Almoço de domingo", eis que chega o aguardado álbum que conta com oito faixas produzidas entre Portugal e Brasil.

O multiinstrumentista e cantautor juntou-se ao produtor Benke Ferraz (boogarins) e, entre Lisboa, Pernambuco e São Paulo, fez o seu primeiro disco em nome próprio. Canções íntimas, que contam com as percurssões de Guilherme Kastrup (produtor de Elza Soares) e de Toca Ogan (nação zumbi), mas também com colaboração de LUMANZIN, Djalma Rodrigues, ÀIYÉ, Cláudia Guerreiro, Filho da Mãe, LARIE, Miguel Ferrador, Rita Onofre e Edgar Valente.

Hélio Morais, partilha que "não sendo sobre a pandemia, este disco chegou com ela e com a necessidade de fingir que a minha vida, a de um músico, tinha propósito. o questionamento desse mesmo propósito acabou por me levar ao passado, um passado que se impôs nas letras sem que eu tivesse sentido grande controle. decidi assumir que era chegada a altura de contar esta parte da minha história."

Um disco onde Hélio canta as suas pisaduras; mas não só a suas. Desde as primeiras memórias que se acostumou a vê-las pintadas na pele. Hoje canta-as, finalmente, para as poder deixar para trás e celebrar todas as pessoas das suas pisaduras - as da vida e as deste disco.

No dia 09 de março, Hélio Morais, apresenta este disco pela primeira vez ao vivo em Lisboa, no CCB. E se o disco é também sobre partilha, os concertos não poderiam ser diferentes. O Miguel Ferrador, o João Vairinhos, velhos companheiros de Hélio Morais, estarão nas teclas e percussão, respectivamente. A somar, estarão LARIE (guitarra e voz), bem como Emile Pereira (percussão e voz) e Méli (percussão), ambas percussionistas do COLETIVO GIRA. Um espetáculo que é também um espaço de diálogo, entre banda e público. Os bilhetes já se encontram disponíveis nos pontos de venda oficiais.

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