"Nasci em Setúbal a 23 de abril de 1975 como Tiago João Nascimento Rocha de Morais. Em 1979, os meus pais, professores de línguas, mudam-se para Berlim Leste, RDA. Faço toda a minha escolaridade nas duas Alemanhas: Berlim, Nuremberga & Heidelberg. Regresso a Berlim, já reunificada, em 1996.
Em 1997, auto-edito uma pequena maquete com canções gravadas num 4-pistas que, para minha surpresa, é bem recebida junto de amigos e conhecidos. Passo por vários projetos musicais como baixista/teclista. Em 2002, junto-me ao projeto do cantautor berlinense Noel Rademacher. Gravamos o álbum “Wrong Places”: https://open.spotify.com/album/5I9LWtjrAOvX5xraj46qb5?si=DFS4Id0JTFuMqwwkJizAcQ. O álbum é bem recebido na Alemanha, seguido de uma pequena digressão pela Alemanha e Áustria, tendo tido uma excelente review na SPEX.
Em 2007 licencio-me em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade de Lisboa e, já em Portugal, começo a trabalhar como professor de inglês e alemão. Em 2018 gravo o álbum “Mnemonic Devices”, co-produzido por Sérgio Miendes (A Garota Não), com temas escritos ao longo dos anos, grande parte deles ainda em Berlim, todos em inglês. O álbum não tem muita projeção, mas é importante para mim pessoalmente. Aqueles temas tinham de sair para outros poderem entrar. Na altura vocês tocaram o “Paradise”, obrigado!!!
Em 2022, o meu pai faleceu e a herança possibilitou-me, quase aos 50, concretizar o meu sonho de infância: ter um estúdio próprio! Finalmente posso gravar tudo e em alta qualidade! Compro vários instrumentos analógicos, alguns deles emblemáticos sintetizadores, caixas de ritmo, guitarras elétricas e acústicas, amplificadores, pedais, baixo, micros, ukulele, cavaquinho e violoncelo, bem como uma boa biblioteca de vinis. Porque foi com vinis que cresci e foram eles que me ensinaram tudo o que sei sobre música. Passei um ano a ouvir os vinis, sobretudo os Kinks, Fleetwood Mac, os Smiths, Elvis, David Bowie, Kraftwerk, Jean-Michel Jarre, Bill Evans, Miles Davis, John Coltrane, Louis Armstrong e, claro, os Beatles.
Em janeiro deste ano de 2025 faço uma viagem à Tanzânia. Uma viagem incrível, intensa, maravilhosa. Assim que voltei fecho-me no estúdio e desde então que quase não tenho de lá saído. Quando comecei a gravar o álbum, nesse fatídico dia 19 de janeiro, ainda sem saber que o estava a criar, não imaginava a direção musical que iria levar. E também não fazia ideia de sobre o que é que iria escrever. Sabia que seria em português e que teria uma forte componente eletrónica. Os temas sobre os quais escrevo são os temas que me ocupam há anos: religião vs. espiritualidade, a relação humano-animal, as normas sociais, mas também o erotismo e o amor. O fio condutor acaba por ser a viagem. Uma viagem a um outro país que despoleta uma viagem ao passado. Faz-nos passar várias fronteiras, abrir novas portas. Mas para tal precisamos de uma identidade, um Passaporte.
A minha identidade foi carimbada pela música inglesa e americana, sobretudo dos anos 60 e 70 e pontuada pela coloração de Gainsgorg, Jarre, Kraftwerk, passando por vários territórios musicais, desde o Italo Pop a Falco, de Mikis Theodorakis a Chico Buarque, aportando por vezes em Carlos Paredes e em Zeca. Foi precisamente com ele que esta viagem musical começou, no tal dia 19 de janeiro, com o cover das “7 Mulheres do Minho”, a minha estreia em português."
Tiago Morais
Todos os dias às 19h, o mais antigo programa de rádio pela música portuguesa
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domingo, 8 de junho de 2025
A MAIS BREVE HISTÓRIA D'O JAMES
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