Após a estreia com “Mystery”, um single que surpreendeu e conquistou espaço em diversas rádios portuguesas, Lisa Sereno afirmou-se como uma revelação, despertando a atenção tanto dos melómanos como da crítica musical nacional.
“Tan Line” é o mais recente avanço da artista, a caminho de lançar o seu primeiro disco. Na letra da canção, a memória e a nostalgia dos longos dias de verão, aparentemente perfeitos, mas que rapidamente se tornam misteriosos e acabam sem deixar certezas, são a base da história. O que não deixa espaço para dúvidas, é a eventual linha de bronzeado que restou dessa tal memória, que desaparece, e com ela, o vestígio de um amor que parecia ser real.
Inspirada na sonoridade da folk norte-americana, esta canção convida-nos a mergulhar em águas enigmáticas e incertas, contrastantes com o som suave de guitarras que embalam e evocam a calma e a fluidez das ondas do mar. No final, ouve-se o desligar de um leitor de cassetes — a história acabou.
Sobre esta história, fica a questão: foi real ou foi um sonho? Se de um sonho se tratou, fica, agora, realizado nesta canção.
Cresceu em Leiria, onde, no coro da igreja local, se familiarizou com os louvores e o culto da música ao transcendente. Hoje, secularizou este louvor e dedica-o a episódios que a marcaram, enquanto encerra capítulos e aprende a lidar com a sua visão sensível do mundo, através de canções influenciadas pelo universo da música folk.
Passou pelo Conservatório Nacional, onde teve a oportunidade de cantar em coros e cujos repertórios influenciaram a maneira como harmoniza as vozes nas suas canções. Depois de experiências no mundo da música clássica, acabou por se dedicar à criação musical e interpretação dos seus próprios temas, onde se encontra e floresce. São escritos, essencialmente, à guitarra e têm o poder de nos transportar para um lugar nostálgico, sem perder a sua contemporaneidade.
Lisa descobriu na música e na escrita de canções um espaço seguro para se expressar sem filtros. Fá-lo por necessidade e numa tentativa de processar as suas emoções e de fazer um luto por experiências e vivências passadas, para as poder libertar de si ou, simplesmente, aprender a viver com elas.

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