sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

ANÓNIMOS DE ABRIL ANTECIPAM ÁLBUM HOMÓNIMO COM O SINGLE DE ESTREIA “MARIANA”





















O projeto "Anónimos de Abril", que junta Rogério Charraz, José Fialho Gouveia e Joana Alegre, dá hoje a conhecer “Mariana”, o primeiro single do álbum de originais, homónimo ao projeto, que homenageia a coragem e resiliência de figuras anónimas que, apesar de fundamentais na luta pela Liberdade, não passaram dos rodapés da História. A canção já se pode ouvir em todas as plataformas digitais.

“Foi o primeiro tema que fizemos para este projeto. Foi no momento em que mostrámos a primeira maquete ao Miguel Carvalho, jornalista e sobrinho da Branca, que percebi o peso da responsabilidade do que estávamos a fazer” conta Rogério Charraz.

“Mariana” é inspirado na história real de Branca Carvalho. Retrata a vida de uma jovem de 19 anos que, em 1973, foi forçada a viver na clandestinidade sob uma identidade falsa e a deixar para trás a família e tudo o que conhecia. Apesar das adversidades, incluindo assédio sexual por parte do companheiro, escolhido pelo Partido Comunista para fingirem ser um casal, e até uma arma apontada à cabeça, Branca nunca cedeu. A sua luta pela Liberdade só terminou quatro dias após a Revolução dos Cravos, a 29 de abril de 1974, quando finalmente regressou a casa. O reencontro com o irmão, que inicialmente não a reconheceu, simboliza o preço da resistência e a transformação que a luta impôs à sua vida.

“Foi uma canção muito delicada de escrever. A Branca está viva e a sua história tem detalhes muito íntimos. Ela só soube que era uma das homenageadas quando assistiu ao espetáculo de estreia no Tivoli, em Lisboa. Foi um alívio saber que se emocionou e que gostou do tema." explica José Fialho Gouveia.

O álbum é composto por oito canções, todas inspiradas em histórias reais de pessoas que enfrentaram a ditadura e contribuíram para a construção da Liberdade em Portugal. "Anónimos de Abril" vai além da música, cada canção procura dar voz a cada uma destas personagens, através da celebração da singularidade dos seus caminhos e da sua importância para a concretização da Liberdade.

Num momento em que a memória coletiva parece desvanecer-se, "Anónimos de Abril" surge como um projeto urgente e necessário, relembrando que a Liberdade é um bem precioso que deve ser defendido e celebrado todos os dias.

O álbum percorre diversas sonoridades, equilibra tradição e modernidade e é fruto de uma colaboração entre Rogério Charraz, José Fialho Gouveia e Joana Alegre, que unem sons, palavras e vozes para dar vida a cada narrativa.

Além das canções, o projeto estende-se também a um livro, editado pela Zigurate, que aprofunda as experiências vividas por cada anónimo, dando-lhes ainda mais contexto.

O resultado é um registo intemporal de histórias, um espólio sonoro que cria um espaço de diálogo, reforçando a importância e a fragilidade da Liberdade e relembrando a necessidade de a saber valorizar sempre.

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