quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

HOMEM EM CATARSE DÁ A CONHECER HIPOTECA

 















Esta é a geração de jovens portugueses que, pela primeira vez, tem uma perspectiva de futuro mais sombria que a anterior. Esta é a geração de portugueses que anda uma vida inteira a pagar uma casa que nem chegará a ser sua. Esta é a geração do desequilíbrio, onde a qualidade de vida foge das grandes cidades amontoadas no tédio do excesso e da descaracterização. As senhoras à janela são expulsas da sua rua dando lugar aos nómadas sem rosto, como sem rosto fica a luz da cidade. Enquanto hipotecamos o nosso futuro e a descentralização é uma miragem, a hipoteca de todos nós continua a aumentar. E já começamos a pagar bem caro… a inflação dos nossos dias.

"Hipoteca" é o novo e interventivo single de Homem em Catarse, no qual explora novos caminhos mantendo a identidade da sua guitarra paisagista, inconfundível, aliada a novos ritmos e a uma mensagem muito pertinente e actual. "Hipoteca", a par de "O tempo vem atrás de nós", vai fazer parte do disco "Catarse Natural" que o músico edita no final do ano, mas, antes, vai ser possível constatar como soa ao vivo:

17 Abril | Cineteatro António Lamoso | Santa Maria da Feira
05 Maio | Fórum Municipal Luísa Todi "Guitarras ao Alto" | Setúbal

Venham todos, venham todos
venham todos turistar!
não interessa gente sem casa,
o que interessa é faturar

Sobre Homem em Catarse

Alter-ego do multi-instrumentista Afonso Dorido, Homem em Catarse surge na profícua e especial “cena de Barcelos” há sensivelmente uma década. Actualmente radicado em Braga, o fundador do colectivo post-rock indignu percorre, desde 2013, as estradas e caminhos deste país para dar a conhecer as suas canções emotivas.

Em 2015, com “Guarda-Rios”, um promissor EP de estreia, capta as primeiras atenções. Dois anos mais tarde, e após inúmeras viagens por aldeias, vilas e cidades do interior de Portugal, reúne quilómetros e inspiração para a criação de “Viagem Interior”, disco conceptual que retrata uma interessante visão social e demográfica do país. Acompanhado de textos do escritor português José Luís Peixoto, o disco daria a conhecer 17 canções que descrevem 17 locais do interior e viria a figurar entre os melhores da música portuguesa do ano de 2017. Do interior do país para o interior dos jardins do Museu Nogueira da Silva, em Braga, já em 2019, grava o seu primeiro registo ao vivo, “Ao Vivo na Porta 253”, disco que eterniza o intimismo com que procura pautar os seus concertos.

Em 2020, semanas antes da pandemia, surge “sem palavras | cem palavras”, disco integralmente instrumental que nasce a partir de um poema de cem palavras escrito por si. Sem perder o fôlego, e reflexo da sua cada vez maior capacidade criativa e maturidade musical, Afonso Dorido parte para um novo desafio: a composição de um disco inteiramente ao piano. Inesperadamente, o álbum “sete fontes” é alvo de bastante atenção e acaba por ser considerado um dos discos do ano de 2021.

Ao longo do seu trajecto, Afonso Dorido é convidado a escrever para outros músicos e tem oportunidade de trabalhar, por exemplo, com artistas como Ana Deus, Manel Cruz, Rodrigo Leão e Old Jerusalem. Marca também presença em vários palcos nacionais e internacionais como o Vodafone Paredes de Coura, o NOS Alive ou o Dunk!Festival.

Já em 2023, uma nova semente é lançada com o single ‘O tempo vem atrás de nós’, o primeiro avanço para o novo disco que verá a luz do dia no final deste ano.

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