QUINTA 6 / 21H
Luís Vicente, João Carreiro, Joke Lanz, Alfred Vogel (PT/DE/AT)
Estreia desta formação internacional que reúne quatro figuras de destaque do panorama da improvisação europeia. Dois músicos nacionais, Luís Vicente (trompete), figura habitual e cada vez mais presente nos palcos de festivais e salas de renome pela Europa, e João Carreiro (guitarra), que tem vindo a fazer um sólido percurso conquistando o seu lugar através de uma linguagem e abordagem única ao instrumento. A eles juntam-se Joke Lanz (turntables), pioneiro da música electrónica independente e noise, artista multidisciplinar com um longo trajecto na música criativa e experimental, e Alfred Vogel (bateria), “homem dos 1000 ofícios”, músico, curador do festival Bezau Beatz e criador da label Boomslang, tem-se movido nos mais distintos conceitos, do free e experimental às simples canções pop/rock, sempre com uma frescura e inventividade únicas.
SEXTA 7 / 22H
Sara Persico Sphaîra ← Guilherme Curado (IT/PT)
Surpresa valente na eletrónica de combate dos nossos dias, bastou um EP para ecoar nos ouvidos e lugares que merecia. Mas Boundary não nasceu de um simples estalar de dedos; é um culminar de anos de experimentação electroacústica a que junta estudo académico despretensioso e muitas horas atrás dos decks. A nível vocal, revela-nos domínio e ousadia, seja na natureza gutural que arranca de ritmos maquinais, seja de espaços no limiar da percepção. Com base em gravações feitas em Trípoli, o seu mais recente trabalho Sphaîra interroga as possibilidades da paisagem sonora única de um teatro abandonado projectado pelo arquitecto Oscar Niemeyer. Guilherme Curado trabalha entre meios, cruzando vídeo e som, construindo paisagens utópicas virtuais. Na sua prática sonora, concentra-se na criação de ambientes oníricos, utilizando-os como ferramentas para escape da realidade.
SÁBADO 8 / 22H
Ghoya ← Danger Everest (CV/PT)
Arregaçar as mangas e fazer. Combate e consciencialização. Viver, pensar e praticar o que se rima. Bruno Furtado, mais conhecido por Ghoya no mundo artístico e na luta anti-racista, fez-se referência do rap crioulo com a força e o engenho de quem canta sobre o que vive na primeira pessoa, impactando directamente nomes como Landim, Julinho KSD ou Real Guns, estrelas da caneta crioula com diferentes holofotes em cima deles. O rapper e activista (comparado ao americano 2Pac) tem colocado a sua voz ao serviço de todos os imigrantes e afrodescendentes que sofrem de violência policial nos bairros, abusos no sistema prisional e racismo estrutural. Pa Sempri Djuntus é um convite para estreitar laços, quebrar barreiras e conectar vidas através da música.
SÁBADO 15 / 22H
Tim Reaper ← Mix’Elle (UK/PT)
Artista londrino que já há mais de uma década tem vindo a espalhar o gospel jungle, seja através da sua Future Retro London, de inúmeros lançamentos em editoras como a Unknown to the Unknown, Parallax Recordings ou 7th Storey Projects, colaborações com artistas em sintonia como Dwarde ou Kloke, e DJ sets que atravessam décadas e géneros de música breakada e fluída, com uma precisão e sentido de descoberta inabaláveis. Na primeira parte, Mix’Elle já percorreu o país e a Europa, integrando line-ups de eventos e festivais, como o Outlook na Croácia, Trinity Centre em Bristol ou Cross Club em Praga. Além de ser cofundadora da Interesting Constellation, colabora com a Angel do Planeta Manas e a Counterpoint.
QUARTA 19 / 21H
Elias Rønnenfelt Heavy Glory ← Gabriel Ferrandini (DK/PT)
Parte do magnetismo do frontman dos Iceage – e já o confirmámos por diversas vezes ao vivo – tem a ver com uma combinação explosiva de confiança e arrogância benigna que exala da sua pessoa. Depois dos trinta anos, editou o seu primeiro álbum a solo Heavy Glory. O que encontramos a solo é mais uma das tangências da sua personalidade, disposto a deslocar-se onde for para transmitir uma ideia, Rønnenfelt apresenta o amor e o apocalipse alcoólico via americana e um desvio para o country, mais metódico do que mimicado. Na primeira parte, o baterista e compositor Gabriel Ferrandini tem um caminho muito maior do que a sua incansável técnica e interpretação do instrumento, o que se revelou nos seus discos Volúpias e Hair of the Dog, para além das suas diversas colaborações.
SEXTA 28 / 22H
Rodrigo Amado & David Maranha Wrecks ← Filipe Felizardo (PT)
Duo com uma cavalagem e visão acumuladas quase inaudito no panorama das músicas mais livres em espectro alargado. ‘Wrecks’, lançado no final do ano passado pela Nariz Entupido, capta o primeiro encontro desta parelha em concerto na Escola do Largo, em Lisboa. O fluxo de som hipnótico de Maranha que se vai reformulando em novas passagens, de paisagens densas a flirts com o ruído, sustento vital para todo um manancial de fraseados de Amado, que vão de momentos líricos a berros intempestivos, da contemplação ao clamor sofrido, numa torrente sombria que vai desenhando linhas de luz, a um tempo seu.

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