CONCERTO DE APRESENTAÇÃO NO MUSIC BOX EM LISBOA A 19 DE ABRIL
Todos nós vivemos, nenhum de nós dorme. Dormir não é fixe; nunca foi, nem nunca será (mesmo que o conhecimento científico atual o contradiga)!
Não é que dormir não faça bem. Há de fazer, mas nós não temos forma de o saber (não fôssemos nós putos fixes). Nota-se o cansaço nas nossas caras mas, tal como as olheiras, já deu full-circle e o sono agora tem o efeito do café. O café já dá sono portanto não se bebe café aqui. Só não se dorme.
Assim dita o Puto, que não acha fixe cerrar os olhos e deixar-se transportar para o onírico. O sofrimento das educadoras ecoa nos corredores da escola: "Então mas ninguém lhe diz para ir para a cama?!".
A Progenitora nada diz ao Puto. Também ela padece de insanidade. Após dar à luz (coisa que faz várias vezes por ano), permanece em vigília constante. Doem-lhe as rugas de expressão, mas o sorriso constante ajuda a disfarçar. Só algumas das suas crias chegam a ver a luz do dia. O critério? A percepção positiva ou negativa que cada cria demonstra acerca do valor pessoal e sociocultural inerente à cedência do consciente ao inconsciente (por intermédio da interrupção voluntária da vigília). Por outras palavras - que repetiremos até que percebam - dormir não é fixe. Nunca foi.
Valha-nos o Sábio que aqui anda, que nos impele a atender à estonteante miríade de possíveis combinações: juntam-se os vários traços de personalidade ao temperamento típico da insanidade e obtém-se uma só pessoa. Magia. Todos num só. Ninguém é só forte ou fraco. Ninguém rói as unhasporque quer. Aqui, roo a unha como confirmação de que estou acordado. PUTOS FIXES NÃO DORMEM.
VSP AST
VSP AST (Vespa Asiática) acaba de lançar o seu aguardado EP de estreia, "Putos Fixes Não Dormem", um manifesto cru que celebra as imperfeições como forma de autenticidade.
Seguindo o impacto do single de avanço "UH!AYAYA", este trabalho de estúdio apresenta oito faixas que mergulham no caos de uma geração que rejeita padrões. Do hyperpop distorcido ao punk digital, passando pelo emo rap confessional, e outras sonoridades experimentais, cada faixa constrói um mosaico de identidades em conflito, com a faixa-título "PUTOS FIXES NÃO DORMEM" a funcionar como hino geracional:
Este é o EP que faltava para traduzir o frenesim de crescer num mundo que exige respostas, mas só oferece perguntas. E se há quem diga que a juventude é uma fase passageira, VSP AST prova que, para alguns, é o único sítio onde faz sentido viver.
"Este EP nasce da raiva contra a perfeição esterilizada", afirma Fernando Gariso, a mente por trás de VSP AST. "O puto está farto de cenas perfeitas e encontrou maneira de voltar atrás, àqueles tempos em que a voz dos artistas falhava. O puto gosta de ouvir as falhas de Kurt Cobain. A perfeição é sempre igual."
Ser jovem é estar permanentemente no meio de um furacão: entre a pressão para se encaixar e o desejo feroz de ser diferente, entre noites sem fim e manhãs cheias de dúvidas. É nesse território pantanoso — onde a única certeza é a incerteza — que VSP AST (Vespa Asiática) constrói o seu som.
Nascido em Coimbra e alimentado por referências que vão de Machine Gun Kelly a Nirvana, VSP AST (o projeto de Fernando Gariso) está a tornar-se a voz que os jovens portugueses não sabiam que precisavam, com uma base de fãs que cresce a cada lançamento.
E porque os putos fixes realmente não dormem, o concerto de apresentação do EP vai ser no dia 19 de abril no Music Box, em Lisboa. Uma noite que promete ser tão intensa quanto a vida aos 20 e poucos. Se o EP é o manifesto, o concerto será a revolta em alta voz.
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